quarta-feira, janeiro 5

Surreal

Recebemos cá em casa uma daquelas cartas de que fala hoje o Público.

A ameaça era pesada: penhora de bens por dívidas ao fisco. Data do aviso: 27 de Dezembro. A época é indicada para a contagem de prazos. Levantado ontem da caixa do correio. Prazo para pagar a putativa dívida: 10 dias. Acabava amanhã.

Há sempre a hipótese de algum pagamento ter ficado para trás. O cidadão sabe que pode falhar mesmo que seja diligente e cumpridor. Fiquei na dúvida. Lá fui hoje saber da coisa.

Da diligência surgiu uma dívida da contribuição autárquica de 1998 no montante de 88 euros que somadas todas as alcavalas se elevou a 260 e tal. Fiquei perplexo.

Aquela sensação, que o funcionário não desmentiu, de que se tratava de um desvio provocado pela transferência de uma base de dados antiga para a actual (questão interna do fisco). Ou de um engano no cálculo, feito à mão, do montante anteriormente pago (questão interna do fisco). Ou de uma dívida já prescrita (questão interna do fisco).

A ameaça era manifestamente desproporcionada. Mas paguei logo. Assumi a coisa como uma espécie de pagamento de uma promessa para o Dr. Bagão Félix se ir embora. Depressa. Fico à espera da próxima notificação. Dá para pensar na hipótese de começar a pagar os impostos no estrangeiro. Quiçá ir mesmo embora daqui.

Mas vamos aguentar até ao dia 20 de Fevereiro.

2 comentários:

MMM disse...

hahaha Isso é que foi começar o ano com o pé direito! Até gostava de ver o bem que o fisco ia penhorar para pagamento dos 88€... Maior a despesa com a dívida que a própria dívida! :)
O meu problema é que não acredito que 20 de Fevereiro mude coisa alguma, mesmo mudando a cor!

Acabo de chegar duns dias em Madrid... Vê-se, respira-se e vive-se a diferença!

Já que não sabemos inovar positivamente, podíamos ao menos "copiar"!

Um abraço

Eduardo Graça disse...

Tivemos cá em casa o previlégio de ser felizes mais uma vez recebendo essa carta do fisco. Parece que foram, ao nível nacional, pouco mais de 50.000. É uma fórmula pífia de terrorismo fiscal. A propaganda da "força moral" da extrema direita exige destas manifestações de força. E de outras. Com o Dr. Bagão Félix já estou habituado.
Um abraço