terça-feira, novembro 28

SIM

Posted by Picasa Fotografia de sophie thouvenin

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

SIM. SIM. SIM. SIM. SIM. SIM.

CAMUS - PRIMEIRAS OBRAS E ADESÃO AO MOVIMENTO ANTIFASCISTA

Posted by Picasa Imagem Daqui

Sublinhados de Leitura das Obras Completas – Introdução e Cronologia (1)

1932

Março : Camus publica no Sud «Un nouveau Verlaine».
Maio : publica no Sud «Le Poète da la misère, Jehan Rictus”.
Junho: publica no Sud «La philosophie du siècle» (sobre Bergson) e «Sur la musique». Obtém a segunda parte do « baccalauréat » com a menção de muito bom.
Aprendeu a apreciar melhor Gide graças ao “Journal”, ao ponto de o preferir a qualquer outro escritor; pelo contrário detesta Cocteau. Jean Grenier fá-lo descobrir Proust, que se torna a sua figura do “artista”.

1933

É provavelmente o ano em que Camus escreve uma novela cujo personagem principal dá pelo nome de Béritha e que se perdeu; o assunto é conhecido através de uma nota que ele endereça a Max-Pol Fouchet, de quem se tornou amigo.
30 de Janeiro: Hitler toma o poder na Alemanha. Camus cedo começa a militar no movimento antifascista Amsterdam-Pleyel.
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« Camus a découvert le jardin de la culture grâce à l´école, aux livres, à ses maîtres, bientôt aux « intercesseurs » qu´il se choisit, au sens baudelairien du terme, et parmi lesquels figure Baudelaire lui-même ; … la lecture de Gide est capitale, comme celle de Malraux, de Montherlant – mais aussi de Nietzsche ; Camus est fasciné par les classiques – Pascal, Molière -, par Stendhal ou Proust, mais il lit aussi les écrivains de la NRF et ne peut être insensible à l’exemple de Jean Grenier, qui offre à ses étudiants le modèle d’un philosophe élaborant devant eux sa pensée. Camus ne se contente pas d’apprendre, de recevoir, il commence à bâtir son propre édifice. »

(1) In “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi.
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O IMPÉRIO DO MEIO

segunda-feira, novembro 27

ELEIÇÕES NO EQUADOR


Será uma estratégia da administração Bush? Na América Latina, eleição após eleição, os candidatos da esquerda, de feição populista, vão tomando o poder. A herança da administração Bush torna-se, dia a dia, mais pesada. A cimeira dos Açores abriu o caminho para uma derrota global dos neo conservadores e dos seus apoiantes.

Espera-se, ansiosamente, que José Manuel Barroso, o anfitrião daquela cimeira, se pronuncie acerca dos últimos desenvolvimentos políticos e militares na cena internacional. Pode mesmo ser numa das múltiplas entrevistas, aparições e declarações que tem produzido para consumo interno. Diga lá qualquer coisinha que vá além da Taprobana.

UM ABRAÇO

Posted by Picasa Miró

Só agora mesmo liguei o Respirar à Celta, afinal, a Maria José Margarido. O que fazer? Assinar por baixo dos silêncios. Abraçar o amigo JPN [Joaquim Paulo Nogueira]. Há gestos que não cabem nas palavras.

domingo, novembro 26

CESARINY - A ÚLTIMA ENTREVISTA

MÁRIO CESARINY MORREU

Posted by Picasa Fotografia Daqui

PASTELARIA

Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício]
e cair verticalmente no vício

Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

Mário Cesariny

JORGE DE SENA

Posted by Picasa Nubar Alexanian

“Que fazer? Exorcismos. E depois vagar como Camões numa ilha perdida, meditar sobre esta praia aonde a humanidade se desnude, e declarar simplesmente que terminamos (e começamos) por ter de declarar: Conheço o sal … sim, o sal do amor que nos salva ou nos perde, o que é o mesmo. O mais que vier não poderá deixar de continuar esta linha de, sobretudo, fidelidade “ à honra de estar vivo”, por muito que às vezes doa.

Mas – espero – voltaremos brevemente a encontrar-nos na leitura de Poesia – IV ou Quarenta Anos de Servidão, em que reunirei dispersos e inéditos dos quarenta anos de pública servidão poética que se cumprem em 1978. Que hei-de eu fazer senão comemorar-me a mim mesmo, se não sirvo para as comemorações de ninguém, e às vezes até estrago algumas?”

Jorge de Sena

(In Prefácio a “Poesia III”, Santa Bárbara, Julho de 1977)

sábado, novembro 25

LUÍSA MESQUITA

SEM TÍTULO - XXXVII

Posted by Picasa Fotografia de Elena Kulikova

Estendo a memória até onde a mão alcança
o tempo submerso resplandece de sabedoria

23 de Novembro de 2006

MES - IV CONGRESSO

Posted by Picasa Fotografia de António Pais
(Clique na fotografia para ampliar)

Esta fotografia, da colecção de António Pais, retrata um momento de descanso do IV Congresso do MES (1979). Eu próprio surjo nela, ao centro, com o Diomar Santos e o Eduardo Ferro Rodrigues. Tinha deixado de fumar cigarros dois anos antes e dedicava-me ao cachimbo arte que, entretanto, abandonei.

Este foi o derradeiro Congresso do MES e aquele que, de facto, abriu o caminho para a sua extinção. No I Congresso era inevitável a vitória da linha “esquerdista” e no último era previsível a vitória da linha “moderada” ou “liquidacionista”.

Pensando bem no MES todas as decisões políticas decisivas foram tardias. Tardio foi o I Congresso, realizado só oito meses após o 25 de Abril, e ainda mais tardio foi o jantar de extinção realizado mais de dois anos após o IV, e último, Congresso.

Mas, apesar de todas as hesitações e derivas, fomos capazes, de forma mais ou menos consciente, mais ou menos determinada, de tomar uma decisão historicamente relevante no universo partidário da III República: assumir, aberta e frontalmente, o esgotamento político de um projecto partidário. Vamos ver quanto tempo passará até que aconteça algo de semelhante na política portuguesa.
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O IV Congresso do MES realizou-se em 8 de Julho de 1979.

sexta-feira, novembro 24

Posted by Picasa Imagem daqui

O Binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo
O que há é pouca gente para dar por isso.

óóóó---óóóóóó óóó---óóóóóóó óóóóóóóó

Álvaro de Campos, 15-1-1928
(O vento lá fora.)

quinta-feira, novembro 23

VW

Posted by Picasa Imagem Daqui

A VW anunciou, recentemente, a supressão de muitos milhares de postos de trabalho. São as vicissitudes de uma crise provocada pela depressão do mercado automóvel na Europa que evidencia a sobre-capacidade de produção instalada.

Ao contrário de uma imagem que tem transformado, à luz das suas opiniões públicas, os países do sul em vítimas dos processos de “deslocalização” as decisões da VW mostram como a crise atinge o próprio centro da Europa.

A realidade aí está para o comprovar: nos próximos 3 anos a VW vai suprimir 20.000 postos de trabalho na Alemanha e, na Bélgica, vão ser suprimidos 3.500 e 4.000, passando o modelo Golf a ser produzido na Alemanha.

Talvez estas notícias, deprimentes para alemães e belgas, afinal os cidadãos que habitam os países que são o centro do centro da UE, contribuam para que a Europa se reconheça como uma entidade que já não é, simplesmente, um somatório de nações.

O impacto desta política também se sentirá nas fábricas da VW no Brasil, Pamplona (Espanha) e Palmela mas, ao que tudo indica, a fábrica localizada em Portugal será aquela que menos sofrerá.

A razão é simples: o “Sharan” e o cabriolet “Eos” são exclusivamente fabricados em Palmela e será muito difícil “deslocalizar” a sua produção para qualquer outra fábrica da VW. Mas a esta razão deve ser acrescida a acção da “Comissão de Trabalhadores”, que foi capaz de negociar acordos realistas, e o próprio empenhamento político do governo português.

A ver vamos …

MULHERES

André Malraux

quarta-feira, novembro 22

"A POLÍTICA COMO ACTIVIDADE INTELIGENTE"

Posted by Picasa Ségolène Royal

Todos sabem o que vai acontecer. As mulheres são maioritárias na sociedade. É certo que nem todas as maiorias geram diferenças de qualidade. Muito menos garantem a conquista do poder. Mas no caso das mulheres, no mundo ocidental, há um detalhe decisivo: o fenómeno crescente da feminização do trabalho.

Vai longe o tempo heróico das utopias feministas que, em Portugal, foram protagonizadas por Maria Veleda ou Carolina Beatriz Ângelo.

As mulheres são já maioritárias num conjunto alargado de profissões e exercem uma forte influência social. Toda a gente sabe quais são essas profissões. Com quotas, ou sem quotas, hoje, é a sociedade que “empurra” as mulheres para a ocupação de lugares no topo das instâncias de decisão política. Este movimento, salvo qualquer cataclismo imprevisível, é irreversível.

Todos sabem o que vai acontecer. As mulheres vão ocupar o poder. Não é por serem mulheres nem sequer por serem mais ou menos competentes que os homens. Não é por uma questão de beleza física ou de sedução mediática. Pois se a maioria do eleitorado é constituído por mulheres … É por encarnarem uma forma diferente de olhar os problemas da sociedade. É por abrirem um espaço vital para a esperança na reabilitação da política.

Na época em que tanto se fala da “morte das ideologias” a emergência de mulheres, como Ségolène Royal, na luta política ao mais alto nível é, provavelmente, como disse Vicente Jorge Silva, citando Jorge Almeida Fernandes que, por sua vez, citava o filósofo espanhol Daniel Innerarity a abertura de “um espaço para as ideias, ou seja, para a política como actividade inteligente". Depois se verá …

O "CAFÉ ATLÂNTICO"

Posted by Picasa Fotografia de “A Defesa de Faro”

Habitei o espaço do Café Atlântico vezes sem conta, tardes, noites, dias, sabendo mesmo os meus pais que lá me poderiam encontrar. Situa-se a meio caminho entre a "sociedade" onde lia os jornais todos – os da direita (a maioria) e os da esquerda – e a sala de bilhares do Café Aliança. A "Brasileira" era uma preciosidade que saboreava, de passagem, pela água fresca, os gelados, as caras e talvez a arte exposta, o "Atlântico" um lugar de estadias alargadas, de jogos de mesa, estudo (pouco) e conversas. Uma noite, já para o tarde, sentado a uma mesa com um amigo – não sei já qual – tremeu a terra de forte abalo. Todo o mundo correu para alcançar a rua. Lembro-me, como se fosse hoje, como nos mantivemos impassíveis na espera, sentados, como se nada acontecesse. Passado o pior, o "Atlântico" deserto, saímos e fomos à nossa vida. Os cafés da nossa cidade ostentavam títulos sugestivos: "Brasileira", "Atlântico", "Brasília", "Aliança"... Como se constituíssem uma rede organizada de espaços vivos criada à dimensão exacta das nossas necessidades de vivência em comum.

ESPANHA EM ALTA


É um crescimento triplo do previsto para Portugal (entre 1,2 e 1,4). Em Espanha as chamadas reformas estruturais, incluindo a consolidação orçamental, foram iniciadas, em força, no rescaldo da recessão de 1993. Passaram 13 anos e, por cá, ainda se crispam os ânimos com algumas medidas semelhantes ainda por cima, apesar de todas as contestações, no nosso velho estilo “português suave”. Uma coisa é certa: na economia tudo o que é bom para Espanha beneficia Portugal.

terça-feira, novembro 21

SIM

Posted by Picasa Fotografia de sophie thouvenin

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

SIM. SIM. SIM. SIM. SIM.

ONCE

Posted by Picasa Imagem daqui

Comprei um livro, antigo, de Wim Wenders, intitulado “ONCE – Pictures and Stories”, “stories with photos – or photos with stories.” É uma espécie de foto-biografia, ilustrado por 223 fotografias. Algumas retratam Lisboa e são introduzidas por uma frase simples: “… and Lisboa of the German of my childhood.” São fragmentos dos telhados de prédios dos Restauradores e o mural do MRPP, em Alcântara, no momento em que calceteiros trabalhavam no passeio defronte. Tenho um encanto especial por estes objectos de arte.