segunda-feira, maio 5

DIAS DIFÍCEIS

Dias difíceis no vendaval de uma espécie de anúncio de armistício na austeridade que o tempo dirá da espessura e sustentabilidade. É o que se discute, ou seja, o significado politico, e as consequências para a comunidade nacional, do encerramento formal de um pequeno ciclo de assumpção de politicas de austeridade. O que me preocupa, mais que tudo, é a pulsão que paira acerca da bondade do debate público aberto, do confronto de ideias, que tende a constranger a construção e apresentação de alternativas. Como se as soluções para os problemas nacionais pudessem ser forjados a golpes de espada e não através do confronto aberto de ideias. Os sinais que nos chegam de fora não são animadores. Os populismos de cariz fascista, no caso da Europa, de forma surpreendente para os menos atentos, alargam a sua base de apoio e ameaçam ganhar eleições. Basta ver quer as ameaças de guerra na Ucrânia, com seu cortejo de manifestações populistas de direita, quer  as sondagens tendo em vista as eleições para o Parlamento Europeu, em França e Inglaterra, que apontam para a possível vitória de partidos de cariz fascista como sempre enfeitados com seus apelos ultra nacionalistas, xenófobos e racistas. Todo um ambiente de tempestade perfeita - politica, económica e financeira - prenúncio de guerra. Os democratas não podem debandar da sua luta, nem deixar aberto o campo às aventuras dos inimigos da liberdade. É o tempo de juntar forças.
                                                        Fotografia de Hélder Gonçalves

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