Aniversário, sempre igual, sempre diferente, um ano mais de caminhada, sempre com os olhos postos no futuro, a vida, o trabalho, o gesto comum que se aprecia, um olhar, uma palavra, nada mais simples do que festejar, o mais, o menos, o que se deseja, olhos abertos ao céu que ilumina o mundo, ao mar que reflete o sonho, ir mais além, de cabeça levantada sem temor de nada, a não ser nunca ter agradecido o suficiente aos que sempre nos amaram. Haja saúde!
Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
terça-feira, abril 28
segunda-feira, abril 27
Thomas Piketty (II)
Depois de assistir à conferência de Thomas Piketty, uma figura simpática de académico preocupado com a sua tarefa, na FCG, cheia de gente reunida em torno de uma sã expetativa em partilhar o debate aberto na descoberta de novos caminhos.
O exercício da democracia é complexo na sociedade e nas esferas dos poderes – todos os poderes – e no quotidiano das nossas vidas de cidadãos comuns. O que me sugeriu a conferência de Piketty: a defesa e o debate de ideias, exercício hoje tão depreciado, prevenir, antes de tudo prevenir, arriscando e persistindo no exercício paciente da pedagogia da liberdade, exercendo-a, ouvindo para que outros nos ouçam, podendo de nós discordar. É tudo uma questão de equilíbrio para não nos tornarmos assassinos.
O exercício da democracia é complexo na sociedade e nas esferas dos poderes – todos os poderes – e no quotidiano das nossas vidas de cidadãos comuns. O que me sugeriu a conferência de Piketty: a defesa e o debate de ideias, exercício hoje tão depreciado, prevenir, antes de tudo prevenir, arriscando e persistindo no exercício paciente da pedagogia da liberdade, exercendo-a, ouvindo para que outros nos ouçam, podendo de nós discordar. É tudo uma questão de equilíbrio para não nos tornarmos assassinos.
Thomas Piketty
“Para que a democracia consiga um dia retomar o domínio do capitalismo, é preciso primeiro partir do princípio de que as formas concretas da democracia e do capital estão ainda e sempre por reinventar.”
Thomas Piketty, in “O Capital no Século XXI”
Thomas Piketty deverá hoje visitar Lisboa. Espero que os seus interlocutores privilegiados nesta visita tenham lido o livro que lhe deu notável notoriedade. E se quiserem ser seguidores de algumas das suas ideias não se esqueçam do que ele próprio afirma acerca do seu livro: “Todas as conclusões a que cheguei são, por natureza, frágeis e merecem ser questionadas e levadas a debate. A investigação em ciências sociais não tem por vocação produzir certezas matemáticas e inquestionáveis e substituir-se ao debate público, democrático e sujeito a contraditório.”
Thomas Piketty, in “O Capital no Século XXI”
Thomas Piketty deverá hoje visitar Lisboa. Espero que os seus interlocutores privilegiados nesta visita tenham lido o livro que lhe deu notável notoriedade. E se quiserem ser seguidores de algumas das suas ideias não se esqueçam do que ele próprio afirma acerca do seu livro: “Todas as conclusões a que cheguei são, por natureza, frágeis e merecem ser questionadas e levadas a debate. A investigação em ciências sociais não tem por vocação produzir certezas matemáticas e inquestionáveis e substituir-se ao debate público, democrático e sujeito a contraditório.”
sábado, abril 25
25 de abril - 41 anos
A memória tem um lugar no presente mesmo que não sejamos saudosistas. Na história das Nações, além do ruminar dos dias,há datas marcantes. Neste dia faz 41 anos deu-se inicio a um novo regime. Que viva!
Na porta de armas com o meu amigo João Mario Mascarenhas
Na porta de armas com o meu amigo João Mario Mascarenhas
quinta-feira, abril 23
A politica tem que ser feita por políticos ...
A política tem que ser feita por políticos/cidadãos, insuspeitos de se deixarem capturar por interesses particulares, ou pelo seu próprio interesse de perpetuação no poder, sendo certo que se os titulares do poder tendem a perpetuar-se, os das oposições não lhes ficam atrás! Com a usura do tempo, à semelhança do capital financeiro, muitos políticos – de todos os quadrantes - descolam da realidade da vida em sociedade. Deixam de ser capazes de apreciar, com peso e medida, as necessidades da comunidade e de percecionar as expetativas dos cidadãos. O regime democrático, através de eleições livres, realizadas quando a lei, ou circunstâncias excecionais, o determinam, é o espaço para as escolhas políticas. A democracia é simples mas deu um trabalhão, à custa de muitas vidas, até ser reconhecida, e adotada, em Portugal. Sejamos capazes de cuidar dela, a par da liberdade, como um bem precioso.
quarta-feira, abril 22
A política em democracia ... (2)
A política em democracia é feita por mulheres e homens comuns, longe dos heróis que a história consagrou, pois vemo-los de perto, e nada ao escrutínio público escapa. São os políticos. Gosto da coisa politica e acho irónico quando os políticos recriminam, a mor das vezes sem nunca o revelar, os defeitos do homem comum que eles próprios encarnam. Envolvidos na disputa do poder resta saber se sabem o que fazer com ele. E quando sabem o que fazer com o poder que lhes cai nas mãos – traçando metas e objetivos – resta o mais importante: como lidar com os cidadãos comuns que somos todos e cada um de nós. Em democracia a disputa do poder não dispensa, antes exige, a consideração do mérito e a humildade na compaixão.
terça-feira, abril 21
A política em democracia ...
A política em democracia é feita de propostas, contrapropostas, debates e combates de ideias, confronto de estilos e de personalidades, afirmação das diferenças para que possam ser feitas escolhas, encontro de ideias para que possam ser feitos consensos; nunca nada, nem programa nem ação, na política, a não ser em tirania, é definitivo, fechado, imune à influência da opinião pública (e publicada). Nada se perde em que os programas políticos marquem as diferenças, mas ganha-se, apesar das diferenças, em manter a capacidade de conviver com elas. Como escreveu Camus: “A liberdade é poder defender o que não penso, mesmo num regime ou num mundo que aprovo. É poder dar razão ao adversário.”
segunda-feira, abril 20
Fenómeno curioso ....
Fenómeno curioso na nossa politica, e não só. Cansamo-nos dos “velhos políticos”, daqueles cujas vozes e rostos ocupam o palco anos a fio. Alguns são poupados a essa erosão da imagem, como é o caso de Mariano Gago, pois poucos o identificavam com o político que, na verdade, foi. Mas quando surgem “políticos novos” exige-se-lhes como que uma patine, misto de reconhecimento e notoriedade, que é próprio dos “velhos políticos” que se rejeitam. Procura-se o modelo de político que esteja no lugar da bissetriz entre a novidade aceitável (suportável) e a experiência suportável (aceitável). Difícil!
domingo, abril 19
Um paradoxo interessante ...
Um paradoxo interessante este que o falecimento do Mariano Gago suscita. Num tempo em que meio mundo fala mal dos politicos, ou pensa mal deles mas não fala, súbito, surge a unanimidade na apreciação pública das virtudes de um politico morto. Pois Mariano Gago, além de cientista, exerceu funções politicas de topo - ministro de vários governos socialistas - durante muitos anos. Estranha polifonia de extremos: da diabolização dos politicos, de forma indiscriminada, à elevação ao altar das virtudes de um politico depois de morto. Não o conheci o suficiente enquanto politico, na ação governativa, mas antes disso, certamente, desde o Liceu de Faro, às direções das associações de estudantes, nos tempos de brasa dos finais dos anos 60, inicios dos de 70. Nada a apontar a não ser uma sensação de bem estar, de plenitude civica, no cumprimento de um dever sagrado de nos opormos à tirania. Desde os tempos da escola, discretamente, o Mariano Gago quebrou o conformismo que o seu estatuto de estudante e profissional de exceção lhe estava destinado. Honra à sua memória!
sábado, abril 18
quinta-feira, abril 16
16 de abril - 2015
Felizmente não sabemos tudo sobre todos e cada um dos que nos rodeiam e ainda menos sabemos acerca daqueles que adivinhamos viver longe do nosso estreito círculo; pior quando alguém se esforça mesmo que com sincero esforço por se convencer que entende o que determina cada opção daqueles que não conhece nem nunca conhecerá porque nunca de verdade seremos capazes de conhecer os outros; ainda pior quando nos convencemos que nos conhecemos a nós próprios dispensando o que os outros de nós pensam que conhecem; ainda pior, muito pior, quando todos se convencem que a verdade de alguém pode ser a nossa verdade e nos tornamos crentes numa verdade comum que nos transcende.
quarta-feira, abril 15
25 de abril (II)
A minha memória dos que viveram os acontecimentos: Victor Wengorovius (no jantar de extinção do MES).
terça-feira, abril 14
segunda-feira, abril 13
sábado, abril 11
Não há vida sem diálogo ...
" Não há vida sem diálogo. Mas o diálogo foi, hoje, na maior
parte do mundo, substituído pela polémica. O século XX é o século da polémica e
do insulto. Eles ocupam, entre as nações e os indivíduos, e mesmo ao nível das disciplinas outrora
desinteressadas, o lugar que tradicionalmente cabia ao diálogo reflectido. Dia
e noite, milhares de vozes, empenhadas, cada uma por seu lado, num tumultuoso monólogo,
lançam sobre os povos uma torrente de palavras mistificadoras, de ataques, de
defesas, de exaltações. Mas qual é o mecanismo da polémica? Consiste em
considerar o adversário como inimigo, por conseguinte a simplificá-lo e a
recusar vê-lo. Aquele que insulto, já não sei de que cor são os seus olhos, ou
se acaso sorri, e como o faz. Tornados quase cegos por obra e graça da
polémica, já não vivemos entre os homens, mas num mundo de sombras." (…)
Albert Camus – alocução feita na sala Pleyel em Novembro de
1948, in Actualidades - Contexto
Subscrever:
Mensagens (Atom)