quinta-feira, junho 8

ANTÓNIO ALVES MARTINS - JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES

(Clique na fotografia para ampliar)

Da esquerda para a direita: António Pinto Basto, António Alves Martins e Luís Cruz e Silva

O António Pinto Basto, como referi num post anterior, é o jornalista António Ribeiro Ferreira. Nesta fotografia surgem, pela primeira vez, o Alves Martins e o Luís Cruz e Silva.

O que mais me impressionou, nesta fotografia, foi a imagem do António Alves Martins. Um “dandy”* assumido que todos conhecíamos como MFB (“Militante do Fato Branco”). Filho de um conceituado Almirante da Marinha de Guerra dedicava-se às tarefas editoriais com gosto e minúcia seguindo as orientações que os ventos da história impunham.

Heterodoxo, nas ideias e nos comportamentos, plasmou a sua vida à revolução. Optou, posteriormente, por se retirar, de forma radical, da vida social. A saudade da sua presença há anos que se insinua entre todos nós …

Mas liberdade é também a capacidade de aceitar as decisões dos outros mesmo quando elas, por uma qualquer razão, são irreversíveis e não as sabemos interpretar nem, plenamente, compreender.

* “É “dandy” aquele cuja única filosofia é viageira: o tempo é o tempo da minha vida.” – Roland Barthes.

quarta-feira, junho 7

QUINQUAGÉSIMA

Posted by Picasa Fotografia de Philippe Pache

Tive todo o dia esperança –
Melhor direi: esperanças.
Até agora as tenho embora as não sinta
E estou só, embora quase todo o tempo
Alguém me assistisse e talvez me percebesse.
Mas algo de perdeu e, húmidos os olhos,
Ainda sinto o que é esperar;
Mas “esperança”: não tenho
Nem sei se inda pode haver milagre –
O de esquecer o dia que se esgota
Como a corda a roçar numa rocha agreste
E me tem na ponta livre a balouçar
E está por fios, que já nem vejo,
Prestes a largar-me no vazio da noite.
É noite, sim!
Há muito é noite já em mim
Mas qualquer luz ainda me alumia
O dia é longo, longo, não acaba …
É hoje ainda.
É dia …é dia …
O dia é longo, longo, não acaba …
Agora – desde quando? – é doutra forma …
O dia é longo, longo, não acaba
E eu já não gosto dela “mesmo assim”
- Não “gosto dela mesmo assim”. –
Quando mudei?
O dia é longo, longo, não acaba …

12.2.61

José Blanc de Portugal

ENÉADAS - 9 Novenas
Imprensa Nacional – Casa da Moeda

Paul Gauguin

terça-feira, junho 6

ACTUALIDADE DESPORTIVA - MUNDIAL DE FUTEBOL

Posted by Picasa Laetitia Casta

Esta moça aparece sempre que se fala em actualidade e, nestes dias, a actualidade foi tomada de assalto pelo futebol. A selecção nacional vai jogar o mundial na Alemanha. Já deram por isso! Desde o dia 9 de Junho até 9 de Julho vai dar só bola. O ambiente pode aliviar se a nossa selecção for aliviada logo a 21 de Junho das fases seguintes.

Receio que aconteça o desastre mas não o desejo. A selecção pressupõe, por definição, fazer uma escolha, mas não entra na definição de selecção que a escolha recaia sobre os melhores. Tem sempre razão quem faz uma selecção pois aplica, simplesmente, critérios próprios e cada um tem os seus.

Objectivamente a única critica que se pode fazer a Scolari [para quem não saiba é o seleccionador] foi ter escolhido os mesmo que escolheu em 2004. Dizem uns que é sinal de rigor e coerência e outros que é indício próprio da teimosia de um espírito conservador. Mas foi Scolari que conduziu a selecção do Brasil à vitória no mundial antecedente. Trivialidades.

Feitas as contas quer-me parecer que, objectivamente, a selecção que vai entrar em campo terá uma média de idades dois anos superior à do Europeu de 2004.

Queira Deus que me engane e não lhes pese nas pernas a idade e nos bolsos os contratos futuros! Depois do jogo com Angola voltamos ao tema.

JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES - RAUL

Posted by Picasa Fotografia de António Pais
(Clique na fotografia para ampliar)

Agostinho Roseta e Raul Pinheiro Henriques

O Agostinho Roseta surge, mais uma vez, lembrando-nos a sua pose, ao mesmo tempo, despojada e radiosa.

A seu lado o Raul Henriques que foi, como o José Pratas e Sousa, meu companheiro no serviço militar, desde o primeiro dia da incorporação em Mafra, meu companheiro de todas as aventuras, incluindo empresariais, um economistas das artes e dos ofícios, de ontem e de hoje.

Por coincidência morava, na Av. D. Carlos I, mesmo em frente da sede central do MES e podem imaginar as consequências logísticas e pessoais desse “infortúnio”.

"L´aristocratie, ..."

Posted by Picasa Albert Camus com Maria Casarès

«Toute société est basés sur l´aristocratie, car celle-ci, la vraie, est exigence à l´égard de soi-même et sans cette exigence toute société meurt.»

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VIII (Août 1954/Juillet 1958)
Gallimard

segunda-feira, junho 5

País Possível

Posted by Picasa Ruy Belo

(…)
Enche-se o peito de ar noutros países
onde fora de nós em nós buscamos Portugal
longe do desgastante dia a dia português
(…)

Ruy Belo

PEQUENA HISTÓRIA TRÁGICO-TERRESTRE
País Possível

A FESTA - JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES

(Clique na fotografia para ampliar)

Que surpresas surgem com as imagens! Olhando com atenção, quem o conheça, descobre, por detrás da máscara, o Vítor Esteves. O jantar foi uma festa, pá!

domingo, junho 4

sem título XXXI

Posted by Picasa Fotografia de albert lemoine

Gosto de iniciar o caminho pelo princípio
Onde não se encontra nada o que abraçar

*

Inventar tudo desde o começo mesmo sem
A ideia clara do caminho que hei-de rasgar

*

Buscar a luz que alumia a vida na revolta
Da palavra e na surpresa de afinal confiar

*

Gosto de sentir o frio na testa desabrigada
Cavar fendas na memória e nelas recordar

*

O meu mundo secreto único e indivisível
Separado de todos os mundos é outro mar

*

Gosto de ouvir ao longe sons esquecidos
E nos largos vazios o silêncio a esvoaçar


4 de Junho de 2006

A PAZ - JUNHO DE 1945

Posted by Picasa Nachkriegsjahre

Die "Großen Drei" auf der Potsdamer Konferenz v.l.n.r.: Winston Churchill, Harry S. Truman, Josef W. Stalin
Potsdam, Juni 1945
Photographie Bundesbildstelle, Bonn

sábado, junho 3

"L´histoire, ..."

«Ortega y Gasset. L´histoire, lutte éternelle entre les paralytiques et les épileptiques.»

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VIII (Août 1954/Juillet 1958)
Gallimard

JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES - SEM SORRISOS

Posted by Picasa Fotografia de António Pais
(Clique na fotografia para ampliar)

Paulo Bárcia (”Didas”) e Eduardo Ferro Rodrigues

Uma fotografia a dois deste jantar, das raras em que os protagonistas se apresentam com um semblante não sorridente. Curiosamente ambos os fotografados foram presidentes da direcção da Associação de Estudantes do ISCEF/ISE.

Hoje ambos exercem funções diplomáticas. O Paulo Bárcia é Director do Escritório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em Lisboa e o Ferro Rodrigues é Embaixador de Portugal junto da OCDE.

sexta-feira, junho 2

INTIMIDADE

Posted by Picasa A estratégia de comunicação da FPF para resguardar a selecção nacional de futebol acertou em cheio. Vejam aqui. (Retirado do Expresso on line)

ACTUALIDADE POLÍTICA - II

Posted by Picasa Laetitia Casta

A moça de olhar refulgente encara a actualidade política de frente. O seu olhar é mais intenso do que aquele que o mais alto magistrado da nação lançou sobre os excluídos oficiais (ou “não incluídos”) aos quais dedicou os dois primeiros dias desta semana, que amanhã finda, e ameaça dedicar mais.

Esta dedicação enternece a alma dos portugueses e até ouvi dizer que nunca um presidente tinha dado tanta atenção a essa classe de cidadãos que, à primeira vista, vivem no interior desertificado e envelhecido.

Os estrategos de Belém são conhecidos. Têm muita escola e, manhosos, sabem que este roteiro é tão velho quanto a nação. Todos os presidentes já o percorreram. Mas este tem mais do que qualquer outro a urgência de cair na graça do mundo que, vai para mais de 10 anos, o fez cair em desgraça.

O “roteiro para a inclusão” é uma operação de marketing, pura e dura, para amolecer as reservas do “povo de esquerda” a um presidente de direita. Um primeiro passo, sorrateiro, para isolar o governo. Deixemos de lado a extravagância de pensar que os estrategos de Belém se afadigam em buscar os caminhos da confluência estratégica.

Habituemo-nos a pensar que, em Belém, tudo é pensado a prazo, friamente, sem concessões aos sonhadores de futuro. Mesmo quando se encena um forçado sorriso de momento (uff!!!) se está a pensar na manutenção e reforço do poder do presidente.

É sempre assim com os mais altos magistrados da nação, é verdade, mas a diferença está no personagem. Nesta função é sempre o personagem, e só o personagem, que faz a diferença. O futuro ensinará aos incautos o que quero dizer!

Verdadeiramente estranho é que ninguém – nem a comunicação social, nem os partidos, nem a sociedade civil – emita um som audível de desmontagem do significado das manobras presidenciais. Têm medo! O salazarismo, ao contrário de todas as aparências, ainda não acabou.

(A actualidade política, para mim, está um bocadinho fora da actualidade, mas é que só leio os cabeçalhos dos jornais nas bancas e, aqui e ali num café, e os jornais “on line” portugueses ainda são em papel, embora usem o suporte digital, e os editores levam uma eternidade a colocar notícias novas. Um meu amigo dirá que estes posts são um mero pretexto para publicar imagens de moças refulgentes, mas não é verdade! A verdade é que o caso do Prof. me fascina. É um fascínio que vem da mais tenra juventude. Alcanço os seus progressos na área da incomunicabilidade. Talvez mais um ano com a Glória de Matos e a coisa lá vá! Acredito que daqui a uns dez anos tenha melhorado muitíssimo. Depois de se fazer compreender, morreremos!)

Nem só do mar é feita a minha praia

Posted by Picasa Fotografia de Jérôme Sevrette (Le désordre des masses noires)

(…)
Nem só do mar é feita a minha praia
a vaga que vem vindo enquanto viva
e que fica na página na forma de palavra
palavra fotográfica de coisas
e condição de paz de pensamentos
Pedra a pedra construo o meu poema
e é nele que dos dias me defendo
Nada sei de emoções manipulo morfemas
e nas cidades sinto a solidão dos campos
Humano mesmo se demasiado humano
não peço ou posso privilégios de poetas
e desconheço a carne celebral de que careço nos
sonhos que me semeiam as semanas
cingidas de cidades sossegadas
onde só o silêncio é soberano
À arte dou o que devia à vida
vida que vai por mim contaminada
vida do largo da areia e do vento
Que as minhas palavras firam fundo
(…)

Ruy Belo
PEQUENA HISTÓRIA TRÁGICO-TERRESTRE
País Possível

A QUESTÃO DO "ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO"

Posted by Picasa Ron Mueck

Está disponível no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR , na íntegra, o artigo que intitulei A questão do “envelhecimento demográfico” e do qual, adiante, reproduzo a parte inicial.

É curioso como, de forma recorrente, se atribui a algumas questões do passado o estatuto de novidade. É o caso da questão demográfica e, em particular, do “envelhecimento demográfico” que se pode definir, em duas palavras, como o aumento da proporção das pessoas idosas na população total.

O discurso social (democrata) do Senhor Presidente da República, nas celebrações do 25 de Abril deste ano, fez-me lembrar outros tempos nos quais se preocupava mais com o “monstro” (“deficit”) ou, ainda antes, com o “desenvolvimento” (“betão”).

Todas as preocupações do chamado “Roteiro para a Inclusão”, que o Senhor Presidente da República iniciou esta semana, são justíssimas. O problema é o tempo, os recursos, a oportunidade e a memória.

quinta-feira, junho 1

BUSH

Posted by Picasa A mosaic of soldiers who have died in Iraq

Imagem antiga mas que me foi sugerida por estes posts [1] [2]

TIMOR

Posted by Picasa Ruy Cinatti

De monte a monte, o meu grito
soa, soa, como voz
de um eco do infinito
ecoando em todos nós.

Timor cresce como um grito
ecoando em todos nós.

“A BOCA EMUDECE, A VOZ APAGA-SE”

Ruy Cinatti

(Poema final de “Um Cancioneiro Para Timor”
“Editorial Presença” – 1996)

Marilyn Monroe

Posted by Picasa Fotografia daqui

Marilyn Monroe. Nasceu em1 de Junho de 1926.

A RECEPÇÃO - JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES

(Clique na fotografia para ampliar)

António Pais, Miguel Pamplona e José Catela (Da esquerda para a Direita)

A “Comissão de Recepção”. Não há jantares gratuitos: cada um pagou o seu. É de toda a justiça que surja, pela primeira vez em destaque, o autor das fotografias. No caso desta, certamente, por delegação de competências.