sábado, novembro 11

AS SUAS PALAVRAS

Posted by Picasa Fotografia de Elena Kulikova

As suas palavras eram castelos de areia
Que erguia acima das mãos levantadas
Como sonhos fugazes ofertados ao céu
Onde a esperança brilhava eternamente


9 de Novembro de 2006

sexta-feira, novembro 10

MÁRIO VIEGAS

Posted by Picasa Fotografia daqui

Obrigado Tomás Vasques por me teres lembrado o dia de aniversário do Mário Viegas.
Fizemos parte da tropa juntos ali no quartel do Campo Grande. Por sorte calhou-nos na rifa o 25 de Abril. Contei, tempos atrás, um recital singular do qual não há outro registo senão a memória dos que nele participaram.

Morreu cedo porque não podia esperar o tempo suficiente para morrer. Quando nos víamos era uma festa. Um dia em pleno espectáculo no pequeno teatro, que leva o seu nome, no S. Luís, de cima do palco meteu-me ao barulho. Era, certamente, uma personalidade difícil, um perfeccionista da palavra e da expressão corporal.

Lembro a sua interpretação da personagem de D. João VI. A poesia dita na sua voz é um autêntico acto de criação. Viu-o, pela última vez, para as bandas do Chiado a descer de carro, no lugar do pendura, a caminho do Cais de Sodré. Esbracejou, como sempre, em larga e esfusiante saudação. Correspondi sem saber que esse seria o aceno final.

Foi um cometa luminoso, e raro, que atravessou a nossa vida cultural.

quinta-feira, novembro 9

A DERROTA DOS ALIADOS PORTUGUESES DE BUSH

Posted by Picasa Imagem Daqui

A derrota de Bush aprofunda-se. Os democratas ganharam, como se esperava, a maioria na Câmara de Representantes. Mas também ganharam, o que era mais difícil, a maioria no Senado.

São as virtualidades da democracia. É bom assinalar que só um regime democrático torna possível promover, sem violência, mudanças políticas. É o acaba de acontecer nos USA.

Por outro lado a derrota Bush, sacrificando Rumsfeld, arrasta a derrota de outras figuras menores cuja voz tem andado, por estes dias, muito sumida: queria lembrar, ao nível português, o Dr. José Manuel Barroso e o Dr. Paulo Portas.

Não esqueço a fotografia das Lajes e a posição do primeiro-ministro José Manuel Barroso arrastando Portugal, sem reservas, para o apoio à “Declaração de Guerra” ao Iraque de Saddam Hussein.

Esta derrota de Bush foi também uma nova, e pesada, derrota para a direita portuguesa e para os líderes da defunta coligação de governo PSD/CDS-PP ainda com idade para aspirarem a exercer, no futuro, um papel político activo em Portugal.

Lembro, a propósito, as posições críticas de Freitas do Amaral face à política de guerra dos USA e os ataques, ao mais baixo nível, de que foi alvo assim como a sua mal explicada saída do governo.

Era da mais salutar higiene política que todos assumissem, hoje, na hora da derrota de Bush, as suas responsabilidades, a todos os níveis, dando-nos, ao menos, na velha tradição maoista, o prazer de ouvir a sua autocrítica.

A BANCA

Posted by Picasa Imagem Daqui

Se as medidas anunciadas pelo governo a respeito da banca são pura cosmética como se justifica a reacção violenta da banca e, em particular, de João Salgueiro?

E já todos se esqueceram desta tomada de posição recente do mesmo João Salgueiro? E da questão dos arredondamentos? E da chamada “Operação Furacão”? E julgam que as autoridades judiciais espanholas estão a brincar às escondidas com o BES?

Quando João Salgueiro acusa Sócrates de “peronismo”, por "atacar" a banca nas vésperas do Congresso do PS, não estará, por sua vez, a criar uma cortina de fumo para desviar as atenções da opinião pública para um conjunto de graves acusações que recaem sobre a banca?

Não esqueçamos que João Salgueiro representa os interesses da banca mas nem por isso deixa de ser um político!

quarta-feira, novembro 8

A DERROTA DE BUSH


Os democratas ganharam a maioria na Câmara dos Representantes e podem ganhar a maioria no Senado.

Aconteça o que acontecer é uma derrota pesada para a política global de Bush e da sua administração. O Iraque é só uma das facetas desta derrota.
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Veja também aqui e aqui
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Nancy Pelosi

Posted by Picasa Fotografia Daqui

Pela primeira vez na história dos USA uma mulher preside à Câmara dos Representantes ocupando o 3º lugar na hierarquia do Estado. É uma democrata, liberal, anti Bush e votou contra a guerra do Iraque.

A partir de hoje alguma coisa vai começar a mudar nos USA e no mundo.

SIM

Posted by Picasa Fotografia de sophie thouvenin

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

SIM. SIM. SIM.

terça-feira, novembro 7

ÁGORA

(Clique na fotografia para ampliar)

Neste dia em que coincidem, por ironia, diversos aniversários significativos, aqui deixo outra fotografia do “Jantar de Extinção do MES”. Publico-a sem qualquer tratamento gráfico, nua e crua, tal qual sobreviveu durante estes últimos 25 anos. É uma das poucas à qual se pode associar o significado da palavra ágora.

Esta fotografia mostra alguns participantes do jantar que não surgem em qualquer outra. Deve ter sido captada no momento em que alguém povoava aquele espaço, ao mesmo tempo público e íntimo, de palavras. O mais provável é que o orador fosse o Vítor Wengorovius. Honra à sua memória.

ALBERT CAMUS - 7 DE NOVEMBRO DE 1913

Posted by Picasa Albert Camus

Volto, hoje, a um dos meus temas predilectos: Albert Camus e a sua obra. Trata-se da apresentação de um conjunto alargado de sublinhados de leituras das obras completas de Albert Camus aos quais se juntarão, pontualmente, alguns dados biográficos.

Não pretendo mais do que pôr em comum uma leitura sem pretensões críticas ou interpretativas da obra da Camus. Desta vez há uma diferença face às minhas abordagens anteriores: os sublinhados resultam de uma leitura extensiva realizada no original em francês.

Surgirão transcrições em francês e algumas, eventualmente, traduzidas, por mim próprio, em português. A tarefa começa no dia em que se celebra o nonagésimo terceiro aniversário do nascimento de Camus e não sei se, algum dia, terminará.
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Albert Camus nasceu em 7 de Novembro de 1913 em Mandovi (Argélia). No primeiro capítulo da sua obra póstuma, “O Primeiro Homem”, Camus descreve a viagem de carroça, empreendida pela família, perante o parto iminente, para uma região vinícola, perto da fronteira com a Tunísia, uma quinta a oito quilómetros de Mandovi.

O pai de Albert, Lucien August Camus, trabalhava, na Argélia, para uma empresa vinícola francesa, mudando de residência conforme as necessidades da actividade a que se dedicava. Em “O Primeiro Homem”, Camus adopta, pela primeira vez um registo autobiográfico, podendo entender-se, a verdadeira importância dos seus pais, ou talvez melhor, a importância da “ausência” deles, na sua obra.

O pai morreu, no hospital militar de Saint-Brieuc, em 11 de Outubro de 1914, depois de ter sido ferido, em Setembro, em combate, na batalha de Marne. No 2º capítulo de “O Primeiro Homem”, intitulado “Saint-Brieuc”, Camus descreve, detalhadamente, a visita que realizou, 40 anos depois da morte do pai, ao cemitério onde este se encontra sepultado.

Foi então que leu na sepultura a data de nascimento do pai e descobriu ao mesmo tempo que até agora a ignorara. Em seguida, leu as duas datas, “1885-1914” e procedeu a um cálculo mental: vinte e nove anos. Surgiu-lhe de súbito uma ideia que o fez estremecer. Tinha quarenta anos. O homem sepultado sob aquela pedra, e que fora seu pai, era mais jovem do que ele. “ (*)
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Sublinhados de Leitura das Obras Completas

Introduction (**)

«Quelque chose, quelqu’un s’agitait en moi, obscurément, et voulait parler.»

Les Îles (1933)

«Pour être édifiée, l’œuvre d’art doit se servir d’abord de ces forces obscures de l’âme.»

Les Îles (1933)

[A citação seguinte, da "Introdução" às "Obras Completas", vem a propósito do capítulo intitulado «Obscur à soi-même» do romance póstumo “Premier Homme”.]

Tous ces textes qui insistent sur le caractère mystérieux de l’être et de la création datent de la même époque, après coup, l’accident du 4 janvier 1960 leur confère la valeur d’un ultime regard jeté par l’écrivain sur son œuvre et sur lui-même …Conscient de ses propres contradictions, et de la tension q’elles créent en lui, Camus n’a pas cherché à les dissimuler : sa vérité est à la fois celle du soleil et celle de la mort.

(…)

Camus lui-même a considéré son œuvre comme une interrogation , une quête, poursuivie de livre en livre sous des formes diverses, centrés sur les pouvoir et les limites de l´homme, sur sa manière d’être au monde, sur sa relation aux outres et á lui-même , sur la puissance créatrice de l’écriture.

(*) «O Primeiro Homem» Edições « Livros do Brasil » – 1994
(**) “Oeuvres complètes” – I (1931-1944) Gallimard, Introduction par Jacqueline Lévi-Valensi. (Entre comas as citações de textos do próprio Camus referidos na Introdução).
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25º ANIVERSÁRIO DO JANTAR DE EXTINÇÃO DO MES

Posted by Picasa Fotografia de António Pais
(Clique na fotografia para ampliar)

No dia 7 de Novembro de 1981, passam hoje 25 anos, realizou-se um jantar/festa para celebrar o fim de um partido político. O MES (Movimento de Esquerda Socialista) colocava, por iniciativa própria, um ponto final na sua curta existência. Sem heróis nem mártires. A história do processo que conduziu até esse acontecimento singular está por fazer.

O grupo fotografado representa a maioria dos activistas do movimento estudantil de “Económicas” [Instituto Superior de Economia, que sucedeu ao Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras] que, por diversas vias, desembocaram no MES.

São duas ou três gerações de sonhadores, idealistas e libertários, aspirantes ingénuos à construção de uma sociedade, fraterna e solidária, da qual fossem erradicadas as injustiças.

O meu testemunho como protagonista do acontecimento, entre muitos outros, não é mais do que um gesto de saudação a todos os que viveram aquela aventura e que dela guardam vivas as memórias.

Não é o saudosismo que me leva à evocação desta data, nem sequer a defesa de interesses ou regalias, de natureza material ou política, que nunca fizeram parte do património genético daqueles que abraçaram a causa do MES mas, tão-somente, afirmar a vida que só existe quando a memória se não perde e as ligações se não desvanecem.
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Esta fotografia fixa o mesmo grupo retratado por uma outra, publicada tempos atrás, que foi replicada na blogosfera em busca do preenchimento de uma legenda que permanece, no entanto, incompleta.

Essa fotografia, de autor desconhecido, foi publicada, pela primeira vez, no absorto em 26 de Abril de 2006 e republicada, em 30 de Abril, no Tugir em português, com numeração dos fotografados para ajudar na legendagem.

Em 4 de Maio de 2006, por sua vez, o Glória Fácil publicou-a, sob o título “Última Ceia”.

segunda-feira, novembro 6

sábado, novembro 4

PROBLEMAS DIFÍCEIS

Posted by Picasa Fotografia de Nana Sousa Dias

Vale a pena ler a entrevista de Teodora Cardoso no “Semanário Económico”.

“O Governo merece nota positiva e até bastante boa. Por um lado é claro que tem a grande vantagem da maioria absoluta que era um instrumento fundamental mas está a usá-lo para resolver problemas difíceis. Nesse aspecto é bom. É verdade que há sectores mais fortes e menos fortes, mas a verdade é que se avançou em áreas muito complicadas como é o caso da Saúde e da Educação.”

ENTÃO GANHOU O BUSH, NÃO FOI?

Posted by Picasa Imagem Daqui

No ano 2050 ninguém se vai lembrar desta madrugada
em que fui dormir com a certeza do resultado amargo
da refrega entre dois campos vizinhos mas separados
pelo largo estuário do rio onde correm diferentes olhares
sobre o homem, a vida, a morte, a paz e a guerra.
Todas as diferenças onde se amparam o viver das gentes,
ilustres e vulgares, milhões que acreditam nas escolhas
que julgam mudarem o seu futuro. Mas qual futuro?

Então ganhou o Bush, não foi?

O meu filho, pelas sete da manhã, abriu a porta do quarto
e deu-me a notícia cheio de uma ingénua esperança
de que a sorte mudasse pelos caprichos de um estado
que acorda mais tardio para a coisa. Mas não, eu já sabia,
desde antes. A noite não se faz dia ao estalido
dos dedos de uma mão mesmo que sejam um milhão,
dez, cem milhões de dedos das mãos dadas todas do mundo.
O guerreiro quer guerra e o infiel é o seu duplo.

Então, ganhou o Bush, não foi?

Perguntou-me, a medo, o empregado de mesa
que me serve todos os dias, solícito, além do melão fresco,
o frugal sumo de laranja e os dois rissóis do meu contentamento.
Pois foi, era o que tinha de ser, e o que tem de ser tem muita força.

Então ganhou o Bush, não foi?

Foi!
Que lhe faça bom proveito e ao povo que nele confia.

Tenho a certeza que os poetas da América não
vão deixar de poetar e a mim só me interessa
a POESIA
nem a mentira,
nem a ignomínia,
nem o negócio da morte,
nem da guerra preventiva a cobardia,
nem a vã glória que o vencedor anuncia.

Então ganhou o Bush, não foi?

QUE VIVA A POESIA!

Lisboa, 3 de Novembro de 2004

sexta-feira, novembro 3

De quem é a História?

TRÊS REFLEXÕES DE OUTONO

Posted by Picasa Frank Grisdale

Já está disponível no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR, na íntegra, o artigo com o título em epígrafe do qual transcrevo os dois parágrafos iniciais.

“Acerca do Orçamento do Estado para 2007 – Os portugueses são muitos fracos na disciplina da memória, em particular, no que se refere às questões da “coisa pública”. Deixam cair dela os seus heróis, como frutos podres, e apagam, com arrogos mesquinhos, tanto as boas como as más lembranças da governação passada.

No caso do Orçamento de Estado para 2007 é necessário lembrar, para não recuar aos tempos da austeridade, anteriores ao longo consulado de Cavaco, ou à “pesada herança” de Guterres, que o governo em funções herdou, em 2005, dos governos de direita (Barroso+Santana), um deficit das contas públicas de 6,4% do PIB.”

quinta-feira, novembro 2

O MEDO DA VERDADE

Posted by Picasa Fotografia de Nana Sousa Dias

Ressonância de 2 de Novembro de 2004. Santana Lopes era Primeiro-ministro. Estava à beira do fim. JA Barreiros é, naturalmente, o advogado José António Barreiros. Era o dia das eleições presidenciais nos USA. Ainda não sabia o resultado. O contexto político nacional é, hoje, diferente. Mas o facto de terem surgido, em força, provedores em muitos órgãos de comunicação social é significativo. Eis o que escrevi:

Um dia fora de Lisboa, a trabalhar, sem notícias e logo no dia das eleições na América. Original. Agora que vejo as notícias não encontro nada de novo. Reparo que JA Barreiros se despediu de colunista do DN e que todos descobrem o que eu já tinha experimentado vai para 2 anos. Bolas, estavam todos ceguinhos ou quê?

Essa teia promíscua entre os poderes político, económico e mediático, que agora tantos condenam, não é dos tempos deste governo. Já vem do anterior. A diferença está na gestão que se tornou, dia a dia, mais grosseira, descarada e disparatada. Mas nada de essencial mudou. Mas atenção que muitos dos que agora clamam contra a manipulação desesperada dos “media”, em favor da maioria governamental, amanhã a defenderão se ela satisfizer os seus próprios interesses.

Os únicos que podem ser os verdadeiros detentores do equilíbrio entre a verdade, a justiça e a liberdade, na gestão comunicacional, são os fazedores da própria notícia, ou sejam, os jornalistas. Os jornalistas profissionais, não os comentadores ou colaboradores de ocasião.

Quando se revoltam os jornalistas? Quando decidem tomar a palavra e colocá-la ao serviço da denúncia da corrupção dos seus próprios órgãos de comunicação? Têm medo? A democracia faz medo aos jornalistas? Que estranha democracia é esta em que os jornalistas têm medo da verdade?

A MORTE DE UM ALPINISTA PORTUGUÊS

Posted by Picasa À esquerda Bruno Carvalho

O alpinista português Bruno Carvalho morreu na descida, depois de alcançar o cume, a 8.000 metros, do Shisha Pangma. Nesta actividade de alto risco, como em muitas outras, as descidas são mais perigosas que as subidas.

quarta-feira, novembro 1

FUTEBOL - REMATE

Posted by Picasa Fotografia Daqui

Volto ao futebol. Terminou, há poucos minutos, a quarta-feira europeia como se dizia antigamente. As três equipas portuguesas participantes na Liga dos Campeões portaram-se acima do que seria de esperar. O Sporting, ontem, encostou às cordas o Bayern, na Alemanha, (0-0) mas, na verdade, merecia ganhar. O F.C. Porto, hoje, ganhou (3-1) ao Hamburgo, também na Alemanha, e o Benfica retribuiu, em Lisboa, a goleada (3-0) que o Celtic lhe tinha aplicado há 15 dias na Escócia.

*

Na disputa da competição de clubes mais importante da Europa as equipas portuguesas, nesta jornada, fizeram sete pontos em dez possíveis. Todas podem ainda passar à fase seguinte da prova e quase certamente todas alcançarão, pelo menos, um lugar na Taça UEFA. Banalidades. Volto ao assunto do futebol porque me dá prazer mas também porque sei da sua importância, não só no plano da competição desportiva, mas também na divulgação da imagem do país no mundo.

*

Foi bonito ver, nas bancadas do estádio da Luz, os adeptos escoceses derrotados (10.000) confraternizarem com os adeptos portugueses vencedores. E reparar que imperou o “fair-play” em todas as facetas de todos os jogos.

*

E já agora, para os mais distraídos, confirmo que o clube do meu coração é o Farense mas que, na verdade, também sou benfiquista. Não aprecio é o estilo, os métodos e as opções de gestão que têm imperado pelas bandas da Luz. Mas isso é outra história da qual estou a léguas de distância pois sou, simplesmente, um adepto sem cartão.

SIM

Posted by Picasa Fotografia de sophie thouvenin


"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

SIM. SIM.

terça-feira, outubro 31

JEROME LIEBLING

HOJE DEU-ME PARA FALAR DE FUTEBOL

Posted by Picasa Imagem daqui

Hoje deu-me para falar de futebol que acompanho com atenção mas sem fanatismo. É uma daquelas actividades, quer gostemos quer não, na qual Portugal é competitivo no contexto internacional. Nada de novo. Todos os rankings internacionais o confirmam.

*

Acontece, por outro lado, que o futebol permite alimentar as amizades pois mesmo quando as nossas fidelidades clubistas são diferentes das dos nossos amigos sempre nos condoemos com o seu sofrimento de “derrotados” mesmo que nos “regozijemos” com as nossas vitórias. Poucas actividades da vida social permitem tal compensação afectiva.

*

Escrevo a poucas horas de um jogo importante do Sporting, na Alemanha, e penso no meu filho que lhe deu para o sportinguismo, com lugar cativo e tudo, nos meus amigos TL e FF, em todos aqueles que passam a vida a sofrer por um sucesso que é um bem escasso para quase todas as equipas que por aí disputam campeonatos e competições.

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Como o clube do meu coração – o Farense – está falido e a militar no mais baixo escalão do futebol do Algarve – a II Divisão distrital – já não sofro pois, como sabiamente disse o seu treinador, o grande jogador que foi Carlos Costa, já não dá para descer mais. Por isso restrinjo o meu clubismo a saber dos seus resultados, através do “A Defesa de Faro”, e a sentir que o Farense ainda mexe podendo, a prazo, contribuir para o ressurgimento de uma equipa do sul na Primeira Liga. [A sul de Setúbal não há nenhuma, mas na Madeira há duas!]

*

Quanto aos jogos de hoje e amanhã das três equipas do topo do futebol português, na Liga dos Campeões Europeus, os prognósticos são reservados. Cada uma delas segue a sua estratégia própria: o Sporting aposta nos jovens talentos, nascidos e criados na sua academia, adoptando uma estratégia inteligente e ousada; dá prazer, a qualquer um, observar o desempenho da equipa e o potencial dos seus jovens jogadores. O F.C. Porto aposta no mercado sul-americano buscando aí alguns dos melhores jogadores dos respectivos países, uns já consagrados, outros que o virão a ser. O Benfica prossegue, desde há anos, uma estratégia de acaso na qual as escolhas – de treinadores a jogadores – parecem navegar ao sabor dos objectivos mais ou menos indecifrável dos seus dirigentes.

*

Se quisesse fazer um ranking dos três clubes mais representativos do futebol português de clubes classificava-os assim: 1º – Sporting; 2º – F. C. Porto; 3º – Benfica. Este é o ranking competitivo, segundo os padrões tradicionais a qualquer negócio. Mas, na minha afectividade, o clube que ocupa o primeiro lugar no ranking é um dos últimos no ranking da competição. E não imaginam quantos milhares de clubes ocupam os últimos lugares nas competições e o primeiro lugar nos corações dos adeptos.

segunda-feira, outubro 30

PEQUENOS ATÉ A OLHAR A GRANDEZA DOS IRMÃOS

Posted by Picasa Fotografia de sophie thouvenin

É chocante a falta de atenção que as estações de TV portuguesas dedicaram às eleições presidenciais no Brasil. Tudo espremido foi zero. O horário até não era desfavorável. Ao fim da noite os resultados estavam, neste 2º turno, definidos mas, no 1º turno, a indefinição durou até ao fim.

Pois nem na primeira nem na segunda volta (turno) os canais de TV portugueses deram qualquer atenção ao acontecimento. Somente a SIC – Notícias (cabo) se dignou dar notícia que se ficou pela comunicação, via telefone, da sua corresponde no Rio. De resto o que se sentiu foi um profundo alheamento ao contrário do que acontece, habitualmente, com as eleições presidenciais norte-americanas.

Para que se tenha uma ideia da importância das eleições no Brasil basta olhar para alguns números. Falemos, somente, em votos expressos, pois o voto no Brasil é obrigatório, o que não acontece em Portugal. Nas últimas eleições presidenciais, de 2006, em Portugal, votaram 5.590.132 (cinco milhões quinhentos e noventa mil, cento e trinta e dois) eleitores e nas legislativas, de 2005, 5.747.834. No 2º turno das eleições presidenciais, de ontem, no Brasil, votaram 125.912.935 (cento e vinte e cinco milhões novecentos e doze mil, novecentos e trinta e cinco) eleitores. [O apuramento ainda não está concluído.]

Isto quer dizer que os 5.590.132 eleitores das presidenciais, em Portugal, representam cerca de 4,4% do eleitorado que votou nas presidenciais no Brasil. E que esses mesmos 5.590.132 eleitores das presidenciais portuguesas representam, somente, cerca de 9,6% dos 58.295.042 eleitores que votaram em Lula da Silva, reelegendo-o presidente da República do Brasil.

Estou certo ou estou errado? Ora se a tradição da lusofonia está do lado de cá do atlântico, a sua viabilidade está do lado de lá. Se Portugal sempre foi um país pequeno, em dimensão física e demográfica, isso não o obriga a que seja pequeno nas relações que estabelece consigo próprio, com os países de língua portuguesa e com o mundo.

Podíamos ser pequenos no corpo e grandes no espírito mas, infelizmente, teimamos em ser pequenos em tudo. Mesmo na informação que dos outros prestamos a nós próprios. PEQUENOS ATÉ A OLHAR A GRANDEZA DOS IRMÃOS!

HILARY

Posted by Picasa Hilary Clinton

Os 59 anos da futura Presidente dos USA?