"Um Pais abandonado" – Fotografia de Hélder Gonçalves
Aquilo não foi um debate. Foi um dueto. Uma chatice. Um monólogo a dois. Um formalismo frustrante.
Os candidatos pareciam estar a omitir todas as opiniões que pudessem susceptibilizar o adversário. Cheios de mesuras e de implícitas cumplicidades. Cavaco parecia dizer a Alegre para se portar bem pois, dessa forma, aumentaria as hipóteses de passar à 2ª volta. Alegre retorquia com vénias ao putativo e venerando Chefe de Estado.
O verdadeiro protagonista daquele debate foi, na verdade, Mário Soares.
Quem tenha assistido a um só debate BUSH-KERRY deve ter sentido o que eu senti: este não foi um debate, mas uma troca de galhardetes.
Espero sinceramente que Soares não se deixe cair nesta armadilha. É visível, logo nos primeiros comentários a este debate, a tentativa de confundir educação com sonolência democráticas. Os debates não servem para nada se não mostrarem as diferenças de opinião entre os candidatos.
Um candidato de esquerda (Alegre) está de acordo com tudo o que o candidato da direita (Cavaco) defende e vice-versa. Ali estiveram os dois nacionalistas. Cavaco, o nacionalista de direita. Alegre, o nacionalista de esquerda. Pareceu-me até o nacionalismo de Alegre mais vincado.
Alegre parece ter caído na ilusão de que pode ir buscar votos à direita ou mesmo à extrema-direita. Alguém o deve ter convencido que vai ter mais do que uns 8%!
Cavaco esteve igual a si próprio com uma diferença significativa: afirmou, a respeito de vários dossiers (Ota, por exemplo) assumido desconhecimento. Dessa forma evita tomar posição. Alegre seguiu-lhe os passos e repetiu, até à saciedade, referencias às virtudes da Pátria portuguesa.
É capaz de ser esta a táctica mais eficaz para ambos. Mas fica-se com a sensação que, como diz o povo, são todos iguais.
É triste ter de reconhecer que qualquer um serve para Presidente! Resultado final: Cavaco 0 – Alegre 0.
Aquilo não foi um debate. Foi um dueto. Uma chatice. Um monólogo a dois. Um formalismo frustrante.
Os candidatos pareciam estar a omitir todas as opiniões que pudessem susceptibilizar o adversário. Cheios de mesuras e de implícitas cumplicidades. Cavaco parecia dizer a Alegre para se portar bem pois, dessa forma, aumentaria as hipóteses de passar à 2ª volta. Alegre retorquia com vénias ao putativo e venerando Chefe de Estado.
O verdadeiro protagonista daquele debate foi, na verdade, Mário Soares.
Quem tenha assistido a um só debate BUSH-KERRY deve ter sentido o que eu senti: este não foi um debate, mas uma troca de galhardetes.
Espero sinceramente que Soares não se deixe cair nesta armadilha. É visível, logo nos primeiros comentários a este debate, a tentativa de confundir educação com sonolência democráticas. Os debates não servem para nada se não mostrarem as diferenças de opinião entre os candidatos.
Um candidato de esquerda (Alegre) está de acordo com tudo o que o candidato da direita (Cavaco) defende e vice-versa. Ali estiveram os dois nacionalistas. Cavaco, o nacionalista de direita. Alegre, o nacionalista de esquerda. Pareceu-me até o nacionalismo de Alegre mais vincado.
Alegre parece ter caído na ilusão de que pode ir buscar votos à direita ou mesmo à extrema-direita. Alguém o deve ter convencido que vai ter mais do que uns 8%!
Cavaco esteve igual a si próprio com uma diferença significativa: afirmou, a respeito de vários dossiers (Ota, por exemplo) assumido desconhecimento. Dessa forma evita tomar posição. Alegre seguiu-lhe os passos e repetiu, até à saciedade, referencias às virtudes da Pátria portuguesa.
É capaz de ser esta a táctica mais eficaz para ambos. Mas fica-se com a sensação que, como diz o povo, são todos iguais.
É triste ter de reconhecer que qualquer um serve para Presidente! Resultado final: Cavaco 0 – Alegre 0.