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Minhas muralhas de Jericó ruíram
Como as da lei antiga
Um dia só bastou para as lançar por terra.
Devia ter orgulho de as ter deixado
Cair sem que poeira alguma
As fizesse ainda ser do ar lembradas.
Devia ter orgulho de me ter vencido.
Orgulho de ter surgido inerme e intacto ter ficado.
O meu tesouro – que julgou levá-lo –
Enquanto fomos juntos me tocava.
E, longe, pode-lhe ser contíguo até
Mas a fronteira está em mim.
Devia ter orgulho mas não tenho.
Um vencedor obriga a um vencido
E ele é apenas um traído.
(19.2.61)
José Blanc de Portugal
Minhas muralhas de Jericó ruíram
Como as da lei antiga
Um dia só bastou para as lançar por terra.
Devia ter orgulho de as ter deixado
Cair sem que poeira alguma
As fizesse ainda ser do ar lembradas.
Devia ter orgulho de me ter vencido.
Orgulho de ter surgido inerme e intacto ter ficado.
O meu tesouro – que julgou levá-lo –
Enquanto fomos juntos me tocava.
E, longe, pode-lhe ser contíguo até
Mas a fronteira está em mim.
Devia ter orgulho mas não tenho.
Um vencedor obriga a um vencido
E ele é apenas um traído.
(19.2.61)
José Blanc de Portugal
ENÉADAS 9 Novenas
Imprensa Nacional – Casa da Moeda