sábado, janeiro 10

LIBERDADE-2


"Gosto imenso da liberdade. E para todo o intelectual, a liberdade acaba por confundir-se com a liberdade de expressão. Mas compreendo perfeitamente que esta preocupação não está em primeiro lugar para uma grande quantidade de Europeus, porque só a justiça lhes pode dar o mínimo material de que precisamos, e que, com ou sem razão, sacrificariam de bom grado a liberdade a essa justiça elementar.
Sei estas coisas há muito tempo. Se me parecia necessário defender a conciliação entre a justiça e a liberdade, era porque aí residia em meu entender a última esperança do Ocidente. Mas essa conciliação apenas pode efectivar-se num certo clima que hoje é praticamente utópico. Será preciso sacrificar um ou outro destes valores? Que devemos pensar, neste caso?"
Camus, in Cadernos
Texto escrito entre Setembro e Outubro de 1945.

sexta-feira, janeiro 9

LIBERDADE-1

A ideia dos iluminados parece ser a de banalizar a ideia de que a liberdade é um assunto banal. Esta é uma ideia para levar a sério. Os deputados da maioria asseguram que não pretendem reinstaurar a censura prévia. Obrigado. De facto a censura prévia dá uma trabalheira dos diabos e depois não fica bem na Europa dos 25, não ia cair bem, não sei...mas talvez ainda dê para pensar, é perguntar a opinião do parceiro da coligação. O problema é que a liberdade não é qualquer coisa assim que se possa vender bem, pois... como calcular o seu valor acrescentado ou a sua influência no PIB ou mesmo no PEC ou no déficit...ai a liberdade... é difícil lidar com a liberdade. Não se compra, não se vende, é um bocado imaterial demais a liberdade. Não está tempo para isso de aturar a liberdade. É isso mesmo um aborrecimento, uma seca, uma ideia um bocado vazia...não sei mas apetecia experimentar outro produto que desse mais segurança ao mercado. Ai a liberdade... faz lembrar o 25 de Abril, o dia foi muito animado, no princípio até parecia um golpe dos ultras, mas aquele período a seguir foi uma maçada em particular ter de aturar os esquerdistas do PSD...e o MRPP... ai a liberdade... uma palhaçada, é verdade que os americanos falam disso como princípio sagrado mas pensando bem são um país novo e ultrapassado. Ai a liberdade...os filósofos, os poetas e toda a espécie de iluminados, e mesmo os homens de negócios, antigos e modernizados, falam disso mas é um discurso especializado, sei lá do género, livre de impostos, livre circulação, liberdade de culto, liberdade de imprensa, ir apanhar ar livre... ai a liberdade... Mas os teóricos e os pragmáticos do passado não ouviram da maioria os nossos deputados. Se os ouvissem conheceriam a verdadeira luz da verdade: a liberdade, parece que não, mas pode ser negociada. Façam propostas, mas de frente e de viva voz, alguma coisa que se possa discutir sempre, sempre em liberdade, depois logo se verá o resultado!

quinta-feira, janeiro 8

POEMA-"A PORTUGAL", in TEMPO DE PEREGRINATIO AD LOCA INFECTA

Esta é a ditosa pátria minha amada. Não.
Nem é ditosa, porque o não merece.
Nem minha amada, porque é só madrasta.
Nem pátria minha, porque eu não mereço
a pouca sorte de nascido nela.

Nada me prende ou liga a uma baixeza tanta
quanto esse arroto de passadas glórias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos são
por serem meus amigos, e mais nada.

Torpe dejecto de romano império;
babugem de invasões; salsugem porca
de esgoto atlântico; irrisória face
de lama, de cobiça, e de vileza,
de mesquinhez, de fátua ignorância;
terra de escravos, cu pró ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionários e de prostitutas,
devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doença oculta;
terra de heróis a peso de ouro e sangue,
e santos com balcão de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
à luz do sol caiada, arrebicada, pulha,
cheia de afáveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,
oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda o seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de poetas tão sentimentais
que o cheiro de um sovaco os põe em transe;
terra de pedras esburgadas, secas
como esses sentimentos de oito séculos
de roubos e patrões, barões ou condes;
ó terra de ninguém, ninguém, ninguém:

Eu te pertenço. És cabra, és badalhoca,
és mais que cachorra pelo cio,
és peste e fome e guerra e dor de coração.
eu te pertenço: mas ser´s minha, não.

Jorge de Sena

Araraquara, 6/12/61
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PRESIDÊNCIA ABERTA

O Presidente da República vai realizar, no final de Janeiro, mais uma "Presidência Aberta". Esta é uma actividade muito mais saudável para o país do que discutir cartas anónimas. O Presidente, apesar de ser um advogado de grande gabarito, preocupado e profundo conhecedor das questões da justiça, é muito mais desejado e eficaz nas "Presidências Abertas". Nestas pode contribuir, de facto, para revelar os problemas e dificuldades do país e do seu povo, mas também para mostrar as suas facetas mais promissoras e encorajantes.

Um dos temas que será certamente abordado é o da falência das estratégias para conter a desertificação humana do interior e a escassez do investimento produtivo fora das grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Dois acontecimentos têm contribuído para esta situação: a perda brutal de peso da agricultura na economia nacional e o envelhecimento demográfico.

Nas últimas quatro décadas Portugal assistiu, em simultâneo, ao progressivo desaparecimento da população activa na agricultura, de 45% para 10%, ao crescimento acelerado da concentração da população nos centros urbanos do litoral e a um acentuado envelhecimento da população.

Entre 1981 e 2001, segundo o INE, o índice de envelhecimento aumentou de 45 para 103 idosos, por cada cem jovens, e as projecções apontam para que, em 2021, este índice atinja, em Portugal, 127 por cada 100 jovens, ao mesmo tempo que a população com 80 anos, ou mais, passará a representar quase 5% da população total.

Assiste-se, de facto, em todo o mundo a um duplo envelhecimento demográfico que consiste num fenómeno em que o prolongamento da vida, acompanhado pelo declínio recente da fecundidade, origina saldos demográficos que se aproximam do zero e, nalguns casos, são mesmo negativos.

A imigração é uma resposta parcial para este problema. Mas resta o mais difícil. Usando uma linguagem eventualmente chocante é preciso forjar e aplicar uma estratégia de repovoamento do território. O desenvolvimento sustentável exige a preservação do património natural, sem cedências nem ao protecionismo do Estado nem às leis do mercado, mas esta preservação não é viável com um território em dois terços despovoado.





quarta-feira, janeiro 7

CITAÇÕES

De facto os blogs são antigos. Sempre apreciei e gostei de ler blogs que, em todos os tempos, assumiram a forma de Cadernos ou Diários. O suporte tecnológico é que mudou. Para aqueles que possam ficar admirados com as citações, que vão surgindo, direi que elas resultam de escolhas que abrangem um universo relativamente restrito de autores que estou sempre a ler. No limite lemos sempre o mesmo texto da mesma forma que escrevemos, quando escrevemos, sempre o mesmo texto. Uma das minhas leituras apaixonadas de juventude incidiu na obra de Albert Camus (1913/1960), em particular, os “Cadernos”, em três volumes, editados, em Portugal, pela Editora “Livros do Brasil”. Não admira o prazer que sinto ao citar este autor. Mas vão surgir outros (poucos).

IMIGRAÇÃO

Tema muito interessante e importante no mundo contemporâneo que me tem interessado. Este interesse nasceu a partir de um trabalho empenhado que me obrigou a abordar, com frequência, a questão do designado "envelhecimento demográfico". Trata-se, pois, de uma abordagem que me levou à questão económica. As economias ditas desenvolvidas do ocidente são atingidas pelo fenómeno do envelhecimento das populações. Carecem de importar mão de obra. Não de forma pontual, localizada ou temporal, mas de forma continuada e massiva. É um processo irreversível. Nas sociedades ocidentais já não há capacidade de reposição das gerações. Por isso a nossa sociedade só pode rejuvenescer através da imigração. A nossa sociedade já é, e será cada vez mais, composta de diversas cores, religiões, ritos e culturas. Em Portugal existe uma forte tradição de emigração. Hoje, ao contrário, os portugueses são confrontados com um número crescente de estrangeiros com os quais têm de conviver. É sem dúvida um tema que tenderá a tornar-se central na disputa política. No debate dos direitos humanos e de cidadadia. Nas abordagens sociológicas. Sei que tem sido um tema debatido com intensidade na blogofera. Ninguém pense que existe uma qualquer saída radical para a questão da imigração. Tema a revisitar em breve.

terça-feira, janeiro 6

POEMA - NO PAÍS DOS SACANAS, in 40 ANOS DE SERVIDÃO(J. de Sena)

“Que adianta dizer-se que é um país de sacanas?
Todos o são, mesmo os melhores, às suas horas,
e todos estão contentes de se saberem sacanas.
Não há mesmo melhor do que uma sacanice
para fazer funcionar fraternalmente
a humidade da próstata ou das glândulas lacrimais,
para além das rivalidades, invejas e mesquinharias
em que tanto se dividem e afinal se irmanam.

Dizer-se que é de heróis e santos o país,
a ver se se convencem e puxam para cima as calças?
Para quê, se toda a gente sabe que só asnos,
ingénuos e sacaneados é que foram disso?

Não, o melhor seria aguentar, fazendo que se ignora.
Mas claro que logo todos pensam que isto é o cúmulo da sacanice,
porque no país dos sacanas, ninguém pode entender
que a nobreza, a dignidade, a independência, a
justiça, a bondade, etc., etc., sejam
outra coisa que não patifaria de sacanas refinados
a um ponto que os mais não são capazes de atingir.
No país dos sacanas, ser sacana e meio?
Não, que toda a gente já é pelo menos dois.
Como ser-se então neste país? Não ser-se?
Ser ou não ser, eis a questão, dir-se-ia.
Mas isso foi no teatro, e o gajo morreu na mesma.”

Jorge de Sena
10/10/73
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segunda-feira, janeiro 5

Citação 4

"A reputação. É-nos dada por medíocres e partilhamo-la com medíocres e malandros."
Camus

sexta-feira, janeiro 2

2004

No iní­cio do ano a notícia que mais me impressionou: milhões de brasileiros saudaram o novo ano no Rio de Janeiro. Se fosse só no Rio.. no Brasil é verão. A tradição de vida na rua é muito forte. O calor abrasa os corpos e os espiritos se soltam. Em Portugal é inverno. A estação do ano mais fria. Mas o espirito dos povos não é determinado pelo clima. Em Portugal o inverno dos espiritos é a tentação da rendição à  voracidade dos aspirantes a ditadores. Lula, no Brasil, certamente com dificuldades e erros, é ainda uma esperança de construir, em democracia, um futuro mais feliz para o povo. Em Portugal, a abrir o ano, as notÃicias são inquietantes. Os assassinatos de carácter fazem as manchetes. O tema da pedofilia vende e é demolidor para a imagem pública de quem quer que seja. A mais valia de qualquer político é a sua imagem pública. Todos os media se renderam ao mercado. O quarto poder está nas mãos de 2 ou 3 grupos económicos. Talvez esteja a exagerar: todos os acontecimentos/notí­cia parecem programados com profissionalismo. O fogo é assoprado numa única direcção. Quem sopra o fogo? É inverno. O povo não sai à  rua. Os métodos polí­ticos próprios da tradição ultra conservadora portuguesa afeiçoaram-se às exigências da modernidade...

2003 - Fim

As leituras, por vezes, são mais difíceis do que parecem. Erros técnicos as tornam, por vezes, um exercício de adivinhação. Passemos à frente.

terça-feira, dezembro 30

Fim do ano 2003

Como sempre, nos últimos anos, à vista do mar nas proximidades do ponto mais ocidental da Europa. O oceano atlântico, em toda a sua plenitude, à nossa vista. O cheiro intenso a maresia. O mar nestas costas é forte quando batido pelo vento. Não havemos de olhar demasiado para trás. Faltam alguns amigos mas juntaram-se outros novos. A vida é feita de mudança. E a olhar o futuro o mundo avança. Eduardo Lourenço fala numa entrevista recente que os portugueses se preocupam mais com parecer bem e menos com fazer obra. Têm medo de tomar posição. Arriscar nas empreitadas do progresso. Esperam que a obra surja feita. As palavras são minhas. Não tenho a entrevista na minha frente. Lourenço não diz, mas digo eu, que fazer obra para os portugueses é algo estranho e potencialmente perigoso. Pode por em causa o equilíbrio necessário ao triunfo do espírito conservador. Esta filosofia de vida está devidamente documentada pela nossa história ? salvo em raros períodos ? e pela pena dos nossos maiores: Camões (Luís), Pessoa (Fernando), Sena (Jorge de) ? Os governos querem-se modestos nos grandes desígnios e sem vistas largas não vá o engrandecimento do País ferir as cordatas relações de poder com as grandes famílias instaladas e fazer perigar as dependências face aos interesses estrangeiros. Dizem os tecnocratas, mais cultos, que falta músculo ao capital e massa crítica à inteligência. Dito do ponto de vista do humanismo o que falta, em regra, é decência aos dirigentes, civismo, educação e cultura ao povo. Certamente se encontrarão formas originais e renovadas de trilhar, no futuro, um novo caminho de progresso. Mas este simples blog confirma, como tantas outras formas de expressão, em finais de 2003, um princípio que convém preservar, a todo o custo, que Camus sintetizou numa frase que nunca mais esqueci:
?Finalmente, escolho a liberdade. Pois que, mesmo se a justiça não for realizada, a liberdade preserva o poder de protesto contra a injustiça e salva a comunidade.

Citação 3

"É sempre um grande crime destruir a liberdade de um povo sob o pretexto de que ele a utiliza mal"
Tocqueville

segunda-feira, dezembro 29

Ideias para o futuro-2

Uma ideia para o futuro em Portugal é a criação, na estrutura do Governo de uma “Secretaria de Estado para as Pessoas Idosas”.

O envelhecimento da população é um forte desafio que se coloca à sobrevivência das sociedades democráticas. Todos os indicadores apontam no sentido da população idosa se tornar, a médio prazo, maioritária nas sociedades ocidentais. Trata-se de um fenómeno que impõe a adopção de medidas inovadoras em diversas áreas cruciais da organização das nossas sociedades.

O modelo de financiamento da segurança social ocupa o centro dessas mudanças. Um dos grandes desafios das políticas sociais, que valorizem a dignidade do homem acima dos interesses financeiros da banca e das seguradoras, é a criação de um novo modelo de solidariedade intergeracional.

Este desafio exige que sejam repensadas questões tais como a idade de reforma, a duração da jornada de trabalho e sua flexibilização, assim como políticas de imigração, integradas, justas e aceitáveis por todos os cidadãos.

Muitos acontecimentos recentes – desde a persistência de João Paulo II, ostentando em público a sua velhice, até aos efeitos calamitosos das “vagas de incêndios e de calor” - colocaram em destaque a urgência da definição de políticas autónomas para os cidadãos idosos.

O combate à tragédia silenciosa da solidão e abandono dos idosos exige a serena coragem de mudanças em que o Estado, os empresários e as entidades de vocação social, estabeleçam pactos de solidariedade honrando a dignidade da vida, vivida até ao fim, por todos os cidadãos.

O Estado, em particular, tem de assumir plenamente a sua responsabilidade na criação de condições para o desenvolvimento de políticas activas de integração dos mais idosos numa sociedade em que o culto da juventude impera, cada vez mais competitiva, xenófoba, insensível ás diferenças, hipócrita e hostil aos idosos.

domingo, dezembro 28

Regresso

De regresso de umas pequenas férias, voluntariamente, sem computador. Nestes dias nada queria inscrever nestas páginas dedicadas ás viagens na nossa terra a propósito das tradicionais festas de família que a época convoca. Fazem-se envios de votos de Natal Feliz. Tomam-se refeições demais (os que podem ter aceso a elas) e escondem-se, o melhor possível, os dramas do quotidiano. Em Faro uma mulher passa por mim na rua, a chorar, enquanto fala ao telemóvel: deixem-me ficar só, só…e sente-se o frio da rua entrar dentro de nós. Nesta quadra festiva, este ano, respira-se um ar mais pesado que é difícil de esconder.

Citação 2

Pranto pelo dia de hoje

Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que não podem sequer ser bem descritas.

Sophia de Melo Breyner Andresen
In “Livro Sexto” – 1962

terça-feira, dezembro 23

Ideias Para o Futuro - 1

Muito interessante entrevista de Rui Vieira Nery à revista “Pública” de 21 de Dezembro de 2003. O mais interessante, para mim, resume-se à defesa do reforço do papel da música na escola. A ideia “da massificação do ensino da música desde o início da escolaridade” não é original, como refere, apontando o caso da Hungria, mas é uma ideia forte para o futuro. É uma ideia a abordar e aprofundar no âmbito científico e político. Os argumentos a favor da bondade da ideia são expostos de forma breve mas entende-se que se estribam num vasto conjunto de boas e fundamentadas razões: a música favorece a aprendizagem da matemática e, em geral, das ciências; é um potente veículo de equilíbrio emocional; é uma arte potenciadora da sociabilização das crianças; é um factor de formação ética e cívica e é uma “componente fundamental do património cultural da Humanidade”. Também concordo que existem, hoje, em Portugal, recursos humanos e técnicos que permitiriam forjar um projecto viável para a generalização do ensino da música nas escolas.

Coincidências

TURISMO (1942) - Título da obra poética de estreia de Carlos de Oliveira.

Cinza,
os sinos dobrados
já pela tarde fria.

Porque arde em mim ainda,
de mágoa e bronze,
o sol do dia?

(Poema VIII, In Turismo
Trabalho Poético - Circulo de Leitores)


TURISMO (2003)

Actividade de grande relevância na vida social e na economia portuguesa contemporânea mas que só ganhou expressão, como fenómeno de massas, a partir dos anos 60.
O Turismo tinha ganho, na Europa, uma nova natureza, a partir de 1936, com a institucionalização das “férias pagas”, conquista popular adoptada legalmente pelo Governo da Frente Popular, em França, logo seguida pela Bélgica.
À época o título da obra de Carlos de Oliveira
é, pois, de uma ousadia extraordinária.

Eis como um título une duas áreas tão distintas
interessando à reflexão de tantas e diversificadas
pessoas.
Eu sou uma delas. Por isso a poesia e o turismo vão
surgir com frequência entre os temas a tratar na
programação do Absorto.

segunda-feira, dezembro 22

Comentário: ainda o jantar

Já pus o ABSORTO nos meus Favoritos; boa sorte!
É, é isso mesmo; os jantares são mesmo para isso. Eu acho que até podia não haver comida (hi!hi!hi!)...de contrário come-se imenso e assim podemos ter menos jantares. Isso se nos preocuparmos em manter a boa saúde física...A ideia das saladas da tua mulher é óptima, o pior é que para além das saladas comem-se muitas outras coisas ...Eu tinha anunciado que era um jantar soft! E fiz um esforço...mas...
Beijos
MM

Poema

Fatal

Os moços tão bonitos me doem,
impertinentes como limões novos.
Eu pareço uma atriz em decadência,
mas, como sei disso, o que sou
é uma mulher com um radar poderoso.
Por isso, quando eles não me vêem
como se dissessem: acomoda-te no teu galho
eu penso: bonitos como potros. Não me servem.
Vou esperar que ganhem indecisão. E espero.
Quando cuidam que não,
estão todos no meu bolso.

Adélia Prado