Os meus conhecimentos acerca de questões de defesa nacional são os de um cidadão comum. Sou capaz de compreender que Portugal, como país marítimo, deve dispor de meios, destinados a fins civis e militares, que lhe permitam assegurar a soberania nacional, incluindo o vasto mar que é nosso.
Qualquer leigo entende que Portugal, não só pela história, como pela localização do seu território continental, teria muitíssima menos relevância geoestratégica sem o domínio de uma área significativa do Atlântico e sem os arquipélagos dos Açores e da Madeira.
O que me despertou a curiosidade foi uma questão bem mais prosaica. Então expliquem lá, pois ainda vamos a tempo, das razões do nome de baptismo dos ditos. Sempre são duas peças com o estimável valor de, para já, quase mil milhões de euros!
“Tridente” e “Arpão”? De quem foi a lembrança? Estava nos papéis do Dr. Portas? Como se justificam as designações? Em que tradição enraízam? Que imagem projectam de Portugal e das suas Forças Armadas no país e no mundo? Não havia nomes de militares portugueses ilustres? Talvez heróis? Da marinha de guerra? Ou de outros ramos? Ou mesmo de civis?
Estaremos condenados a dispor de dois poderosos – e caros – vasos de guerra com nomes que parecem de vulgares lanchas, barcos de pesca ou de recreio? Fica a manifestação da minha perplexidade e exarado o meu protesto! À consideração de quem de direito no estado democrático!
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