sexta-feira, maio 18

O PAI DE AFONSO HENRIQUES

Fica aqui, a propósito, registada a actualidade da polémica em torno de uma decisão política: a Ministra (da Cultura) impede investigação a ossadas de D. Afonso Henriques.

“Afonso Henriques herdava de seu pai, o conde D. Henrique, um valor especial (…) De facto D. Henrique era um estrangeiro, nascido noutra latitude, educado de forma diferente dos nobres peninsulares. Pode-se considerar como um aventureiro ousado e ambicioso. As suas qualidades pessoais eram acentuadas pela sua alta ascendência, pois era bisneto de Roberto II, rei de França, …“
(…)
“D. Henrique agiu, de facto, como o verdadeiro chefe do grupo de cavaleiros, monges e clérigos de origem francesa, o qual desempenhou um papel muito activo na remodelação da politica e da Igreja no Ocidente peninsular durante a segunda metade do século XI.”

(O conde D. Henrique morre em Astorga, no dia 22 de Maio de 1112, ainda Afonso Henriques não fizera 3 anos.)

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "O pai", pg. 19/20. (3)
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SONDAGEM : PS AINDA MAIS NA FRENTE!


A sondagem divulgada hoje é da universidade católica e, apesar de ser uma sondagem, deve causar a maior perplexidade a muita gente. É que o PS cresce em intenções de voto face aos resultados das legislativas de 2005. Sempre se pode argumentar que a sondagem é falsa ou, pelo menos, que os seus resultados são manipulados. Mas esta tese confronta-se com o facto da entidade que realizou a sondagem ser credível.

Bom, o melhor é desvalorizar. Estamos a mais de meio do mandato do governo e ainda ontem foram tornados públicos dados do desemprego que lhe são desfavoráveis. O segredo da bondade da sondagem para o PS pode estar, então, no facto de serem escamoteados os dados da realidade e caímos, de novo, na tese da conspiração.

Mas admitamos que a sondagem, embora sendo uma sondagem, corresponde ao que das sondagens se espera: uma tendência, a medida das expectativas dos cidadãos… Bom, então podemos chegar a uma interpretação possível: uma parte da opinião pública não gosta das medidas do governo mas acha-as inevitáveis e necessárias. Não morre de amores pelo PS mas não lhe enxerga qualquer alternativa credível.

A solução para inverter este estado de coisas só poderá resultar da conjugação de dois factores: o PS perder coesão interna, contaminando o governo de incoerência, e o PSD mudar de liderança, ou seja, acelerar a queda de Marques Mendes. O problema está na conjugação dos factores pois não serve de nada o PSD mudar de liderança sem que o PS, e o governo, vacilem na concretização das políticas que prosseguem.

Como aconteceu com o PS, na longa travessia do deserto entre 1985 e 1995, com dois Secretários-gerais que nunca alcançaram a maioria que lhes permitisse aceder ao governo – Constâncio e Sampaio – mais vale à oposição não gastar munições em vão. É aguentar até passar “o mau tempo” … pode parecer mentira mas é verdade!
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Marilyn Monroe

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LISBOA - SONHOS E ABDICAÇÕES

Posted by PicasaImagem daqui

Nesta fase animada da política nacional, com epicentro em Lisboa, notam-se alguns fenómenos interessantes. O plano inclinado pelo qual as forças da oposição querem ver escorregar o governo parece não ganhar o declive suficiente. Um dos factores essenciais para que o governo comece a escorregar é a erosão da coesão do governo e da maioria na qual ele se apoia.

Nestas eleições autárquicas em Lisboa (parciais e intercalares) surgiu a dissidência de Helena Roseta. Podia ser um desses sinais de erosão mas, de facto, não é. Helena Roseta não é uma dissidente mas uma reincidente. Com todo o respeito e consideração por ela, e seus apoiantes, a sua candidatura nada muda no equilíbrio das forças políticas na autarquia e no país. As propostas que a sua candidatura vai trazer à ribalta serão as velhas conhecidas récitas acerca do urbanismo regrado e do regramento do urbanismo e temas congéneres …

Toda a gente está de acordo mas só um projecto político viável para ocupar o poder pode travar, com sucesso, essa e todas as restantes batalhas para voltar a colocar Lisboa no mapa. Não é o caso de uma candidatura de Helena Roseta. Desta velha esquerda sairão, certamente, algumas denúncias de malfeitorias. Esse é o papel útil de um contra poder que o BE já exercita à esquerda e que o PP poderá vir a exercitar à direita. Mas para esse peditório já dei.

Agora o que eu exijo é que o poder gere capacidade de auto regeneração permanente pois não creio que algum dia o poder, seja ele qual for, se liberte dos vícios do poder. A utopia democrática – porque a democracia política só aparentemente é um dado adquirido – não se joga à margem dos partidos mas no centro do poder democrático do qual os partidos são a pedra de toque.

Todos aqueles que ensaiam o discurso anti partido não deixam de se alimentar do poder que aparentam abjurar. Carmona Rodrigues exercitou o discurso anti partido mas abdicou da disputa do poder o que, em política, é o mais difícil dos exercícios. Que mais não seja por isso merece a minha admiração.
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quinta-feira, maio 17

UMA MÁ NOTÍCIA

Posted by PicasaDick Sanders USA, b.1946

Desemprego no primeiro trimestre subiu para 8,4 por cento

Nem todas as notícias são boas. O desemprego subiu no primeiro trimestre de 2007 e, não tenhamos ilusões, a tendência será de subida restando saber até onde chegará. Em Espanha na época em que decorreu o processo de consolidação orçamental a taxa de desemprego, se não erro, chegou, durante um longo período, a ultrapassar os 20%.
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MARQUES MENDES - UM TIRO NO PÉ?

Das duas uma: ou alguém tirou o tapete a Marques Mendes; ou Marques Mendes decidiu fazer cair a Câmara sem ter a mínima ideia do que tencionava fazer de seguida. O resultado, contudo, é o mesmo: a não ser que haja uma surpresa monumental nas eleições de Lisboa, Marques Mendes pode começar a pensar em arrumar os papéis no gabinete da S. Caetano à Lapa.
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CANNES

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quarta-feira, maio 16

POLÍTICA A NU

Posted by PicasaTania Derveaux

Tania, candidata do partido NEE ao Senado belga, mostra como as nossas campanhas eleitorais são monótonas.
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O OLHO DE VASCO GRAÇA MOURA

As análises políticas de Vasco Graça Moura têm um encanto especial. Compreendo-o. Também eu gosto de defender o meu campo político e ideológico e sou capaz de o fazer mesmo na iminência de uma derrota.

No caso das eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa o candidato encontrado por Marques Mendes é uma solução de recurso e colocou a nu a fraqueza da posição do PSD nesta disputa eleitoral. O PSD, neste caso, é o governo e o PS a oposição mesmo que o PSD queira fazer parecer o contrário.

Quando amigos, adversários e inimigos qualificam, repetidamente, em política, uma personalidade de estimável, é sempre mau sinal. Fernando Negrão é um caso de personalidade estimável. Tal como eu também ele foi do MES. Negrão é mesmo estimável e contra mim falo.

O PSD esperou para saber do lance de António Costa, e prevendo a candidatura independente de Carmona Rodrigues, escolheu a “via estreita”, ou seja, reduzir drasticamente as expectativas eleitorais e minimizar os prejuízos de uma eventual derrota proclamando-a como a vitória possível entre os escombros de uma estranha gestão Santana/Carmona.

As candidaturas independentes, se chegarem às urnas, dividem todos os campos por igual. O PS, com António Costa, já se antecipou e dividiu o campo de Helena Roseta, integrando na sua lista Ana Sara Brito um nome forte do poder local de Lisboa, elemento da candidatura presidencial de Manuel Alegre e cabeça da associação a que aquela candidatura deu origem.

Resta a abstenção para penalizar o PS assim como o voto de protesto que beneficiará as candidaturas da CDU e do BE caso, à última da hora, não surja alguma coligação que baralhe as contas.

Entretanto Vasco Graça Moura consegue, num passe de mágica, trocar tudo e colocar a esquerda no lugar da direita no que diz respeito à gestão da CML. Na verdade o último parágrafo, que transcrevo a seguir, do seu artigo, de hoje, no DN é de ir às lágrimas:

“Lisboa não pode cair nas mãos de uma esquerda que acabaria por torná-la numa cidade fantasma, incaracterística, arruinada e incapaz de se afirmar, tanto no plano nacional como no internacional, ao sabor de tricas e politiquices. Lisboa precisa de continuar a ter uma luz forte e clara ao fundo do túnel.”

A DIREITA QUE GOVERNA LISBOA DESDE FINAIS DE 2001 TERÁ DEIXADO, ENTÃO, UMA CIDADE EM BOM ESTADO DE USO, COM FOLGA FINANCEIRA, RESPIRANDO SAÚDE E CAPACIDADE DE AFIRMAÇÃO COMO CENTRO DE FULGURANTES INICIATIVAS NOS PLANOS NACIONAL E INTERNACIONAL! MAS COM FERNANDO NEGRÃO JÁ SE ACENDE, DE NOVO, "UMA LUZ FORTE E CLARA" AO FUNDO DO TÚNEL ANUNCIANDO A SAÍDA DA CRISE!
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terça-feira, maio 15

"O quadro familiar: o avô"

Tomando a cronologia de José Matoso, Afonso Henriques, nasceu (talvez), em Viseu, a 15 de Agosto de 1109, no mesmo ano da morte de seu avô, Afonso VI, pai de sua mãe D. Teresa. Logo está próxima a celebração do nongentésimo aniversário de Afonso Henriques.

Não sei se alguma entidade pública, ou outra, já se lembrou da data. Convenhamos que um país europeu desperdiçar a oportunidade de celebrar os 900 anos do nascimento do seu primeiro rei brada aos céus. Mas na nossa antiga pátria lusitana tudo é possível!

“Em 1109, nasce, pois, um menino, primeiro filho da condessa D. Teresa e do conde D. Henrique. Estava ligado por laços hereditários à família régia de Leão e Castela.”
(…)
“Os escribas do conde D. Henrique e da condessa D. Teresa quase nunca se esqueciam, nos seus diplomas, de recordar que ela era filha do “grande” rei Afonso; os de Afonso Henriques, sobretudo os primeiros, lembravam que ele era neto do mesmo rei; e por volta dos anos 1185-1190 o cónego de Santa Cruz de Coimbra que redigiu os Anais de D. Afonso, Rei dos Portugueses referia-se ainda a ele como ”o grande imperador da Hispânia D. Afonso””
(…)
“Em 1109, ano de nascimento de Afonso Henriques, havia, sem dúvida, quem não esquecesse a humilhante derrota sofrida pelo mesmo rei em 1085, na Batalha de Zalaca, contra as tropas almorávidas, nem, nos anos seguintes, a perda de muitas outras cidades importantes da fronteira; mas o ambiente de angústia pelo risco de perder um esplendor tão elevado contribuía, até, para engrandecer a sua memória. Afonso Henriques ficou para sempre ligado a essa referência. Considerava-se, por transmissão materna, como o legítimo herdeiro de um avô glorioso, cuja memória tinha obrigação de honrar, procurando imitar os seus feitos. Era reconhecido como tal pelos seus súbditos”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "O quadro familiar: o avô", pg. 18/19. (2)
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MIAIS UMA BOA NOTÍCIA


O crescimento da economia portuguesa, no 1º trimestre de 2007, foi de 2,1%, o maior dos últimos 5 anos. Menos que a Eurozona (3,1%) e a Espanha (4%) e mais do que a França (2%).
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KATE MOSS

Posted by PicasaKate Moss

Eu sei que se produzem imagens para vender produtos e que a própria imagem é um produto que se vende. Este é um caso de estudo. Tem qualquer coisa que ultrapassa as vulgares explicações do sucesso nos negócios da imagem.
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segunda-feira, maio 14

ANTÓNIO COSTA - UMA CANDIDATURA FORTE PARA LISBOA

Posted by PicasaImagem daqui

Caso se venha a concretizar a candidatura de António Costa à Câmara Municipal de Lisboa, como tudo indica, o PS responde ao desafio que estas eleições representam com a responsabilidade própria de um partido de governo.

António Costa, pensem o que quiserem os seus detractores, é um candidato muito forte e, presume-se, apresentará um programa de governo para a cidade e uma lista de candidatos politicamente credíveis.

Porque o que está em causa nestas eleições não é tão-somente a CML mas também o próprio governo pois, não sejamos ingénuos, o resultado destas eleições será interpretado como um verdadeiro julgamento da acção política do governo

Ao contrário do que tenho ouvido a muitos comentaristas, apesar da existência de outros candidatos, igualmente fortes, o PS faz bem em assumir em pleno as suas responsabilidades políticas lançando nesta disputa eleitoral um peso pesado do governo que, ainda para mais, tem detido a responsabilidade governamental das autarquias.

Chama-se a isto jogar ao ataque, correr riscos, assumir responsabilidades, atribuir importância politica à Câmara Municipal de Lisboa e enfrentar o desafio de resolver os problemas criados na CML, desde 2001, pela gestão ruinosa do PSD.
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ALMANAQUE REPUBLICANO

Posted by PicasaAlmanaque Republicano

Salazar – 'As diferentes forças políticas em face da Revolução Nacional'

"O processo da democracia parlamentarista está feito; a sua crise é universal; supõem ainda alguns que esta é passageira e provocada pelas dificuldades igualmente transitórias do presente momento; os restantes crêem que findou para sempre a sua época."

Salazar, em 1932, ainda a braços com a herança da democracia parlamentar, busca estruturar um discurso em favor da Ditadura Nacional. À consideração daqueles que, no nosso tempo, encontram nos partidos a raiz de todos os males do país e fora deles as mais fortes razões para crer numa verdadeira regeneração da democracia.
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ESTADO PURO

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DESFOLHADA

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domingo, maio 13

AFONSO HENRIQUES

Inicio a publicação dos sublinhados da minha leitura de “D. Afonso Henriques”, de José Mattoso, edição do “Círculo de Leitores”. Como é natural a escolha decorre do meu livre arbítrio embora a selecção dos excertos que aqui trago tenha procurado não se tornar ininteligível. Nesta primeira transcrição surge uma importante advertência do autor que serve para todas as que se seguirem.

Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, nasceu em 1109 e morreu em 1185, sendo filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa de Leão e Castela. Iniciou a I Dinastia (1143-1383).

(...)
“A infância e adolescência de Afonso Henriques decorreram, portanto, num clima de intensas lutas, intrigas e contradições que não podiam deixar de influir no seu carácter, e de o pressionar a tomar partido entre as posições assumidas pelos senhores e familiares que viviam à sua volta. Todavia, estamos reduzidos a fazer deduções a partir dos acontecimentos, alguns deles de significado ambíguo, e sem o apoio de informações documentais expressas. Que o leitor não esqueça esta advertência para não transformar em certezas indubitáveis o que apresentamos apenas como uma interpretação verosímil dos factos.”
(...)
“Os acontecimentos mostravam ao infante a imperiosa necessidade da virtude da firmeza na conduta política.”
(...)
“O ambiente de combate que rodeou a infância e a juventude de Afonso Henriques podia ter influenciado o seu ânimo de maneira mais precisa ainda, incutindo nele o desejo de lutar pela independência, para reunir e concentrar as próprias forças, contando o menos possível com o apoio de poderes alheios, pois os acontecimentos em que viu envolvidos os seus próximos manifestavam a precariedade das alianças e a certeza das intrigas.” .

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Afonso Henriques", pg. 32/33. (1)
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VEJO COISAS MUITO BONITAS

Posted by PicasaFotografia de Hélder Gonçaves

Vejo coisas muito bonitas por aí quando olho
À volta nos intervalos do tempo que me dá
De folga a atenção que depositam em mim
O mínimo gesto uma interjeição o silêncio
O bater do coração o resfolegar o protesto
No meio do tempo que vai a mais de metade
Acredito que as coisas bonitas que vejo por aí
São mesmo a verdade que invento e assim
Não me podem causar desalento nem sequer
No dia em que as achar as coisas mais ruins

2/5/2007
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sábado, maio 12

AS AVENTURAS DE HELENA (II)

Posted by PicasaImagem Daqui

“ (...) a democracia não se esgota nos partidos. Às vezes, o mais da vida democrática é justamente o que dela sobrevive além dos partidos."

Manuel António Pina, "Jornal de Notícias", 11-05-2007


Esta é uma frase perigosa que muito apraz aos intelectuais pronunciar quando surgem sinais de dissidência nos partidos. Eu diria, simplesmente, que a democracia assenta nos partidos, mas que a vida democrática não se esgota neles.
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sexta-feira, maio 11

AS AVENTURAS DE HELENA

Posted by PicasaImagem daqui

Um amigo e colega acaba de se me dirigir indagando se não penso candidatar-me à Câmara de Lisboa. Podia ser uma boa ideia. Mas tinha que entregar o cartão do PS para passar à categoria de independente pois não tenho muitas esperanças que o Eng.º Sócrates me convide. E essa coisa de entregar o cartão faz-me espécie, não gosto de entregar cartões, tenho uma relação difícil com a inconstância clubista, ou talvez seja uma questão de fé.

Aproveito para chamar a atenção do JPN que, outro dia, escreveu que já não era militante do PS porque deixou de pagar as quotas. Ora acho que ele ainda é militante pois não basta deixar de pagar as quotas para deixar de ser militante. Eu tenho as quotas em dia. Acredito, mas sou laico. Isto é difícil de explicar. Também não interessa para o caso.

A única vez que não votei no PS, desde 1979, foi numas eleições autárquicas. Naquelas em que se candidatou uma senhora chamada Helena Torres Marques, com todo o respeito, já ninguém se lembra disso. Votei no Arquitecto Ribeiro Telles que se apresentou, se não erro, pelo PPM. Acho que ele foi eleito. O mesmo acontecerá agora se a Arquitecta Helena Roseta se candidatar. Quem quiser tê-la como vereadora pode votar nela.

Mas há uma diferença. Eu achava graça (e acho) ao Ribeiro Telles, ou melhor, às ideias dele. O Ribeiro Telles é homem aí para que idade? Mais ou menos como Dr. Mário? Mais uma razão para gostar dele e da sua escola de pensamento acerca da cidade. Não se passa o mesmo com ela (a Helena), e as suas aventuras partidárias pelo chamado “centrão”. Já repararam? Não acho graça.

Mas prometo: se a lista dela for encabeçada pelo Ribeiro Telles eu voto nela. É fisicamente um bocado difícil mas politicamente já temos visto cada coisa!
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AS BOAS NOTÍCIAS

Posted by PicasaImagem daqui

Constâncio garante que segurança social já não ameaça Finanças Públicas

Esta é uma daquelas notícias que dá credibilidade ao país e prestígio ao governo. A razão é simples: trata-se de uma questão crucial para o futuro da sustentabilidade de qualquer política própria do estado social.

É como se estivéssemos a apreciar um automóvel: ele vai poder andar mais quilómetros, em boas condições de segurança, apesar das mossas na carroçaria. Mesmo que muitos trocem das amolgadelas o que interessa, na verdade, para que o automóvel cumpra o seu papel, é a mecânica.
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A GRANDE TRAIÇÃO


quinta-feira, maio 10

AS ELEIÇÕES EM LISBOA

Posted by PicasaImagem daqui

"Lisboa é um assunto demasiado sério para ser deixado à elite lisboeta, responsável por a cidade ter chegado onde chegou"

Paulo Varela Gomes, PÚBLICO, 10-05-2007

Que me desculpem a ignorância: mas a que elite lisboeta se refere PVG? Há uma elite lisboeta? Ontem passei por uma casa antiga ali para os lados da Rua do Século, cuja fachada está cravejada de lápides. Lá moraram, entre outros, Ramalho Ortigão, José Gomes Ferreira, Bernardo Marques, António Ferro e Fernanda de Castro.

Nos anos 30/40/50 eles faziam parte da elite lisboeta apesar de alguns não serem naturais de Lisboa? Sim. E quem foram, nessa época, os presidentes da Câmara de Lisboa? Vejam aqui. A figura com maior relevância política que exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa foi, por essas décadas, a meu ver, Duarte Pacheco (1938). Era um lisboeta natural de Loulé. Pertenceria ele à elite lisboeta da época? Tenho as maiores dúvidas! Acho que a elite lisboeta o odiava!

Considerando o período pós 25 de Abril, as coisas mudaram por força da consagração do sufrágio universal. Os partidos fizeram por escolher os principais candidatos entre naturais dos respectivos concelhos mas, mesmo assim, o presidente da CML que exerceu funções durante mais tempo (9 anos) foi Nuno Krus Abecasis. Era natural de Faro. Pertenceria à elite lisboeta? Tenho as maiores dúvidas! Acho que a elite lisboeta o tolerava!

A designação “elite lisboeta”, no sentido depreciativo, aplica-a, certamente, PVG, à última “leva” de presidentes e, em particular, a Jorge Sampaio e João Soares. Pertencem eles à elite lisboeta? Sim! Mas é da maior injustiça metê-los no mesmo saco com Santana Lopes e Carmona Rodrigues.

Poder-se-á dizer que a elite lisboeta, só ocupou o poder autárquico, em Lisboa, através de Sampaio e Soares apoiados, ironicamente, pelo chamado “povo de esquerda”. E a verdade é que poucos deixarão de reconhecer que, cada um ao seu estilo, desempenharam bem o seu papel, ou seja, com base num plano estratégico, bom senso e bom gosto, realizaram obras de vulto com verdadeiro impacto na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos lisboetas e dos outros que trabalham em Lisboa e a visitam.

Diga-se que, apesar da profunda diferença de estilos, entre 1989 e 2001, Sampaio e Soares, para simplificar, geriram Lisboa com pés e cabeça. O mesmo não aconteceu com Santana e Carmona cujos atribulados mandatos foram um mosaico das mais desvairadas aventuras megalómanas e o mais que se verá …

Mas aberta a crise política no concelho de Lisboa (não confundir com a sua área metropolitana) vamos para eleições. Deixemos de parte, por agora, a questão dos candidatos que ameaçam ser uma multidão. Seja qual for o conceito que tenhamos da elite lisboeta quem vai eleger os autarcas do concelho de Lisboa? Os eleitores inscritos no concelho de Lisboa! Da mesma maneira que quem elegeu Jardim foram os eleitores inscritos na Região Autónoma da Madeira.

E por aí adiante já que o regime democrático tem esta coisa de dar ao povo o direito à escolha, em eleições livres, dos seus representantes nos respectivos círculos eleitorais conforme a natureza de cada sufrágio.

A cada instituição os seus candidatos. A cada circunscrição os seus eleitores. A cada povo a sua elite. Mas, para mim, tenho como certo que qualquer eleição democrática é um assunto demasiado sério para ser deixada à elite dos comentaristas políticos. O povo é soberano! Não há volta a dar!

NA CIDADE NASCI


Na cidade, quem olha para o céu?
É preciso que passe o avião...
Quem me dera o silêncio, a solidão,
Onde pudesse, alguma vez, ser eu!
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Na cidade nasci; nela nasceu
A minha dispersiva inquietação;
E o meu tumultuoso coração
Tem o pulsar caótico do seu.
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A! Quem me dera, em vez de gasolina,
O cheiro da terra húmida, a resina,
A flores do campo, a leite, a maresia!
Em vez da fria luz que me alumia,
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O luar sobre o mar, em tremulina...
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quarta-feira, maio 9

A CML CAÍU

Posted by PicasaImagem Daqui

CAÍU. ERA INEVITÁVEL. PARECE QUE VAMOS TER UMA CHUVA DE CANDIDATOS EM QUE OS PARTIDOS DO BLOCO CENTRAL PODEM SER CONFRONTADOS COM OS SEUS RESPECTIVOS DUPLOS INDEPENDENTES: CARMONA RODRIGUES E HELENA ROSETA.

O INTERESSANTE DESTE ANTI CLIMAX É QUE JÁ SÃO CONHECIDOS OS DUPLOS MAS NÃO SÃO CONHECIDOS OS VERDADEIROS ACTORES. ESPERO QUE ESTES SEJAM MELHORES DO QUE AQUELES E, NESSE CASO, ATÉ PODE SER SAUDÁVEL A CHUVA DE CANDIDATOS.

DESTA FORMA MAIS SE REFORÇA A IDEIA DE QUE, EM PARTICULAR, O PS TEM QUE APRESENTAR COMO CABEÇA DE LISTA UMA PERSONALIDADE FORTE E COM CREDIBILIDADE POLÍTICA. CASO CONTRÁRIO SOFRERÁ MAIS UMA DERROTA ELEITORAL E ESTA VAI DOER MAIS QUE AS ANTERIORES.
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MAIO 9

Posted by PicasaAgostinho Roseta

Em Maio, o ar dos pobres diabos que deambulam pelos passeios. O pólen que se desprende das flores. As árvores erectas quais bandeiras desfraldadas. A vista luminosa sobre a outra banda com o Tejo pelo meio. As efemérides tristes e empolgantes. A morte e a vida que ganham a cor clara dos longos fins de dia. Maio em Lisboa é uma sinfonia de sentimentos desencontrados. Já não há revoltas nem rufam os tambores da guerra. O que escrevem os poetas? Nunca se sabe o que escrevem os poetas mesmo que mostrem o que escrevem. Hoje passam doze anos sobre a morte do Agostinho. No mesmo dia do aniversário de minha mulher. Maio, mês de todas as desilusões e promessas felizes.

[Reescrevendo posts antigos.]
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BUS

Posted by PicasaFotografia de família

BUS
BUSio
aBUSio
BUSsola
arBUSto
BUSto
emBUSte
BUS

[Uma brincadeira, talvez de 1981, em torno de BUS,
petit nom da Guida, minha mulher, no dia do seu aniversário,
com algumas palavras inventadas.]

terça-feira, maio 8

UMA ALFACINHA EM PARIS

Posted by PicasaUma alfacinha em Paris

A Mariana em Paris cheia de sorte, logo aos primeiros meses, vivendo a prova de fogo de umas eleições presidenciais. Eis como ela as viu em dois magníficos posts: Ponto final, parágrafo. e A Alfacinha não gosta deste senhor.
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