segunda-feira, abril 12

PEDRO PASSOS COELHO

Pedro Passos Coelho ganhou e foi entronizado como novo líder do PSD. Tudo normal. O jogo político democrático deve prosseguir. Uma afirmação, logo a abrir, vai marcar para sempre esta liderança: "Quanto mais depressa retirarmos o Estado dos negócios, mais depressa actuaremos sobre a corrupção. O Estado vai estar fora dos negócios." A conferir mais tarde ...
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2 comentários:

Galeota disse...

Da análise da entrevista do Dr. Pedro Passos Coelho ao Dr. Miguel Sousa Tavares retive as seguintes ideias:
1- A perspectiva económica apresentada no P.E.C. não garante crescimento da economia.É necessário dar estímulos à economia. Os estímulos propostos são:a reforma da justiça( não são apresentados os objectivos nem a metodologia, só é dito que se faz em 4 anos)e a reforma da administração pública(alteração do rácio);
2- Diminuir o défice através de um plano elaborado pelo Ministro das Finanças. Programa criterioso e escrupuloso(conteúdos não foram apresentados);
3- Diminuir o défice através do combate ao desperdício em quatro anos, prestigiando os bons(?) e penalizando os abusos(?);
4- Forte moderação salarial na Função Pública. Perda de compra para os funcionários com remunerações mais elevadas e manutenção para os funcionários com remunerações mais baixas;
5- Forte disciplina na fiscalização das prestações sociais, nomeadamente no R.M.I. e no S.D..Os auxiliados pelo Estado poderão ter que contribuir com trabalho para a nação;
6- Alterar com urgência a constituição para poder alterar o que no ponto 5 foi mencionado;
7- Tributação das mais valias através do I.R.S, segundo os critérios das praças bolsistas internacionais;
8- O I.V.A. poderá ser alterado;
9- O sector do estado deve cingir-se à Cultura,Saúde e Educação;
10- Privatização dos outros sectores da economia porque são negócios.

Ouvi no Congresso do P.S.D. a seguinte afirmação: " A nossa matriz é ambiciosa e empreendedora"

Proponho a seguinte reflexão:
"b)
291
Os problemas do emprego apelam às responsabilidades do Estado, ao qual compete o dever de promover políticas laborais activas tais que favoreçam a criação de oportunidades de trabalho no território nacional, incentivando para esse fim o mundo produtivo. O dever do Estado não consiste tanto em assegurar directamente o direito ao trabalho de todos os cidadãos, regulando toda a vida económica e mortificando a livre iniciativa de cada indivíduo, quanto em secundar a actividade das empresas, criando as condições que garantam ocasiões de trabalho, estimulando-a onde for insuficiente e apoiando-a nos momentos de crise.
b)
353
É necessário que mercado e Estado ajam de concerto um com o outro e se tornem complementares. O mercado livre só pode produzir efeitos benéficos para a colectividade em presença de uma organização do Estado que defina e oriente a direcção do desenvolvimento económico, que faça respeitar regras equitativas e transparentes, que intervenha também de modo directo, pelo tempo estritamento necessário, nos casos
em que o mercado não consiga obter os resultados de eficiência desejados e quando se trate de traduzir em acto o princípio redistributivo. Na realidade , em alguns âmbitos, o mercado, apoiando-se nos próprios mecanismos, não é capaz de garantir uma distribuição equitativa de alguns bens e serviços essenciais ao crescimento humano dos cidadãos:neste caso, a complementaridade entre Estado e mercado é sobremaneira necessária.
b)
292
Face às dimensões planetárias rapidamente assumidas pelas relações económico-financeiras e pelo mercado do trabalho, deve-se promover uma colaboração internacinal eficaz entre os Estados, mediante tratados, acordos e planos de acção comuns que salvaguardam o direito ao trabalho também nas fases mais críticas do ciclo económico, em âmbito nacional e internacional. É necessário estar ciente do facto que o trabalho humano é um direito do qual dependem directamente a promoção da justiça social e da paz civil.Importantes tarefas nesta direcção cabem às organizações internacionais e às sindicais: coligando-se nas formas mais oportunas , elas devem empenhar-se, antes de tudo, em tecer uma trama cada vez mais apertada de disposições jurídicas que protegem o trabalho dos homens, mulheres, jovens, garantido-lhes uma remuneração conveniente".

in Compêndio da Doutrina Social da Igreja-Conselho Pontifício "justiça e Paz"

vai tudo abaixo disse...

A corrupção não é inerente ao estado estar nos negócios ou não. É inerente ao tipo de sociedade onde se desenvolve. Há corrupção em todas as sociedades com a diferença que em sociedades pobres e pouco informadas (como Portugal) a probabilidade de haver mais clientelismo e dependência é maior; Contrariamente, nas sociedades mais desenvolvidas (Escandinávia, mas não só), onde há mais ética e responsabilidade, há menos corrupção. Também tem a ver com a religião: os protestantes sempre foram mais austeros e rectos do que os católicos que se confessam todos os dias para recomeçarem a pecar no dia seguinte...
Falta aos portugueses uma elite esclarecida, mais coragem (têm todos o medo inculcado pelo fascismo) e mais cidadania.
O PPC não passa de um neo-liberal que não fará mossa ao PS. Quanto muito prolonga a sua política. Por isso Soares está tão satisfeito. Desde que o "bloco central de interesses" continue a funcionar...