quinta-feira, julho 1

A PT/VIVO

Fez bem o governo, surpreendendo muitos dos seus críticos, ao arrepio da lógica selvagem do mercado que muitos criticam mas poucos têm a coragem de contrariar, em se opor à operação de compra da Vivo. Se todos são unânimes em considerar um mau negócio a venda da Vivo qual a razão para o Estado a não contrariar com os instrumentos legítimos de que dispõe? Que faria o Estado Espanhol no nosso lugar? E os outros estados da UE? O que têm feito ao longo dos anos os outros estados e, em particular, o estado espanhol para proteger os seus interesses nacionais? O que fazem todos? São medidas que demonstram as derivas nacionalistas que entram pelos olhos adentro de todos nós. Provavelmente! Mas o que diriam do governo português aqueles que o criticam se não tivesse impedido a venda da Vivo? Vamos ser penalizados mais tarde, vem aí uma OPA hostil, e tudo o mais, mas a melhor defesa é o ataque e, apesar de pequeno, Portugal, suponho, também tem os seus argumentos e as suas “armas” nesta luta desigual. Que as usemos então sem perder a Europa como aliada mas também sem nos ajoelharmos aos ditames das politicas ultraliberais que sendo afinal apontadas como a raiz de todos os males, com que a presente crise nos ameaça, renascem em cada esquina, a propósito de todo e qualquer debate, e em reacção a toda e qualquer medida legítima dos governos.
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3 comentários:

Anónimo disse...

Completamente de acordo. Todos sabemos que os espanhóis são dos que mais protegem as suas empresas por vias enviezadas. Um dia destes qualquer grande empresa "multinacional" tem mais poder que qualquer governo de um PMPAÍS. Sócrates só demontra que não se ajoelha perante a Europa assim como perante os Belmiros, os Ricardos ES e outros habituados a fazer dos PM moços de recados.
José Neves

Lmatta disse...

concordo contigo
beijos

Galeota disse...

O Governo fez bem.
Este problema cria a oportunidade para fazermos uma reflexão sobre os sectores económicos estratégicos para o Estado e os que podem e devem ser privatizados.
Não faz sentido que na estratégia política perfilhada por um partido político,não esteja bem delineada a concepção económica sobre o papel do Estado na economia.As nacionalizações VS privatizações, não devem ser feitas ao sabor dos P.E.C., mas com base nas características estruturais da nossa economia.
As telecomunicações são um dos sectores de actividade que considero estratégico para o Estado.
Se compararmos a actuação dos outros Governos europeus, face ao seus problemas económicos, não tenho dúvidas nenhumas, que a Alemanha, a França , a Itália e a Espanha fariam o mesmo.