Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quinta-feira, janeiro 7
UNIDOSE
Nenhuma farmácia hospitalar ou de oficina em Portugal aderiu à venda de medicamentos em unidose, seis meses após a entrada em vigor da lei, disse à Lusa a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
Os mistérios dos negócios da saúde! A indústria se puder vender 20 nunca aceitará vender 1. Sugestão: que cada um faça uma inspecção ao stock de medicamentos, fora do prazo de validade, que lá tem em casa. A chamada unidose, tão reclamada, não interessa senão aos consumidores finais. Quem os defende? Em última instância o estado! Ninguém reclama que se discuta a unidose no parlamento?
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quarta-feira, janeiro 6
ALBERT CAMUS, BREVE BALANÇO
O cinquentenário da morte de Albert Camus foi evocado em muitos blogues portugueses. A maior parte fez referência à cronologia biográfica que elaborei e publiquei. A todos agradeço as palavras amáveis que me dirigiram. Não nomeio ninguém para não cometer a inevitável injustiça do esquecimento. Assinalo, isso sim, o esquecimento generalizado da efeméride pelos meios de comunicação tradicionais portugueses, uma espécie de rasura da memória da criação artística e acção cívica, e política, de um homem que não transigiu, no seu tempo, com o totalitarismo fosse qual fosse a sua natureza. Entre as excepções o Expresso publicará, no próximo sábado, um artigo da Prof. ª Maria Luísa Malato Borralho autora nos anos 80 de um livro, provavelmente o único publicado em Portugal, por autor português acerca de Camus, por sinal, de muita qualidade que bem merecia ser reeditado. Republico a Cronologia, após revisão, por esta autora, AQUI.
terça-feira, janeiro 5
segunda-feira, janeiro 4
ALBERT CAMUS – UMA CRONOLOGIA PELO CINQUENTENÁRIO DA SUA MORTE
Em 4 de Janeiro de 1960 Albert Camus morreu vítima de um violento desastre de automóvel. A propósito do cinquentenário da sua morte escrevi uma cronologia para que se não esqueça a obra e o pensamento de um grande escritor, jornalista, dramaturgo e cidadão atento aos problemas do seu tempo. Um livre-pensador que defendeu, acima de tudo, a liberdade contra todas as formas de totalitarismo.
LER A CRONOLOGIA, NA ÍNTEGRA, AQUI.
sábado, janeiro 2
OS DEVERES DA AMIZADE AJUDAM A SUPORTAR OS PRAZERES DA SOCIEDADE
Fotografias de Hélder Gonçalves (Nova York e Chicago)
A frase em título, respigada dos meus sublinhados dos Cadernos, é uma das que mais me marcou, aquando da primeira leitura da obra de Camus, pelos meus 20 anos, era ele somente um pouco mais velho, como autor, do que eu como seu leitor. Aquela frase contém todo um programa de vida, que tentei tomar como meu, e sublinhei-a a traço grosso. Sei, hoje, como o esquecimento mata as ilusões da juventude. Mas nunca me esqueci dessa leitura inaugural de Camus, através dos Cadernos, e entendi, mais tarde, o significado profundo da sua obra que, ao longo dos anos, fui sendo capaz de ler, e reler, penetrando mais fundo no âmago da sua interpretação dos acontecimentos do seu tempo e da visão de um homem confrontado com o absurdo da existência. Adiante … na próxima 2ª feira passam 50 anos sobre a sua morte e Camus ficará fora do Panteão. [Descobri, entretanto, este excelente texto de Vicente Jorge Silva.]
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sexta-feira, janeiro 1
EDUARDO PITTA - DA LITERATURA
Fotografias de Hélder Gonçalves ( Berlim, Lisboa e Chicago)
Uma saudação especial ao Eduardo Pitta, cujo blogue Da Literatura, comemora, hoje, 5 (cinco) anos de vida.
Estou de acordo. Um blogue é algo parecido com uma câmara de alta precisão. O Da Literatura, certamente que sim. Fotografemos, então, o que nos rodeia e deixemos que as palavras e as imagens falem por si. Abraço.
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quinta-feira, dezembro 31
quarta-feira, dezembro 30
terça-feira, dezembro 29
PENA DE MORTE. NÃO!
Mauro Fiorese
As notícias de execuções de seres humanos, condenados à morte, sucedem-se. Assim como se sucedem as notícias acerca de erros judiciais. Portugal foi o primeiro Estado da Europa a abolir a pena de morte. A luta pela abolição da pena de morte deveria ser assumida como uma prioridade política pelos Estados civilizados. A União Europeia deveria tomar a dianteira!
.domingo, dezembro 27
Luís de Camões - Sonnets and others poems
Outra prenda, em livro, do meu filho Manuel, sabendo do meu gosto: “Luís de Camões – Sonnets and others poems”, edição bilingue, tradução e introdução de Richard Zenith.
Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n´alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e doi não sei porquê.
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Let Love devise new ways, new wiles
to kill me, and new forms of disdain;
he´ll take away no hope of mine,
since he can´t take what I don´t have.
Look at the hopes that hold me up!
See how precarious my defenses!
For I, not fearing reverses or changes,
am tossed by the sea, having lost my ship.
Though disappointment can´t exist
where there´s no hope, there Love has hidden
a bane that kills and remains unseen,
for he placed in my soul some time ago
I don´t know what, nor where it was born,
nor how it got there, nor why it aches.
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PEDAÇOS D´ONTEM
Da Isabel uma outra prenda, em forma de livro, de Lina Vedes: PEDAÇOS D´ONTEM. Um conjunto de crónicas/memórias extraordinárias acerca da minha cidade de Faro, sua vida e suas gentes.
.sexta-feira, dezembro 25
NÚPCIAS, O VERÃO
A Bel ofereceu-me um livro que encontrou num alfarrabista no Rio de Janeiro: “Núpcias, O Verão”, de Albert Camus, obra de juventude, escrita em 1936/37. Deve ser a única edição publicada, com tradução em português, desta obra de juventude do autor de A Peste. A edição, da “Nova Fronteira”, é de 1979 e a tradução, de Vera Queiroz da Costa e Silva, parece-me bastante boa. Por este Natal, no Algarve, debaixo de chuva inclemente, deixo um excerto do capítulo “As amendoeiras”: (…) A primeira coisa é não desesperar. Não prestemos ouvidos demasiadamente àqueles que gritam, anunciando o fim do mundo. As civilizações não morrem assim tão facilmente; e mesmo que o mundo estivesse a ponto de vir abaixo, isso só ocorreria depois de ruírem outros. É bem verdade que vivemos numa época trágica. Contudo, muita gente, confunde o trágico com o desespero. “O trágico”, dizia Lawrence, “deveria ser uma espécie de grande pontapé dado na infelicidade”. Eis um pensamento saudável e de aplicação imediata. Hoje em dia, há muitas coisas que merecem esse pontapé.
quinta-feira, dezembro 24
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