Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
domingo, setembro 25
sábado, setembro 24
Memórias do MES
Inclui as fotografias de Rosário Belmar da Costa do 1º de Maio de 1974
Este texto foi elaborado para o blogue, já encerrado, Caminhos da Memória e republico-o a propósito do almoço/convívio de 12 de Novembro próximo. (Com pequenas alterações).
Como escrever uma posta acerca de uma memória antiga que não surja aos olhos de quem a lê como o rumorejar de um passado morto? Não sei! Apesar do risco sinto que, no terreno movediço das memórias, há exercícios que valem a pena. É o caso deste que partilho convosco.
Um dia, nos idos de 2007, através de uma cadeia de amigos chegaram-me às mãos quatro fotografias que testemunham o surgimento público do MES (Movimento de Esquerda Socialista).
Aconteceu na celebrada manifestação do 1º de Maio de 1974, em Lisboa, a tal inultrapassável em tudo - desde a aritmética à emoção - que autenticou a vitória do golpe militar com a marca de água de uma massiva, genuína e entusiástica adesão popular. Tendo-me chegado às mãos as ditas quatro fotografias, depois de tanto ter cismado acerca da sua eventual inexistência, havia de promover a sua divulgação.
Escrevi então, se não erro, três postas no absorto mas a colecção nunca antes havia sido publicada. O interesse em voltar ao tema, no presente, é, pois, somente o de deixar disponíveis, e arquivadas, nos Caminhos, as fotografias (únicas) da Rosário Belmar da Costa e, em jeito de remate transcrever dois comentários de quem testemunhou, ao vivo, a manifestação (no caso a fotógrafa de ocasião) dando conta da anárquica discussão acerca da sigla do nascente MES que havia de ser, até ao fim, «de esquerda» e não «da esquerda» como surgiu anunciado no artesanal pano inaugural.
Comentou a Rosário:
Eduardo,
Estivemos, eu e o Xico (Camões), a puxar pela memória e o que nos lembramos é que começámos o dia por ir ao Bombarral buscar uns livros de capa preta que o Mil Homens tinha conseguido imprimir numa tipografia de lá (sobre o que eram os livros já não nos lembramos - textos de antes do 25 de Abril e prefácio posterior, mas talvez tu saibas *).
Depois viemos ter com o Agostinho (Roseta) (lá para os lados da Portugália) que, fardado, não queria aparecer em evidência. Não sei mesmo mas penso que é o tipo de costas ao pé do pau do lado esquerdo.
A ideia do cartaz foi do César de Oliveira (creio que ainda houve alguma discussão sobre se era Movimento da Esquerda ou Movimento de Esquerda…), que esteve o tempo todo esfuziante aos gritos. Ao pé de nós apareceu um grupo, de desertores e refractários acabadinhos de chegar de Paris, animadíssimo (bem animadíssimos estávamos todos) capitaneado pelo Zé Mário Branco aos gritos de «Desertores, Refractários, Amnistia Total!». Foi uma tarde de sonho, tal era o entusiasmo, a quantidade de gente toda feliz, a alegria que estava no ar!
Quanto à fotografia o problema é lembrarmo-nos dos nomes…A partir de uma determinada altura já não foi possível fotografar mais nada, já que era tanta a gente que só do alto e com grandes angulares, meios fora do alcance dos amadores que éramos. Felizmente foram a P&B, que têm muita mais conservação que as feitas a cores!.
Rosário Belmar da Costa
* O livro intitula-se: Classes, política - política de Classes.
Comentou a Luísa Ivo:
O nome do movimento foi amplamente discutido numa reunião no Centro Nacional de Cultura, no fim-de-semana entre o 25 de Abril e o 1º de Maio. Não me lembro de alternativas à sigla depois aparecida, nem recordo já quem defendeu fosse o que fosse. Sei que foi uma reunião confusa, com pessoas a entrar e a sair, com variadíssimos contactos telefónicos, mesmo para outros pontos do país. Tentava-se informar a malta que connosco se articulava há anos. Recordo um telefonema que fiz para amigos do Sindicato dos Electricistas de Coimbra (ou talvez do Centro), por indicação do Victor Wengorovius que teve um papel central nessa reunião de coordenação.
Um abraço grande para quem aqui passa e para ti em especial da
Luísa Ivo
quinta-feira, setembro 22
quarta-feira, setembro 21
terça-feira, setembro 20
segunda-feira, setembro 19
MES - 30 ANOS DEPOIS
A memória não é uma arma de arremesso mas simplesmente o que nos faz viver em paz connosco mesmos. Uma comunidade sem memória é uma comunidade desarmada perante os desafios do futuro e os seus perigos. Seremos nós próprios mais autênticos perante a sociedade se assumirmos, em todas as suas facetas, o nosso passado. Evocar e celebrar, em liberdade, um acto político do passado que nos tocou profundamente é um exercício de cidadania. É esse o sentido da minha adesão à iniciativa que podem conhecer acedendo a este blogue.
sábado, setembro 17
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!
quinta-feira, setembro 15
segunda-feira, setembro 12
domingo, setembro 11
CHILE - 11 DE SETEBRO DE 1973
hommage a salvador allende por dictys
Há uns anos atrás visitei Santiago e, pela manhã cedo, de um dia frio, depositei cravos vermelhos na campa de Allende. Os Estados Unidos, campeões da democracia, sem ironia, apoiaram o derrube de Allende, eleito pelo voto popular, colocando no seu lugar um ditador. Ironias da história! Para que não esqueça. Todos os anos este dia deve ser cravado na memória dos democratas.
sábado, setembro 10
11 DE SETEMBRO DE 2001
Em 2008 publiquei um post alusivo ao 11 de Setembro. Ele mantém-se actual com excepção de Obama ter apanhado Laden o que Clinton e Bush não foram capazes de fazer. Mas o mundo hoje, sem Laden, está mais perigoso que nunca.
O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 FOI O PRIMEIRO DIA DE AULAS NA ESCOLA DO MEU FILHO. POUCOS MINUTOS ANTES DAS 8 DA MANHÃ DEIXEI-O PARA O INÍCIO DO 5º ANO. POUCO DEPOIS NO LOCAL DE TRABALHO ACHEI O AMBIENTE ESTRANHO. A TELEVISÃO LIGADA TRANSMITIA UM ACONTECIMENTO QUE PARECIA FICÇÃO. ENTENDI QUE ALGUMA COISA DE MUITO GRAVE SE ESTAVA A PASSAR. A PARTIR DESSE DIA O MUNDO MUDOU E ESSE CICLO DE MUDANÇA AINDA NÃO CHEGOU AO SEU TERMO. OU TALVEZ SEJAM DIVERSOS CICLOS DE MUDANÇA QUE SE ENTRECUZAM... AO FIM DE SETE ANOS BUSH NÃO ACHOU LADEN. O MUNDO TORNOU-SE MAIS PERIGOSO. PAIRAM NO AR AMEAÇAS DE RECESSÃO E DE GUERRA (FRIA?). NA ESCOLA DO MEU FILHO ESTE ANO AS AULAS JÁ COMEÇARAM E NÃO O FUI LEVAR. É O 12º E ELE GANHOU AUTONOMIA. SINTO QUE ESTAMOS TODOS MAIS SOZINHOS E DESCRENTES NO FUTURO.
sexta-feira, setembro 9
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segunda-feira, julho 25
SINAL DE ALARME
É perigoso menosprezar, ou banalizar, este atentado. Aos responsáveis políticos, em democracia, compete fazer o seu trabalho incluindo exigir às polícias todas que não se deixem cair na rotina. Os cidadãos, incluindo neles os que têm como profissão "fazer opinião", que cuidem de não ceder ao populismo aceitando as diferenças com uma cuidada tolerância.
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sábado, julho 23
sexta-feira, julho 22
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segunda-feira, junho 27
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sábado, junho 11
sexta-feira, junho 10
quinta-feira, junho 9
quarta-feira, junho 8
ANTÓNIO COSTA (2)
Cada um sabe de si, faz opções, escolhe caminhos e prazos, entendo a opção de Costa se for esta a opção de Costa. Mas o PS ficará menos coerente na sua afirmação política no próximo futuro. Reparo que os fazedores de opinião da actual maioria passam mais tempo a falar do PS do que de outra coisa qualquer. O PS é um partido charneira e precisaria de encontrar uma liderança forte. Parece que não vai acontecer...
segunda-feira, junho 6
ANTÓNIO COSTA
Não sei o que se está a passar nos bastidores do PS. O que sei é o que vem nas notícias. Mas, na minha modesta opinião, António Costa tomará uma opção errada se não avançar para a liderança do PS. O tempo político já não é o que era. As dificuldades do país exigem as soluções mais fortes. Também na oposição. O PS não pode ser, neste tempo, um vazio de política no verdadeiro sentido da palavra. A disputa do poder político democrático faz-se a uma velocidade alucinante e sem tréguas. Quem faltar hoje à chamada, sendo o melhor, amanhã perderá.
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Hector Berlioz
Muitos ficaram felizes com a derrota de Sócrates mesmo muitos daqueles que antes o apoiaram. O pior mal não é a adversidade na luta por fazer vencer uma ideia é a ausência de ideias pelas quais valha a pena lutar. Um dia, mais tarde que cedo, se sentirá a sua falta. Adiante, por agora, pois chegará o tempo próprio para tentar entender o ódio que Sócrates suscitou em tanta “gente de bem”.
Mas o futuro continua a precisar de ideias renovadoras, projectos mobilizadores e gestores ousados cuja acção convergente as exigências do Memorando de Entendimento não dispensa. A começar na própria reforma da democracia representativa pois não se pode desvalorizar o facto de ter sido a ABSTENÇÃO a grande vencedora destas eleições com 41,1% dos votos (mesmo com muitos eleitores fantasmas!).
Hoje, na hora da derrota, Sócrates deve ter sentido o velho sentimento da ingratidão que se apossa dos grandes lutadores quando perdem. Mas o seu discurso de derrota foi uma notável lição de política democrática, assumindo as responsabilidades pelo resultado, retirando as consequências e reafirmando, ao mesmo tempo, de forma positiva e inequívoca, os valores do único partido da esquerda democrática portuguesa – O Partido Socialista - quer seja chamado a exerçer funções de governo, quer seja chamado a ser oposição.
O PS é um partido nacional, fundador da democracia em Portugal e, seja qual for a sua futura liderança, desempenhará em tempo de oposição um papel central na política portuguesa. Ninguém pense que é possível fazer frente aos desafios que se perfilam no horizonte da vida nacional se o futuro governo de maioria, centro direita, assentar a sua orientação política na hostilização da esquerda derrotada nestas eleições e, muito menos, hostilizando o Partido Socialista.
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