PS com maioria absoluta nas próximas eleições
Faltam 42 dias para as legislativas de 20 de Fevereiro. Acerca do calendário ninguém tem dúvidas. A sondagem divulgada ontem confirma uma certeza já enraizada na opinião pública: o PS vai ganhar. Já não é nada pouco. Subsiste, no entanto, uma dúvida: qual a dimensão dessa vitória?
O fracasso do PS nestas eleições será a não obtenção da maioria absoluta: 116 deputados. Esta fasquia foi fixada pelo SG e assumida pelo PS. As consequências políticas desse fracasso são impressivas: enfraquecimento da posição do PR (em fim de mandato) e a necessidade do PS encontrar uma fórmula de acordo político envolvendo outra (s) força (s) partidária (s).
Em Portugal é difícil a esquerda ser pragmática, ao contrario da direita. Será que vai quebrar essa sua fraqueza no caso de não alcançar uma maioria absoluta? Subirá, então, ao primeiro plano do debate político a questão das alianças.
A sondagem merece-me um comentário/palpite: o PS obterá, certamente, um resultado à volta dos 46%, o PSD será mais penalizado do que indiciam os 33% previstos, o PP obterá uma expressão superior a 7%, o PCP inferior a este valor e o BE em torno dos previstos 4,5%.
Não se conhecem ainda os programas dos partidos mas o mais importante, neste “campeonato”, são os líderes e as expectativas para o futuro que criem no eleitorado. As vantagens estão todas do lado do PS. As desvantagens todas do lado do PSD. Pelo menos até 20 de Fevereiro se não ocorrer qualquer acontecimento imprevisto e anormal.
A partir de 21 de Fevereiro invertem-se as situações. Se o PS for governo, mesmo com maioria absoluta, vai gerir o caos e a penúria. É para criar esse cenário que a direita tem vindo a trabalhar na maior impunidade.