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quinta-feira, dezembro 18

ALBERT CAMUS - o tempo ...

 

"O tempo não corre depressa quando o observamos. Sente-se vigiado. Mas tira partido das nossas distracções. Talvez haja mesmo dois tempos, o que observamos e o que nos transforma."

Albert Camus, in Cadernos

(Post de 21 de dezembro de 2003 com referência ao autor mas sem referência à obra. Na verdade a obra de Camus esteve desde o início presente como uma marca forte deste blogue. Não foi, no entanto, para divulgar a sua obra, pela qual me apaixonei desde a juventude, que foi criado. Foi criado porque senti a necessidade de dispor de um meio de comunicação pessoal que me permitisse manter uma ligação com os amigos num período difícil da minha vida. O tempo resolveu esse problema e, como sempre acontece, criou outros.)

quarta-feira, dezembro 17

LIBERDADE


Finalmente, escolho a liberdade. Pois que, mesmo se a justiça não for realizada, a liberdade preserva o poder de protesto contra a injustiça e salva a comunidade.

Albert Camus, in Cadernos

(Remate de um post publicado em 30 de dezembro de 2003.)

terça-feira, dezembro 16

MORAL DA LIBERDADE


"É sempre um grande crime destruir a liberdade de um povo sob o pretexto de que ele a utiliza mal"

Tocqueville

(Publicado em 30 de dezembro de 2003.)

segunda-feira, dezembro 15

ADÉLIA PRADO



Fatal 

Os moços tão bonitos me doem, 
impertinentes como limões novos. 
Eu pareço uma atriz em decadência, 
mas, como sei disso, o que sou 
é uma mulher com um radar poderoso. 
Por isso, quando eles não me vêem 
como se dissessem: acomoda-te no teu galho 
eu penso: bonitos como potros. Não me servem. 
Vou esperar que ganhem indecisão. E espero. 
Quando cuidam que não, 
estão todos no meu bolso. 



(Publicado em 22 de dezembro de 2003.) 

domingo, dezembro 14

CARLOS DE OLIVEIRA


TURISMO (1942) - Título da obra poética de estreia de Carlos de Oliveira.

Cinza,
os sinos dobrados
já pela tarde fria.

Porque arde em mim ainda,
de mágoa e bronze,
o sol do dia?

(Poema VIII, In Turismo
Trabalho Poético - Circulo de Leitores)

(Publicado em 23 de dezembro de 2003.)

sábado, dezembro 13

Pranto pelo dia de hoje


Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que não podem sequer ser bem descritas.

Sophia de Melo Breyner Andresen
In “Livro Sexto” – 1962

(Nas vésperas do 11º aniversário do ABSORTO, criado a 19 de dezembro de 2003, republico alguns dos primeiros posts - este de 28 de dezembro de 2003.)