“Não posso viver fora da beleza. É o que me torna fraco diante de certos seres.”
“Je ne peux pas vivre hors de la beauté. C´est ce que me rend faible devant certains êtres. »*
A caminho do futuro incerto
se joga a minha vida
e os gestos dela
tudo se joga menos a pura
beleza daquela face
e o meu olhar nela
não seria capaz de viver
fora da beleza
e um olhar por vezes basta
novidade do breve desejo
arrebatado e triste
no aceno de despedida
chegar partir abrir a mão
apertar os lábios
e lamber as feridas
sorver a lágrima
que cai pelo rosto desabrida
e não perder o trilho
amar o dia como a um filho
que se viu nascer
e admirar a beleza do seu rosto
olhar o anoitecer
e a luz que ilumina o caminho
me faz crer
não posso viver fora da beleza
perdida a juventude
o meu corpo oblíquo
rememora resiste e reverdece
qual movimento do desejo
que se não perde e cresce.
“Je ne peux pas vivre hors de la beauté. C´est ce que me rend faible devant certains êtres. »*
A caminho do futuro incerto
se joga a minha vida
e os gestos dela
tudo se joga menos a pura
beleza daquela face
e o meu olhar nela
não seria capaz de viver
fora da beleza
e um olhar por vezes basta
novidade do breve desejo
arrebatado e triste
no aceno de despedida
chegar partir abrir a mão
apertar os lábios
e lamber as feridas
sorver a lágrima
que cai pelo rosto desabrida
e não perder o trilho
amar o dia como a um filho
que se viu nascer
e admirar a beleza do seu rosto
olhar o anoitecer
e a luz que ilumina o caminho
me faz crer
não posso viver fora da beleza
perdida a juventude
o meu corpo oblíquo
rememora resiste e reverdece
qual movimento do desejo
que se não perde e cresce.
* Citação de 1943, in versão portuguesa dos Cadernos de Albert Camus – Caderno Nº 4 (Janeiro de 1942 – Setembro 1945) - página 88, edição Livros do Brasil; in versão original francesa “Carnets (1935 – 1948) – “Cahier IV (janvier 1942 – septembre1945) – página 994, Oeuvres complètes – II. (Mesmo quando surgem duvidas tenho mantido sempre a tradução original.) [Também no Caderno de Poesia.]
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1 comentário:
Repito o que já tinha escrito no 'À Beira de Água': é um belo poema.
PM
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