sexta-feira, junho 2

ACTUALIDADE POLÍTICA - II

Posted by Picasa Laetitia Casta

A moça de olhar refulgente encara a actualidade política de frente. O seu olhar é mais intenso do que aquele que o mais alto magistrado da nação lançou sobre os excluídos oficiais (ou “não incluídos”) aos quais dedicou os dois primeiros dias desta semana, que amanhã finda, e ameaça dedicar mais.

Esta dedicação enternece a alma dos portugueses e até ouvi dizer que nunca um presidente tinha dado tanta atenção a essa classe de cidadãos que, à primeira vista, vivem no interior desertificado e envelhecido.

Os estrategos de Belém são conhecidos. Têm muita escola e, manhosos, sabem que este roteiro é tão velho quanto a nação. Todos os presidentes já o percorreram. Mas este tem mais do que qualquer outro a urgência de cair na graça do mundo que, vai para mais de 10 anos, o fez cair em desgraça.

O “roteiro para a inclusão” é uma operação de marketing, pura e dura, para amolecer as reservas do “povo de esquerda” a um presidente de direita. Um primeiro passo, sorrateiro, para isolar o governo. Deixemos de lado a extravagância de pensar que os estrategos de Belém se afadigam em buscar os caminhos da confluência estratégica.

Habituemo-nos a pensar que, em Belém, tudo é pensado a prazo, friamente, sem concessões aos sonhadores de futuro. Mesmo quando se encena um forçado sorriso de momento (uff!!!) se está a pensar na manutenção e reforço do poder do presidente.

É sempre assim com os mais altos magistrados da nação, é verdade, mas a diferença está no personagem. Nesta função é sempre o personagem, e só o personagem, que faz a diferença. O futuro ensinará aos incautos o que quero dizer!

Verdadeiramente estranho é que ninguém – nem a comunicação social, nem os partidos, nem a sociedade civil – emita um som audível de desmontagem do significado das manobras presidenciais. Têm medo! O salazarismo, ao contrário de todas as aparências, ainda não acabou.

(A actualidade política, para mim, está um bocadinho fora da actualidade, mas é que só leio os cabeçalhos dos jornais nas bancas e, aqui e ali num café, e os jornais “on line” portugueses ainda são em papel, embora usem o suporte digital, e os editores levam uma eternidade a colocar notícias novas. Um meu amigo dirá que estes posts são um mero pretexto para publicar imagens de moças refulgentes, mas não é verdade! A verdade é que o caso do Prof. me fascina. É um fascínio que vem da mais tenra juventude. Alcanço os seus progressos na área da incomunicabilidade. Talvez mais um ano com a Glória de Matos e a coisa lá vá! Acredito que daqui a uns dez anos tenha melhorado muitíssimo. Depois de se fazer compreender, morreremos!)

Nem só do mar é feita a minha praia

Posted by Picasa Fotografia de Jérôme Sevrette (Le désordre des masses noires)

(…)
Nem só do mar é feita a minha praia
a vaga que vem vindo enquanto viva
e que fica na página na forma de palavra
palavra fotográfica de coisas
e condição de paz de pensamentos
Pedra a pedra construo o meu poema
e é nele que dos dias me defendo
Nada sei de emoções manipulo morfemas
e nas cidades sinto a solidão dos campos
Humano mesmo se demasiado humano
não peço ou posso privilégios de poetas
e desconheço a carne celebral de que careço nos
sonhos que me semeiam as semanas
cingidas de cidades sossegadas
onde só o silêncio é soberano
À arte dou o que devia à vida
vida que vai por mim contaminada
vida do largo da areia e do vento
Que as minhas palavras firam fundo
(…)

Ruy Belo
PEQUENA HISTÓRIA TRÁGICO-TERRESTRE
País Possível

A QUESTÃO DO "ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO"

Posted by Picasa Ron Mueck

Está disponível no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR , na íntegra, o artigo que intitulei A questão do “envelhecimento demográfico” e do qual, adiante, reproduzo a parte inicial.

É curioso como, de forma recorrente, se atribui a algumas questões do passado o estatuto de novidade. É o caso da questão demográfica e, em particular, do “envelhecimento demográfico” que se pode definir, em duas palavras, como o aumento da proporção das pessoas idosas na população total.

O discurso social (democrata) do Senhor Presidente da República, nas celebrações do 25 de Abril deste ano, fez-me lembrar outros tempos nos quais se preocupava mais com o “monstro” (“deficit”) ou, ainda antes, com o “desenvolvimento” (“betão”).

Todas as preocupações do chamado “Roteiro para a Inclusão”, que o Senhor Presidente da República iniciou esta semana, são justíssimas. O problema é o tempo, os recursos, a oportunidade e a memória.

quinta-feira, junho 1

BUSH

Posted by Picasa A mosaic of soldiers who have died in Iraq

Imagem antiga mas que me foi sugerida por estes posts [1] [2]

TIMOR

Posted by Picasa Ruy Cinatti

De monte a monte, o meu grito
soa, soa, como voz
de um eco do infinito
ecoando em todos nós.

Timor cresce como um grito
ecoando em todos nós.

“A BOCA EMUDECE, A VOZ APAGA-SE”

Ruy Cinatti

(Poema final de “Um Cancioneiro Para Timor”
“Editorial Presença” – 1996)

Marilyn Monroe

Posted by Picasa Fotografia daqui

Marilyn Monroe. Nasceu em1 de Junho de 1926.

A RECEPÇÃO - JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES

(Clique na fotografia para ampliar)

António Pais, Miguel Pamplona e José Catela (Da esquerda para a Direita)

A “Comissão de Recepção”. Não há jantares gratuitos: cada um pagou o seu. É de toda a justiça que surja, pela primeira vez em destaque, o autor das fotografias. No caso desta, certamente, por delegação de competências.

quarta-feira, maio 31

JERICÓ

Posted by Picasa Imagem daqui

Minhas muralhas de Jericó ruíram
Como as da lei antiga
Um dia só bastou para as lançar por terra.
Devia ter orgulho de as ter deixado
Cair sem que poeira alguma
As fizesse ainda ser do ar lembradas.
Devia ter orgulho de me ter vencido.
Orgulho de ter surgido inerme e intacto ter ficado.
O meu tesouro – que julgou levá-lo –
Enquanto fomos juntos me tocava.
E, longe, pode-lhe ser contíguo até
Mas a fronteira está em mim.
Devia ter orgulho mas não tenho.
Um vencedor obriga a um vencido
E ele é apenas um traído.

(19.2.61)

José Blanc de Portugal
ENÉADAS 9 Novenas
Imprensa Nacional – Casa da Moeda

À MINHA VOLTA

Posted by Picasa Fotografia de Philippe Pache

Alguns objectos que me rodeiam à vista e à mão: diversos dicionários – “exactos” diz o da Academia das Ciências de Lisboa e “exatos” diz o do Houaiss. Sempre escrevo rodeado de dicionários!

Imagens arquivadas na máquina e outras que bailam retidas no arquivo da memória.

Livros empilhados. “Todos os Poemas” de Ruy Belo (transcrevo para aqui excertos da sua poesia através de um guia que, um dia, já identifiquei).

“Carnets III” de Albert Camus (leio a toda a hora e transcrevo excertos - ainda faltam muitos – nunca mais vão acabar. Estamos lendo sempre o mesmo livro!).

Agora iniciei o José Blanc de Portugal (transcrevo excertos de “Enéadas” e segue-se “Descompasso”).

E a intensidade da experiência do MES. Um passado sem regresso mas com marcas. Desfiar comentários – quase só suportados pela memória – a propósito das imagens que o António Pais vai descobrindo. Recuando no tempo. A ver até onde vamos chegar!

Um blogue, no meu conceito, quer-se o mais pessoal possível. Singular. Se possível original. Composto com prazer. Duradoiro. Fragmentado. Livre.

Para que se compreenda alguma coisa de nós, através de nós mesmos e dos outros, por entre (e para além) das vicissitudes da vida e do ruído avassalador das notícias das agências. Talvez, mais que tudo, evidenciar as diferenças.

terça-feira, maio 30

"...vrai libéralisme."

Posted by Picasa Imagem daqui

"Humboldt. Pour que l´être humain s´enrichisse et se perfectionne, il faut une variété de situations. Le maintien de cette variété c´est l´effort central du vrai libéralisme."

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VIII (Août 1954/Juillet 1958)
Gallimard

JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES - ISCTE

Posted by Picasa Fotografia de António Pais
(Clique na fotografia para ampliar)

Da esquerda para a direita (de pé): (?); André Março, Zé Serrano, Mila, (?) e António Robalo; 1ª fila: José Pedro Pontes, Nuno Faria, Aires Costa e José Carlos Albino.

Este é pessoal do ISCTE faltando identificar dois dos participantes para cuja tarefa aguardo contributos. A composição dos grupos fotografados pelo António Pais tem, em regra, afinidades facilmente identificáveis. Os grupos mostram, por outro lado, que a participação no jantar foi mais vasta do que a minha memória guardava.

Ainda faltam publicar algumas fotografias muito interessantes do jantar e outras do IV Congresso do MES (o último) que deu origem a esta decisão de extinção o que permitirá esclarecer, de passagem, mais alguns aspectos da parte derradeira desta odisseia politico partidária. (E o mais que verá!)

MÃE

Posted by Picasa Os pinheiros, o amarelo dos pólens e o verde das folhas

A terra arenosa toda plantada de pinheiros
o amarelo dos pólens e o verde das folhas
a caruma calcada emanando doces cheiros
e o mar a sorrir rios de desejos por cumprir


(Em homenagem a minha mãe no dia em que celebraria 90 anos.)

segunda-feira, maio 29

PEQUENA HISTÓRIA TRÁGICO-TERRESTRE

Posted by Picasa Fotografia de Jérôme Sevrette (Le désordre des masses noires)

(…)
Sou um homem da palavra aquilo que mais passa
e ao mar e ao vento imolo o que na areia escrevo
subida a escadaria dos poetas que antes conduzia
a reais paços de rondós e redondilhas
No limiar do sono sondo a noite e só depois a luz
mais natural na lâmpada que na lua ou dia
Luz solar um momento necessito caminhar
voar aos vários ventos deste ameaçado tempo
sentir a sedução das grandes capitais
em meu vibrátil pulso de poeta
(…)

Ruy Belo

PEQUENA HISTÓRIA TRÁGICO-TERRESTRE
País Possível

HIPOCRISIA

Posted by Picasa Alcoutim

Apetecia-me falar disto. O PR, o povo e, ao fundo, o ministro Vieira da Silva sorridente. Denunciar a hipocrisia. Fica para sexta-feira.

domingo, maio 28

JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES - JUVENTUDE

(Clique na fotografia para ampliar)

Da esquerda para a direita -1ª Fila: Mário Trigo, Pedro Félix, Guida Veloso, Pedro Torres e Carlos Vitorino. 2ª Fila (de pé): "Tolinhas", Ana Ramalhete, Paulo Trigo, Guida Faria, Ana Cordovil, Xana e Paulo Bateira.

Esta é uma imagem de juventude retratando alguns participantes no jantar de extinção do MES que eram estudantes liceais aquando do 25 de Abril de 1974.

O MES era um partido jovem mesmo pelo facto de ter sido, desde a origem, o movimento estudantil um dos principais alfobres de onde provinham os seus militantes.

É interessante verificar que nenhum dos retratados, em plena pujança das suas capacidades intelectuais e profissionais, exerce, na actualidade, funções políticas executivas relevantes. Nem os mais jovens, representados nesta fotografia, nem, no presente, ao que julgo, nenhum de nós.

Como diz o povo “o futuro a Deus pertence” mas este jantar de extinção ressoa, na minha consciência, a um grito comum de recusa da política no sentido que Camus resumiu numa frase lapidar: “Não sou feito para a política pois sou incapaz de querer ou de aceitar a morte do adversário.

ANTES DE TEMPO

2º OLHAR DE CÃO

Posted by Picasa Fotografia de Pachacuti

Eu sou um cão; e como tal
Por vezes mesmo bem demais tratado
Ninguém peça a ninguém mais do que pode dar.
E o cão, por meu bem ou por meu mal,
Para continuar a sê-lo e a parecê-lo,
Tem de ladrar e morder o seu bocado
E quem me passa a mão pelo pêlo
Nem sempre vê p´ra quem eu estou a olhar
.

José Blanc de Portugal

ENÉADAS – 9 Novenas
Imprensa Nacional – Casa da Moeda

MOVIMENTO DE ESQUERDA SOCIALISTA

Posted by Picasa MES – Baixo Alentejo

Colecção de Conceição Neuparth – Depositada no Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra

Em 1971 o país ainda vivia na esperança de uma solução política para a crise do Estado Novo. Sabíamos que o futuro não podia esperar muito mais. Mas não sabíamos quanto iria ainda durar a ditadura apesar das timoratas tentativas de abertura política de Marcelo Caetano.

O MES (Movimento de Esquerda Socialista) nasceu da confluência de três movimentos que despontaram e ganharam corpo ao longo da década de 60 ganhando força a partir do simulacro de eleições em 1969: o movimento operário e sindical, o movimento católico progressista e o movimento estudantil.

A cumplicidade entre um numeroso grupo de activistas que actuavam, com autonomia, contra o regime, nestes diversos movimentos sectoriais, foi sendo reconhecida por alguns de nós o que, a certa altura, desembocou na consciência de que estávamos perante um movimento político informal. Daí até à ideia da sua institucionalização foi um pequeno passo.

Lembro sempre entre os esquecidos criadores do movimento o designer Robin Fior, um estrangeiro em Lisboa. Foi ele que desenhou o símbolo do MES, o único, adoptado pelos partidos portugueses, com uma declarada feição feminil. Robin foi também o autor da linha gráfica do jornal “Esquerda Socialista” e concebeu um conjunto de cartazes surpreendentes pela sua ousada modernidade.

Quantas horas passadas na sua companhia, e de sua mulher, desenhando uma imagem que ficou agarrada à minha memória. Admirável Robin...

[As fotografias e respectivas legendas do Jantar de Extinção do MES vão continuar. No dia em que passa mais um aniversário do golpe militar de 28 de Maio de 1926 que abriu o caminho para a instauração da ditadura em Portugal, para que se compreenda melhor do que falamos, quando falamos do MES, aqui fica uma variante de um post publicado em Março de 2004 no qual se fala de Robin Fior.]

sábado, maio 27

ALBERT CAMUS

Posted by Picasa Imagem daqui

Lettre Duperray. « Les syndicalistes révolutionnaires continuent à se donner à leur activité essentielle : chercher les raisons de se séparer sur des principes communs. »

Albert Camus

“Carnets – III” - Cahier nº VIII (Août 1954/Juillet 1958)
Gallimard

JACARANDÁS

Posted by Picasa Fotografia in OFÍCIO DIÁRIO

Ontem, a caminho do Teatro da Trindade, para ver “1755 – O Grande Terramoto”, passei defronte de um conjunto imponente de jacarandás floridos. A cidade se ilumina com as cores da primavera e respira os cheiros que a tornam feminina. Esta Lisboa que se reergueu depois de destruída e, formosa, resiste.

RUY BELO

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

(…)
Ah portugal país sem pátria por trás
cabo do mundo eterno fim do ano
em ti me senti sempre encurralado
como se lá no extremo fosse o meu último dia
(…)

Ruy Belo

FILOLOGIA-FILOSOFIA OU TALVEZ LA MESSE
SUR LE MONDE OU O TESTEMUNHO A FAVOR
DE UM ENTUSIASTA DO CAMPO
Transporte no Tempo

quinta-feira, maio 25

JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES - FILOMENA AGUILAR

Posted by Picasa Fotografia de António Pais
(Clique na fotografia para ampliar)

Raquel Lopes e Filomena Aguilar Ferro Rodrigues

Esta fotografia foi outra grande surpresa. Agradável. Nada sei da Raquel. A Filomena é a minha amizade mais antiga entre todas as mulheres. Está tudo dito. Mas acrescento que o tempo não mata a beleza. Amadurece-a por entre as vicissitudes da vida.

O DIÁLOGO E O COMUNICADO

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

Mandar é respirar, não é desta opinião? E até os mais deserdados chegam a respirar. O último na escala social tem ainda o cônjuge ou o filho. Se é celibatário, um cão. O essencial, em resumo, é uma pessoa poder zangar-se sem que outrem tenha o direito de responder. «Ao pai não se responde», conhece a fórmula? Em certo sentido, ela é singular. A quem se responderia neste mundo senão a quem se ama? Por outro lado, ela é convincente. É preciso que alguém tenha a última palavra. Senão, a toda a razão pode opor-se outra: nunca mais se acabava. A força, pelo contrário, resolve tudo. Levou tempo, mas conseguimos compreendê-lo. Por exemplo, deve tê-lo notado, a nossa velha Europa filosofa, enfim, da melhor maneira. Já não dizemos, como nos tempos ingénuos: «Eu penso assim. Quais são as suas objecções?» Tornámo-nos lúcidos. Substituímos o diálogo pelo comunicado.

Albert Camus

A Queda, in CADERNOS DE CAMUS
(Sublinhados de Ana Alves)

quarta-feira, maio 24

ABDICAR

Posted by Picasa Fotografia daqui

Luandino Vieira recusou o prémio Camões por “razões pessoais” e “íntimas”.

Segundo a Lusa: “O Prémio Camões, o maior galardão literário da língua portuguesa, não tentou Luandino Vieira que, segundo o escultor José Rodrigues, seu grande amigo, vive "completamente despojado dos bens materiais" no Alto Minho.”

Um convite à reflexão!

SOBRE UM VERSO REENCONTRADO

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

De vez em quando reencontro uns versos
Perdidos na soleira dos livros
Que começados não se perdem,
E recomeçam porque assim decidi.

De vez em quando largo as palavras a meio
Não lhes encontro o nexo
Nem me reencontro nelas e desejo perdê-las,
E recomeçam porque assim decidi.

De vez em quando mudo as palavras de lugar
Olho os livros neles procurando o desejo
De reencontrar os versos que não escrevi,
E recomeçam porque assim decidi.

De vez em quando desencontro-me
Com as palavras e deixo o tempo passar
Na espera que se faça silêncio na memória,
E recomeçam porque assim decidi.

Lisboa, 20 de Agosto de 2004