Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quinta-feira, março 11
Marcelo - II mandato
Passou um dia sobre a tomada de posse de Marcelo, já parece imenso tempo de tal forma que ia começar
a escrever uma frase como se estivesse atrasado no comentário ao reinício de funções do PR. Não é uma
rotina, muito menos obrigação,não sou comentador político, simplesmente cidadadão, com acesso à palavra,
como na verdade sempre aconteceu, sob diversas formas, desde a adolescência. Marcelo além do mais é um
personagem fascinante, diria uma personalidade de rasgos surpreendentes, de sensibilidade autoalimentada
pela necessidade de estar presente, de exuberância racional excessiva, uma surpresa para muitos de nós que
somos herdeiros do binário tendencialmente simplista da contraposição direit/esquerda. Em 2016 não votei Marcelo,
mas depressa percebi (e escrevi)que havia sido eleito um presidente diferente (nem falo em Cavaco), mais
atento às necessidades do nosso tempo, quando o povo tende a descrer da democracia, exigindo alento para além de promessas de melhores tempos e
carece da segurança improvável trazida por uma palavra afetuosa ou um inesperado abraço. Coisas do imaterial.
Desta vez levou o meu voto e logo na noite eleitoral percebi que o mereceu e mais ainda com o discurso de posse.
Ele há coisas na politica como na vida que trancendem o que julgavamos como adquiridos imutáveis mudando o sentido dos nossos gest
sem mudar a essência das nossas convições.
terça-feira, março 2
No alivio dos efeitos da pandemia
Ao mesmo tempo que os efeitos da pandemias dão sinais claros de abrandamento volta a abrir-se um pouco mais
o debate politico. Por estes dias a vacinação comanda a politica. Se na entrada para o verão o desconfinamento
inevitável for seguro e robusto a economia recupera em v, o segundo semestre será de forte retoma e a
direita politica ficará dividida e apeada até ao final da legislatura. Depois se verá...
sexta-feira, fevereiro 26
Pandemia, ao fim de um ano
A pandemia pode ser glosada de diversas maneiras mas poucos a encaram no espaço público, de forma sistémica
, como um fenómeno catastrófico. Uma catástrofe, tal como os grandes terramotos, inundações, conflitos bélicos, etc.
Há imensa literatura acerca do tema mas são raras as abordagens que vão além da superficialidade dos seus efeitos
no quotidiano da vida em sociedade. Existe ligação direta entre a pandemia e o desafio climático, o
modo de vida consumista, a erosão dos valores humanistas? A natureza da qual o homem é pertença,
"vinga-se" dos tratos de polé a que o homem a tem sujeitado ao longo de séculos? Trata-se afinal de um desastre natural.
Quem são os ganhadores à saída da fase crítica? E os grandes perdedores? Um mundo de surpresas por revelar.
Tal como nos grandes conflitos bélicos a morte banalizou-se. É esse aspeto que mais me atormenta neste tempo.
Que ao menos um dia mais tarde alguém se dedique a estudar o fenómeno e a tirar lições das suas consequências.
sábado, fevereiro 13
General Humberto Delgado
Passam hoje 56 anos sobre o assassinato do General Humberto Delgado. Honra à sua memória. Nunca esquecer este crime hediondo
da ditadura de Salazar.
terça-feira, fevereiro 2
Notas Politicas (35)
Duas semanas após as presidenciais. Fora o jogo politico, em torno das disputas dos incertos amanhãs,
parece ainda haver quem não tenha reparado que a maioria do eleitorado socialista votaria sempre em
Marcelo. À liderança do PS restavam duas opções: levar o PS à derrota apoiando um candidato saído das
suas fileiras ou associado pela perceção pública aos socialistas ou apoiar Marcelo dando liberdade de
voto. Na politica como na vida, face à dura realidade, ganhar pode ser, simplesmente, não perder.
segunda-feira, janeiro 25
Notas Politicas (34)
Finito. Marcelo ganhou as presidenciais. Na verdade o jogo estava feito. Nada de novo a ocidente, salvo que
o populismo mostrou os dentes. A classe média precisa de respostas que lhe restitua a esperança na
democracia representativa. Reformas, reformas, reformas.
sexta-feira, janeiro 22
Notas Politicas (33)
A campanha eleitoral está a chegar ao fim (estranha campanha!). Amanhã é dia de reflexão (coisa antiga!).
Pela minha parte não preciso de mais reflexão do que aquela que tenho feito enquanto vivo e trabalho(estranha
esta afirmação para um cidadão com 73 anos de idade). Na verdade, formalmente, existem vários
candidatos todos com a mesma dignidade perante a lei e a grei. Já do boletim de voto não se pode gabar quem organiza
o ato pois ostenta ao cimo um candidato que não é candidato. (estranha forma de cooperação entre as
diversas entidades às quais compete organizar o ato). Adiante. Dos sobrevivos à campanha são 7 que se
sujeitam ao escrutínio dos cidadãos eleitores. Admiro-lhes a coragem e a ousadia de caminhar pelo caminho das pedras
a mor parte do tempo na escuridão cerzida pela pandemia que fere e mata mais do que alguma vez sonhamos.
Vou votar, como sempre aconteceu em todas as eleições democráticas pós 25 de abril, com a mesma necessidade vital de participação civica.
Muda o ar do tempo mas não muda meu sentir no dia do voto. Feliz por ser possivel escolher livremente ao contrário
de meu pai, por exemplo, que só votou pela 1ª vez em eleições livres com mais de 64 anos de idade. Quando voto lembro-me sempre
de meus pais e da sua felicidade - vestidos a rigor - no dia das primeiras eleições livres -
25 de abril de 1975. O meu voto vai para Marcelo Rebelo de Sousa, o único candidadto com estatura de
estadista, mau grado o seu estilo que paradoxalmente, ou talvez não, aproximando-se do povo causa mau estar
em boa parte das elites. Paciência. Voto na experiência e na estabilidade, deixando para trás das costas aventuras fúteis que o tempo
não está para experimentalismos. Tudo na vida tem seus riscos e o voto não foge à regra. Eu arrisco o meu voto
num candidato que não pertence à minha área politico/ideológica em favor do equilibrio dos poderes,
da força da inteligência e na capacidade de representar a República, na frente interna e externa,com responsabilidade de Estado. Está dito.
terça-feira, janeiro 19
Notas Políticas (32)
Hoje é dia 20 de janeiro que assinala o final de um quadriénio presidencial americano e o inicio de
mandato de um novo inquilino da "Casa Branca". Ao contrário dos últimos 8 anos, correspondentes a dois
mandatos presidenciais nos USA, com inicio em 20 de janeiro de 2009, pouco tenho para dizer, quase nada
me apetece dizer. Deixai falar o silêncio. Lembro-me de leituras antigas a cujos ensinamentos, com mais
ou menos vigor, e lucidez, me mantive fiel ao longo do tempo. Nada, nem ninguém, me fará desesperançar
no futuro do homem e na sua capacidade de resistir às ameaças à liberdade, à democracia, à paz e
concórdia entre os povos e as nações. Com respeito aos valores fundamentais em que assentam as nossas
sociedades democráticas, com seus vícios e virtudes, nada está definitivamente assegurado, mas também
nada está definitivamente perdido. Existe pelo meio o tempo e o espaço nos quais se movem os mais
mesquinhos interesses, e seus coros de guerra, mas também as forças do espirito da liberdade, da
cultura e da paz que, no caso da Europa do pós guerra, durante mais de 70 anos foram capazes de
resistir às tentações totalitárias. Estou convicto que continuaremos, atentos e vigilantes, a
mantermo-nos fiéis, no próximo futuro, a essas extraordinárias conquistas alcançadas com o sacrifício
de milhões de vidas de cidadãos do mundo.
(20 de jeneiro de 2017)
segunda-feira, janeiro 18
Notas Políticas (31)
O calendário colocou o 20 de janeiro como dia da posse do novo presidente americano e logo de seguida
24 de janeiro como dia da eleição do presidente português. Dois países atlânticos e aliados estratégicos.
Um pequeno país periférico na Europa outro um grande país continente. O que têm em comum é paradoxal: duas potências marítimas.
Uma muito antiga que vive com a sua história do dominio dos mares, outra muito moderna que vive com o poder de suas riquezas.
Um povo que se desvaloriza quase sempre s si próprio,outro que, pelo contrário, se hipervaloriza.
Nos próximos anos por entre tormentas que se desenham no presente e ameaçam um futuro de paz e concórdia entre as nações tudo se conjuga para uma aproximação entre Portugal e USA. Assim a diplomacia portuguesa seja capaz de dar esse salto
reorientando as suas prioridades externas embora no contexto da UE. Qual o presidente que melhor serve
esta estratégia do lado de Portugal: Marcelo Rebelo de Sousa.
domingo, janeiro 17
Notas Políticas (30)
Por esta hora daqui a uma semana já saberemos o resultado das presidenciais que mais não seja as projecções de
sondagens à boca das urnas. Espero que tudo fique resolvido à primeira volta para acabar com o tempo de antena
dos candidatos. É necessário manter a politica e a ideologia na primeira linha de prioridades da nossa vida coletiva.
Mas que tal dar prioridade absoluta, de emergência, à pandemia? E aos efeitos dela?
Notas Políticas (29)
Hoje, uma semana antes do dia oficial do voto, já se vota por antecipação. É possível que sejam feitas sondagens
sérias. A pandemia não interrompeu a democracia. Não há incidentes. Nada mau. A ver vamos.
quarta-feira, janeiro 13
Notas Políticas (28)
Hoje acabaram os debates presidenciais em todas as modalidades - pelos menos nos principais canais de TV.
Amanhã será anunciado um confinamento mais duro no âmbito do estado de emergência. O que resta da campanha
eleitoral que levará ao voto, e correspondente eleição do Presidente, decorrerá em condições unicas e nunca
vistas. A abstenção será elevadíssima. Não sei se alguém tomará a sério a necessiddae de reformar -
mesmo sem revisão constitucional - o sistema eleitoral a começar pela reforma da CNE para que não seja o
próprio regime democrático, através das suas instituições, a enfraquecer o regime democrático. os cidadãos
têm que ver facilitado o processo de aceder ao voto. Alguém que tome a peito a tarefa de encetar esta reforma
de imediato. Não vale a pena nem se justifica ficar de braços cruzados ou argumentar com a necessidade de
uma revisão constitucional.
domingo, janeiro 10
Notas Políticas (27)
Acabaram os debates a 2 nas TV s está bem entendido. Todos os pormenores são importantes nesses debates.
Hoje ouvi uma conversa de café na qual uma senhora se referia à cor do baton de Marisa no 1º debate em tom crítico.
Mas logo corrijido, segundo ela, no 2º. No fundo existe unanimidade: ganharam todos. Mas os debates foram importantes, As razões das
vitórias são multifacetadas e nem vale a pena tentar inumerá-las. Segue-se a campanha à chuva da pandemia.
Melhor estarão aqueles que somente apareçam para o "boneco" para não darem maus exemplos em pleno
confinamento. No final de tudo, dia 23 pela noitinha, refletiremos e no dia seguinte lá iremos como sempre desde que as eleições são
livres à assembleia de voto cumprir o dever cívico. Não é nada pouco cumprir esse dever mesmo sem saber ainda ao certo
em quem votar.
quinta-feira, janeiro 7
Notas Políticas (26)
Debates. Curtos no tempo e ainda bem. O tempo em televisão torna cada segundo uma eternidade. Nem é preciso muito tempo
para conhecer melhor (ou de todo) cada candidadata ou candidato. Admirei o candidadto Tino e suas
metáforas demolidoras em defesa da democracia e da igualdade. Foi o único momento em todos os debates
a que assisti em que se foi além do banal discurso politico defensivo. Marcelo não precisa de fazer grandes
esforços pois toda a gente já conhece o seu estilo mas talvez não conheça tão bem o seu posicionamento
ideológico e político. É um social democrata que professa a doutrina social da igreja católica. Não há muito
mais a saber além de verificações óbvias como a da sua idade - 72 anos - e de algumas ideosincrasia que tornam a sua figura singular. Os restantes ainda dispõem de muitos anos para voltarem a concorrer.
segunda-feira, janeiro 4
Notas Políticas (25)
Debates do dia. Um deles entre duas amigas com largas estadias no parlamento europeu - um dos mais
ambicionados lugares de eleição. Prova que pode haver divergência na convergência. O outro entre o candidato que a esquerda toma como de direita (e eu prefiro considerá-lo social democrata)
e o candidato comunista. Prova que pode haver convergência na divergência.
domingo, janeiro 3
Notas Políticas (24)
Após os dois primeiros debates nos quais participou Marcelo Rebelo de Sousa é possível, mesmo para os
mais céticos, confirmar as suas posições como as de um social democrata. A sua posição política e postura
ideológica são próprias de um social democrata. Ver-se-á como correm os próximos mas se mantiver a coerência
com as postura destes dois primeiros apresenta-se como um reduto de defesa da democracia. Pois o nosso
tempo, e o que se avizinha, não é para aventuras. Será duro, eivado de imensos perigos, mesmo para as
mais modestas conquistas adquiridas no pós 25 de abril, incluindo a prória democracia.
sábado, janeiro 2
Notas políitcas (23)
Começam hoje os debates frente a frente. Tarefa difícil é a de reverter a expetativa de uma enorme abstenção.
Haverá um vencedor, um eleito, mas a abstenção pode ganhar a todos.
quarta-feira, dezembro 30
Notas Políticas (22)
Os candidatos à eleição presidencial serão em número de 7 (número cabalístico)conforme decisão do Tribunal Constitucional.
São poucos em número absoluto e ainda menos os que, sem demérito para as suas qualidades pessoais e legitima aspiração a sujeitar-se ao escrutínio, contam para a elevação do debate politico.
Mas as coisas são como são. O que mais importa é o debate e a afirmação da democracia cujo maior
inimigo é a abstenção. Eu pela minha parte, voto sempre como desde as primeiras eleições democráticas pós 25 abril.
E assim será de novo. Um dos 7 candidatos vai ser eleito Presidente da República mesmo que me não
sinta entusiasmado por qualquer deles.
segunda-feira, dezembro 28
Notas políticas (21)
Surgem por aí muitos cidadãos de boa fé, bem formados e informados, que insistem em classificar Marcelo
Rebelo de Sousa como de direita ou mesmo de direita e extrema direita. Na verdade a sua candidatura
presidencial é apoiada formalmente pelo PSD e CDS/PP, mas Marcelo Rebelo de Sousa é um social democrata.
Nada indicia que tenha abandonado o seu conhecido posicionemante ideológico e político social democrata.
Sejam quais tenham sido ou venham a ser as derivas politico/ideológicas do PSD a candidadtura presidencial
é pessoal podendo ou não ser apoiada por partidos. Até ver é assim qua manda a CRP pelo que os candidatos
valem pelo seu próprio pensamento e ideologia. Individual e indelegável. E um social democrata, por tradição
histórica e obediência ideológica não é, salvo desvios radicais que não antevejo em Portugal, não é de direita e muito menos de extrema direita.
quarta-feira, dezembro 23
Notas Políticas (20)
Começaram as entrevistas aos potenciais candidadatos presidenciais (pois candidato formal ainda não há
nenhum). É o que se chama na gíria a précampanha mas dentro de um mês será a véspera do dia de reflexão.
O tempo é curto. As (os) candidatas (os), na verdade, têm pouco para dizer que entusiasme e cidadão
eleitor que se relacione com a função presidencial. Daqui que muito cidadão habitual eleitor possa
vir a deixar de o ser, ou seja, que se abtstenha. No caso concreto deste eleição o candidata/presidente Marcelo parece
ter tudo a ganhar enquanto outras/os parecem ter tudo a perder. Mas pode acontecer que se não possa adotar
uma linha de pensamento tão linear. Desde logo porque podem acontecer imprevistos neste tempo de tantas incertezas.
E mais ainda do que os acontecimentos inesperados o candidato/presidente Marcelo não pode querer conquistar o céu e a terra.
Não parece que a sua afirmação de que afasta o cenário de crise política em 2021 seja suficiente para
convencer uma boa parte do eleitorado socialista. Pois não haverá em qualquer caso crise politica por razões que
decorrem da Constituição, da crise pandémica e seus efeitos e do calendário eleitoral. Marcelo
candidato não pode atropelar Marcelo presidente e muito menos atacar, mesmo que de forma habilidosa, o
governo em funções. Parte do eleitorado socialista, e democrático, pode legitimamente desconfiar de
Marcelo futuro presidente quando for necessário tomar decisões que impliquem validar futuras soluções de
governo. O resultado final pode vir a ser uma desilusão para o próprio Marcelo pois ganhar à primeira volta
com 52% dos votos- tal como em 2016 - será uma desilusão e enfraquerá o seu magistério futuro. Os sucessivos atos eleitoriais em Portugal provaram que o povo é tudo menos burro.
Daqui a 15 dias a situação será mais clara, mas não gosto de demagogia populista venha de onde vier.
O meu voto irá para o que considere o menos populista das/os candidatas/os pois o voto é secreto e individual.
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