quarta-feira, novembro 12

BRAVO CARLA

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MES - Os dirigentes eleitos no II Congresso (II)


No contexto político em que foi realizado o II Congresso do MES, na ressaca do 25 de Novembro de 1975, não admira que a designação adoptada para a estrutura dirigente eleita fosse a de Comité Central, decalcada dos partidos comunistas, o que nunca antes havia acontecido. A sua composição, por outro lado, aproximou-se da representação nacional, reivindicação antiga das “bases” e, curiosamente, como sempre aconteceu, não contou com a participação de uma única mulher.

Atenho-me, nesta abordagem, à composição dos órgãos dirigentes do MES permitindo, no período que decorreu entre o II e III Congresso, observar um processo de depuração cujas razões políticas não abordo neste momento.

Eis a composição do Comité Central, e da Comissão Política, órgãos saídos do II Congresso, com as datas das respectivas eleições e a evolução da composição da Comissão Politica e do Secretariado, que resultaram das lutas internas que ocorreram desde o II até às vésperas do III Congresso.
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COMITÉ CENTRAL

João Mário Anjos *, Marcolino Abrantes *, Afonso de Barros *, Manuel Luís Brito (Coordenadora Regional de Viana), António Caetano (SORBA - Secretariado da Organização Regional do Baixo Alentejo), Celso Cruzeiro *, Francisco Cordovil - suplente - (SORL - Secretariado da Organização Regional de Lisboa), Valter Diogo (Núcleo de Castelo Branco), Francisco Farrica *, Eduardo Graça *, Rogério de Jesus *, Alberto Martins (SORP - Secretariado da Organização Regional do Porto), António Mil-Homens (Coordenadora Militar), António Moreira (SORBA), Augusto Mateus *, Carlos Mendonça (SORBL - Secretariado da Organização Regional da Beira Litoral), Edilberto Moço *, Fernando Ribeiro Mendes *, Luís Martins *, António Pires (SORBA), Eduardo Pontes (Núcleo do Açores), Manuel Pires (SORL), Nuno Teotónio Pereira *, Agostinho Roseta - suplente (Célula do Sindicato dos Têxteis - ORL), Agostinho Rafael (SORP), Cândido Rana (ORL - Célula Petroquímica), Eduardo Ferro Rodrigues *, Jacinto Rodrigues (SORP), José Manuel Raimundo - suplente (Núcleo de Faro), António Cortes Simões - suplente (SORBA), António Moreira dos Santos (Núcleo de São João da Madeira), Fernando de Sousa (SORBL), Vítor Silva *, Carlos Vargas (Núcleo de Faro), Vítor Wengorovius *.

(A lógica da ordenação dos nomes é indecifrável mas é a que consta do documento que tenho na minha posse. Assinalam-se as estruturas de origem de cada um dos eleitos, sendo assinalados com * aqueles que provinham da CPN -Comissão Política Nacional, eleita no I Congresso).

COMISSÃO POLÍTICA DO COMITÉ CENTRAL *

Marcolino Abrantes, Afonso de Barros, Francisco Farrica, Eduardo Graça, Rogério de Jesus, Alberto Martins, Augusto Mateus, Fernando Ribeiro Mendes, Manuel Pires, Nuno Teotónio Pereira, Eduardo Ferro Rodrigues. (* Eleita em 21 de Fevereiro de 1976 na 1ª Reunião Ordinária do C.C.)

Em 3 e 4 de Julho de 1976, na 5ª Reunião ordinária do CC, foi eleita uma nova Comissão Politica e, pela primeira vez, o Secretariado do C.C, com a seguinte composição:

COMISSÃO POLÍTICA:

Afonso de Barros, Francisco Cordovil, Eduardo Graça, Rogério de Jesus, Alberto Martins, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Carlos Mendonça, Fernando Ribeiro Mendes, Nuno Teotónio Pereira, Vítor Silva. (Sublinho os nomes que permaneceram da anterior CP sendo que, em Janeiro de 77, José Manuel Raimundo substituiu Rogério de Jesus.)

SECRETARIADO:

Afonso de Barros, Eduardo Graça, António Mil-Homens, Augusto Mateus e Nuno Teotónio Pereira. (Francisco Farrica substituiu Afonso de Barros, em Novembro de 76 e Fernando Ribeiro Mendes substituiu António Mil-Homens, em Janeiro de 77).

Em 7 e 8 de Abril (ou Maio) de 1977, na 6ª Reunião Extraordinária (15ª Ordinária) do C. C., foi eleita uma nova Comissão Política e um novo Secretariado:

COMISSÃO POLÍTICA:

Manuel Luís Brito, António Caetano, Francisco Cordovil, Francisco Farrica, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Eduardo Pontes, Nuno Teotónio Pereira, António Cortes Simões, Fernando de Sousa, Vítor Wengorovius. (Sublinho os únicos dois nomes que, entre 21 de Fevereiro de 1976 a 8 de Abril (ou Maio) de 1977, integraram todas as sucessivas Comissões Políticas.)

SECRETARIADO:

Francisco Cordovil, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Eduardo Pontes e Nuno Teotónio Pereira.

É assinalável o facto de, entre Fevereiro de 1976 e o verão de 1977, se terem afastado da Comissão Política, entre outros: Afonso de Barros, Eduardo Ferro Rodrigues, Eduardo Graça, Alberto Martins e Fernando Ribeiro Mendes.

Um dia, se não me faltar tempo, e vontade, voltarei à abordagem das vicissitudes políticas deste período conturbado da vida do MES.
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terça-feira, novembro 11

JUSTIÇA(S)

Scarlett Johansson

Um dia destes passei uma manhã no tribunal para testemunhar a propósito de um crime daqueles de pequena criminalidade. Nunca tinha visto, ao vivo, chegarem à sala de audiência presos algemados. Guardas prisionais, aparentemente cordatos, fardados a rigor. Silêncio, ordem e respeito nas relações entre os diversos intervenientes. Um mundo aparte com as suas regras e compromissos. Juízes, advogados, oficiais de justiça, arguidos e testemunhas cruzando-se nos intervalos das audiências. Mau grado todas as críticas, dúvidas, ressentimentos e atrasos, quiçá injustiças relativas, é sempre preferível a justiça do tribunal à “justiça mediática”, às ordens da “voz da rua”.
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sábado, novembro 8

A LUZ E A SOMBRA


Mais uma sondagem que aponta no mesmo sentido. As sondagens valem o que valem mas o PS continua a aguentar-se. Manuela Ferreira Leite já quase não tem margem para cair mais. À esquerda tudo, mais ou menos, na mesma. Quer-me parecer que não são manifestações de professores que inverterão esta tendência.
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A cadeira do dentista

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sexta-feira, novembro 7

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NÃO SE PODE NACIONALIZAR O BENFICA?

Gosto muito de ver jogar o Benfica mesmo quando joga mal e joga mal tantas vezes que até impressiona. São paixões que se constroem fora da nossa vontade e nos acompanham a vida toda. Mas não quero saber de ver jogar o Benfica na TV se me quiserem obrigar a pagar uma portagem extra ou me quiserem obrigar a mudar de operador do cabo. Prefiro nesse caso ver jogar o Braga como ontem vi dar um “banho de bola” ao Milão e depois perder. Mas parece que o Benfica que não vi jogar também perdeu e não sei mais nada dele. Agora esse senhor que aparece na comunicação social, que se chama Vieira, não me diz nada, nem quero saber para que lhe serve o Benfica. O que sei, ao certo, é que não me deixa ver jogar o Benfica na TV. Eu pergunto ao Sócrates que suponho ser benfiquista: não se pode nacionalizar o Benfica?
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ALBERT CAMUS


Pelo 95º aniversário do nascimento de Albert Camus anuncio que por estes dias ficará pronto um novo livro (“quase livro”) que baptizei com o título do seu último poema: Há um momento em que a juventude se perde. É o momento em que os seres se perdem. E é preciso saber aceitar. Mas esse momento é duro. Uma micro edição inspirada em Camus para as vésperas do Natal.
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quarta-feira, novembro 5

O PS PARA CIMA

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OBAMA VAI VENCER

Após a vitória de Obama em diversos estados chave estando outros ainda a ser disputados taco a taco julgo que falta pouco para a celebração. Aleluia!
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A direita política, seja qual for a sua capacidade de transfiguração, foi derrotada nas eleições presidenciais americanas de 4 de Novembro de 2008. O mais importante desta eleição é ir além da nação americana. Pelo perfil do candidato vencedor, pela natureza do seu discurso político, pela esperança de futuro que a sua vitória derrama nos nossos corações, é a politica que se eleva acima de uma nação para se catapultar no mundo global. Com todas as virtudes e defeitos desta nova realidade, cujos contornos e repercussões não sou capaz de abarcar, sinto que Obama é, para o bem e para o mal, também o meu Presidente. A síntese e a antítese. A singularidade e a pluralidade. A liberdade e a igualdade. Que viva!
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OBAMA

Ainda é muito cedo mas Obama vai na frente na Flórida e na Carolina do Norte o que é um sinal, a manter-se a tendência, que vai ganhar.
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terça-feira, novembro 4

NA ESPERA

Devo confessar que estou mais ou menos congelado à espera dos resultados das eleições presidenciais americanas. Podemos estar na antecâmara de uma mudança histórica nos destinos da América. Bem entendido salvaguardando as posições daqueles que acham que na América é sempre tudo igual. Enquanto passa o tempo, e os americanos votam em massa, o Sporting ganhou. Ora aí está um facto que parece confirmar uma mudança de ciclo no futebol português. Pode ter chegado ao fim o longo período de glória do FC Porto …
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segunda-feira, novembro 3

OBAMA

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À ESPERA QUE O TEMPO PASSE!


É difícil falar de política nacional na conjuntura actual, não por medo ou temperança intelectual, mas pela simples razão de ser praticamente ininteligível o discurso do principal partido da oposição. Sabendo o que representam os partidos da esquerda anti-poder a discussão politica só faria sentido tomando como alvo de análise, e critica, as propostas do PS e do PSD. Ora sendo conhecida a política do PS, identificáveis os seus efeitos, audíveis os descontentamentos e mensuráveis os apoios – pelo menos atendendo às sondagens – a outra face do jogo é preenchida por uma criatura estimável que, tendo acedido à liderança do PSD, apresenta propostas, e faz declarações, que ultrapassam o normal entendimento dos vulgares seres pensantes numa época que, todos o dizem, é a do regresso em força da política. Ora a minha percepção, decerto falível, é a de que o discurso político de Manuela Ferreira Leite é um apelo, embora ainda pouco estruturado, de regresso à autarcia. Um discurso eivado de ressonâncias salazaristas baseado no velho lema: “pobres mas honrados”. Custa a crer mas o tempo passa e parece que a estimável senhora não enxerga outra política senão a da “saída para trás” em oposição à da “saída para a frente”. Eu sei que ela espera que a crise financeira, à qual se estima se seguirá uma profunda crise económica e social, torne as suas arrecuas em valiosas e prudentes peças de um puzzle que credibilize uma nova ordem que nem ela, nem ninguém, sabe qual seja. Mas quer-me parecer que, ao contrário do que pensa, será ela a primeira a morrer às mãos dos seus, de que Sócrates a morrer às mãos da crise. Pois salvo qualquer volte face, que sempre pode ocorrer, é a natureza da crise e a passagem do tempo que, ao contrário de desgastarem o governo, desgastam a oposição. E só faltam 11 meses para as eleições legislativas!
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