Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
Voto sim! Que me perdoem as mulheres que podem e devem sentir-se sob julgamento público da sua maior intimidade e liberdade, o seu corpo e a sua alma, perante a realidade do referendo à porta... Voto sim para que mais nenhuma mulher passe pela injustiça de ser condenada!
Antes de mais, saúdo-te com a estima de velho condiscípulo, e de leitor assíduo e apreciador deste teu espaço.
Com todo o respeito, para contigo e para com todos aqueles, homens e mulheres, pais e mães, que irão optar pelo sim, concede-me que apresente uma ideia diferente das que tenho visto perfilhadas no teu blogue, sobre a questão da interrupção voluntária da gravidez. Uma ideia alicerçada à luz da Fé e da doutrina que Jesus nos ensinou.
Sem querer contradizer as ideias que tenho visto expressas no teu blogue, em relação a esta matéria, e porque sei que és homem de cultura e desde sempre preocupado com a condição humana, permite-me, contudo, que deixe aqui algumas pistas (que, de resto, não constituem qualquer novidade…). Proponho uma reflexão diferente, bastante simples, sem a pretensão de querer convencer ninguém, mas apenas com o intuito de apresentar um outro enfoque desta acesa questão - verdadeiramente crucial para as mulheres (e porque não para os homens? - não são eles genitores?), sobremaneira para as Mães :
São Paulo – o Saulo, de Tarso, espírito brilhante e homem muito culto (educado pelo famoso Gamaliel), perseguidor implacável da jovem Igreja cristã, e que, após súbita conversão, se transformou no maior Apóstolo de sempre – é muito claro quando nos diz que nós somos templo do Espírito Santo (cfr. 1ª carta aos coríntios, cap. 3, versículos 16-17). Isto significa que o nosso corpo não é simples matéria, mas Espírito vivo, habitado por Deus.
Na verdade, somos produto de Deus. Julgo que é questão pacífica que o Homem é creação de Deus, e que os pais biológicos são apenas canais de transmissão da Vida que Deus nos dá. Somos pois, meramente instrumentos geradores de Vidas, que, em primeira e última análise, pertencem a um Deus Creador (utilizo aqui “creador” no sentido que o filósofo brasileiro Huberto Rohden utiliza – isto é, Deus é o Creador do Universo;só Ele tem o Poder Infinito, a capacidade de transformar a essência em existência).Meros "criadores" são os homens, que apenas transformam a existência.
Ora, para além mesmo de quaisquer considerações de ordem filosófica, ética ou religiosa, parece bem claro que só o Creador pode decidir da vida daquele que creou. Não queira o simples mortal arrogar-se o poder ou o direito de decidir da vida de um ser humano, na verdade ainda muito pequenino e indefeso - mas que, pese tal condição, é um ser humano completo, vivo, com todos os direitos que todos nós temos!
Vejamos o que diz a comunidade científica acerca destes pequeninos bebés:
NO SÉTIMO DIA de concebido, o embrião mede um milímetro e meio e emite uma mensagem química que força a mãe a conservá-lo é o bebé que detém o ciclo menstrual de sua mãe. O coração ainda não pode ser escutado mas já palpita e tem o tamanho de um grão de trigo aproximadamente.
NA SEGUNDA SEMANA, o coração já bate e o bebé tem os membros muito pequenos mas esboçados.
EM OITO SEMANAS, o bebé já mede três centímetros da cabeça até o final da coluna, já possui forma completamente humana, tem cabeça, braços, dedos, etc. tem inclusive as linhas das mãos traçadas.
ENTRE OITO E DEZ SEMANAS, as impressões digitais já estão presentes, são muito pequenas. Se pudesse fotografar e ampliar, obteríamos perfeitamente suas digitais e já poderia ter seu documento de identidade. Estas impressões já não mudarão até o final de sua vida.
Que dizer disto? Que nome se dará à liquidação deste ser humano, apesar de muito pequenino…? Usamos um eufemismo...ou temos a coragem de qualificar tal acto como é - verdadeiro homicídio...?!
Ao abrir-se a porta a tamanha irresponsabilidade, o que é que vai acontecer? Daí irromperão os abortos em catadupa, pelas mais variadas, subjectivas e interesseiras razões…! Ou não fosse o ser humano o que é…!
Alguém duvidará que, mesmo que a lei venha a restringir a prática da interrupção voluntária da gravidez a situações de mal formação do feto ou de hipotéticas violações, as “boas” intenções das normas não virão a ser desvirtuadas e habilmente aproveitadas consoante as necessidades ocasionais?
E quem vai garantir e fiscalizar o cumprimento da lei? O Estado? Os médicos? Alguma comissão de técnicos, criada para o efeito? Quem irá controlar todas as situações de aborto, para ajuizar se estão ou não dentro da alçada da lei…?
O que se torna fundamental em toda esta problemática é educar para a sexualidade os jovens (e menos jovens, ao que parece) com honestidade e elevação. Infundir na mente e no coração que ser pai e mãe é o maior dom que Deus proporciona à humanidade. Que ser pai e mãe é verdadeira missão, da maior responsabilidade, e que ser canal transmissor de vida é felicidade imensa… a maior alegria e realização a que qualquer ser humano pode aspirar!
Entendamo-nos. Esta questão tal como está a ser preparada em termos do referendo, está a ser muito mal colocada. Quando se proclama que as mulheres são donas do seu corpo e que são elas que têm de decidir sobre a vida e a morte do filho que Deus lhes entregou… não se está a entender nada, mas mesmo nada, da maravilhosa Graça que Deus deu às mulheres ao fazê-las Mães!
A vida humana, mesmo ainda muito pequenina, é VIDA - mesmo que encarada sob um ponto de vista estritamente científico – e não pode estar à mercê de vontades alheias! A mãe não é dona do seu corpo – e muito menos é dona da Vida do filho que Deus lhe entregou para gerar e fazer desenvolver. Proclamar que é dona do seu corpo e que dele pode fazer o que bem entender, é um argumento falacioso deveras grave. Ninguém é dono do seu corpo! O nosso corpo foi-nos dado pelo Deus Creador. Foi Ele que no-lo deu; e só Ele no-lo pode tirar.
Quem quiser ter sexo pelo sexo, sem responsabilidade, terá de usar dos cuidados necessários. E se uma Mãe engravida sem o desejar, não deverá aproveitar-se de uma norma legal para fazer “desaparecer” um ser vivo, que é um filho de Deus – e cuja Vida ou morte não pode ser decidida por um acto irreflectido e ligeiro de quem o alberga em seu ventre. Um filho é o dom mais precioso que Deus concede a uma Mãe!
2 comentários:
Voto sim! Que me perdoem as mulheres que podem e devem sentir-se sob julgamento público da sua maior intimidade e liberdade, o seu corpo e a sua alma, perante a realidade do referendo à porta... Voto sim para que mais nenhuma mulher passe pela injustiça de ser condenada!
Até sempre!
Meu caro Eduardo,
Antes de mais, saúdo-te com a estima de velho condiscípulo, e de leitor assíduo e apreciador deste teu espaço.
Com todo o respeito, para contigo e para com todos aqueles, homens e mulheres, pais e mães, que irão optar pelo sim, concede-me que apresente uma ideia diferente das que tenho visto perfilhadas no teu blogue, sobre a questão da interrupção voluntária da gravidez. Uma ideia alicerçada à luz da Fé e da doutrina que Jesus nos ensinou.
Sem querer contradizer as ideias que tenho visto expressas no teu blogue, em relação a esta matéria, e porque sei que és homem de cultura e desde sempre preocupado com a condição humana, permite-me, contudo, que deixe aqui algumas pistas (que, de resto, não constituem qualquer novidade…).
Proponho uma reflexão diferente, bastante simples, sem a pretensão de querer convencer ninguém, mas apenas com o intuito de apresentar um outro enfoque desta acesa questão - verdadeiramente crucial para as mulheres (e porque não para os homens? - não são eles genitores?), sobremaneira para as Mães :
São Paulo – o Saulo, de Tarso, espírito brilhante e homem muito culto (educado pelo famoso Gamaliel), perseguidor implacável da jovem Igreja cristã, e que, após súbita conversão, se transformou no maior Apóstolo de sempre – é muito claro quando nos diz que nós somos templo do Espírito Santo (cfr. 1ª carta aos coríntios, cap. 3, versículos 16-17). Isto significa que o nosso corpo não é simples matéria, mas Espírito vivo, habitado por Deus.
Na verdade, somos produto de Deus. Julgo que é questão pacífica que o Homem é creação de Deus, e que os pais biológicos são apenas canais de transmissão da Vida que Deus nos dá. Somos pois, meramente instrumentos geradores de Vidas, que, em primeira e última análise, pertencem a um Deus Creador (utilizo aqui “creador” no sentido que o filósofo brasileiro Huberto Rohden utiliza – isto é, Deus é o Creador do Universo;só Ele tem o Poder Infinito, a capacidade de transformar a essência em existência).Meros "criadores" são os homens, que apenas transformam a existência.
Ora, para além mesmo de quaisquer considerações de ordem filosófica, ética ou religiosa, parece bem claro que só o Creador pode decidir da vida daquele que creou. Não queira o simples mortal arrogar-se o poder ou o direito de decidir da vida de um ser humano, na verdade ainda muito pequenino e indefeso - mas que, pese tal condição, é um ser humano completo, vivo, com todos os direitos que todos nós temos!
Vejamos o que diz a comunidade científica acerca destes pequeninos bebés:
NO SÉTIMO DIA de concebido, o embrião mede um milímetro e meio e emite uma mensagem química que força a mãe a conservá-lo é o bebé que detém o ciclo menstrual de sua mãe. O coração ainda não pode ser escutado mas já palpita e tem o tamanho de um grão de trigo aproximadamente.
NA SEGUNDA SEMANA, o coração já bate e o bebé tem os membros muito pequenos mas esboçados.
EM OITO SEMANAS, o bebé já mede três centímetros da cabeça até o final da coluna, já possui forma completamente humana, tem cabeça, braços, dedos, etc. tem inclusive as linhas das mãos traçadas.
ENTRE OITO E DEZ SEMANAS, as impressões digitais já estão presentes, são muito pequenas. Se pudesse fotografar e ampliar, obteríamos perfeitamente suas digitais e já poderia ter seu documento de identidade. Estas impressões já não mudarão até o final de sua vida.
Que dizer disto? Que nome se dará à liquidação deste ser humano, apesar de muito pequenino…? Usamos um eufemismo...ou temos a coragem de qualificar tal acto como é - verdadeiro homicídio...?!
Ao abrir-se a porta a tamanha irresponsabilidade, o que é que vai acontecer? Daí irromperão os abortos em catadupa, pelas mais variadas, subjectivas e interesseiras razões…! Ou não fosse o ser humano o que é…!
Alguém duvidará que, mesmo que a lei venha a restringir a prática da interrupção voluntária da gravidez a situações de mal formação do feto ou de hipotéticas violações, as “boas” intenções das normas não virão a ser desvirtuadas e habilmente aproveitadas consoante as necessidades ocasionais?
E quem vai garantir e fiscalizar o cumprimento da lei? O Estado? Os médicos? Alguma comissão de técnicos, criada para o efeito? Quem irá controlar todas as situações de aborto, para ajuizar se estão ou não dentro da alçada da lei…?
O que se torna fundamental em toda esta problemática é educar para a sexualidade os jovens (e menos jovens, ao que parece) com honestidade e elevação. Infundir na mente e no coração que ser pai e mãe é o maior dom que Deus proporciona à humanidade. Que ser pai e mãe é verdadeira missão, da maior responsabilidade, e que ser canal transmissor de vida é felicidade imensa… a maior alegria e realização a que qualquer ser humano pode aspirar!
Entendamo-nos. Esta questão tal como está a ser preparada em termos do referendo, está a ser muito mal colocada. Quando se proclama que as mulheres são donas do seu corpo e que são elas que têm de decidir sobre a vida e a morte do filho que Deus lhes entregou… não se está a entender nada, mas mesmo nada, da maravilhosa Graça que Deus deu às mulheres ao fazê-las Mães!
A vida humana, mesmo ainda muito pequenina, é VIDA - mesmo que encarada sob um ponto de vista estritamente científico – e não pode estar à mercê de vontades alheias! A mãe não é dona do seu corpo – e muito menos é dona da Vida do filho que Deus lhe entregou para gerar e fazer desenvolver.
Proclamar que é dona do seu corpo e que dele pode fazer o que bem entender, é um argumento falacioso deveras grave. Ninguém é dono do seu corpo! O nosso corpo foi-nos dado pelo Deus Creador. Foi Ele que no-lo deu; e só Ele no-lo pode tirar.
Quem quiser ter sexo pelo sexo, sem responsabilidade, terá de usar dos cuidados necessários. E se uma Mãe engravida sem o desejar, não deverá aproveitar-se de uma norma legal para fazer “desaparecer” um ser vivo, que é um filho de Deus – e cuja Vida ou morte não pode ser decidida por um acto irreflectido e ligeiro de quem o alberga em seu ventre. Um filho é o dom mais precioso que Deus concede a uma Mãe!
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