Fotografia de sophie thouvenin
A questão em apreço é antiga e sempre foi tratada com a maior brutalidade, na vida privada, como a questão do aborto. Para efeitos de sociedade é tratada como a questão da interrupção voluntária da gravidez. Para o povo e para as elites é, em qualquer caso, uma prática comum desde tempos imemoriais. Todos nós, seja qual for o género, credo ou ideologia, já ouvimos falar e/ou participamos, directa ou indirectamente, na coisa.
O que está em causa, no referendo de 11 de Fevereiro, é a questão da despenalização, em determinadas condições, da interrupção voluntária da gravidez. Mas está em causa também o instituto do referendo, uma regalia democrática de que poucos povos se podem orgulhar.
Tenho para mim que o SIM vai ganhar embora não devesse dizer estas coisas pois os expertos vão achar que é um contributo para a desmobilização do campo dos apoiantes da minha própria causa. Vamos a ver.
Mas quero crer que a grande diferença entre este referendo e o de 1998, exactamente com a mesma pergunta, é que, para além de terem passado quase dez anos, hoje, ao contrário do que acontecia em 1998, o líder do PS apoia o SIM.
Podem alguns esgotar-se em passajar a imagem do Eng.º Guterres, lustrá-lo e aspergi-lo, que nada o tornará politicamente inocente nos resultados de 1998. Ele era, em consciência, pelo NÃO e, em conformidade, votou. Sendo líder de um partido, laico e progressista, que representa um eleitorado maioritariamente adepto do SIM, convenhamos que é obra.
Desta vez, por mor da liderança de Sócrates, quer se goste ou não, o PS regressou à crença natural. Esta “pequena diferença” muda tudo e coloca o SIM em melhor posição para vencer. Mas para que a vitória eleitoral do SIM se transforme numa verdadeira vitória política é preciso que a abstenção não obtenha a maioria absoluta.
O que os defensores do SIM devem fazer, predominantemente, nesta campanha é apelar ao voto. Simplesmente apelar ao voto! Porque não é só a questão da despenalização do aborto que está em causa é também a questão da democracia.
A questão em apreço é antiga e sempre foi tratada com a maior brutalidade, na vida privada, como a questão do aborto. Para efeitos de sociedade é tratada como a questão da interrupção voluntária da gravidez. Para o povo e para as elites é, em qualquer caso, uma prática comum desde tempos imemoriais. Todos nós, seja qual for o género, credo ou ideologia, já ouvimos falar e/ou participamos, directa ou indirectamente, na coisa.
O que está em causa, no referendo de 11 de Fevereiro, é a questão da despenalização, em determinadas condições, da interrupção voluntária da gravidez. Mas está em causa também o instituto do referendo, uma regalia democrática de que poucos povos se podem orgulhar.
Tenho para mim que o SIM vai ganhar embora não devesse dizer estas coisas pois os expertos vão achar que é um contributo para a desmobilização do campo dos apoiantes da minha própria causa. Vamos a ver.
Mas quero crer que a grande diferença entre este referendo e o de 1998, exactamente com a mesma pergunta, é que, para além de terem passado quase dez anos, hoje, ao contrário do que acontecia em 1998, o líder do PS apoia o SIM.
Podem alguns esgotar-se em passajar a imagem do Eng.º Guterres, lustrá-lo e aspergi-lo, que nada o tornará politicamente inocente nos resultados de 1998. Ele era, em consciência, pelo NÃO e, em conformidade, votou. Sendo líder de um partido, laico e progressista, que representa um eleitorado maioritariamente adepto do SIM, convenhamos que é obra.
Desta vez, por mor da liderança de Sócrates, quer se goste ou não, o PS regressou à crença natural. Esta “pequena diferença” muda tudo e coloca o SIM em melhor posição para vencer. Mas para que a vitória eleitoral do SIM se transforme numa verdadeira vitória política é preciso que a abstenção não obtenha a maioria absoluta.
O que os defensores do SIM devem fazer, predominantemente, nesta campanha é apelar ao voto. Simplesmente apelar ao voto! Porque não é só a questão da despenalização do aborto que está em causa é também a questão da democracia.