Acabei de ver na TVI uma reportagem acerca de facetas menos
políticas da vida de Álvaro Cunhal. Uma peça bem-feita tanto quanto é possível retractar
facetas da vida de um mito. Não sou eu, nesta breve nota, que desmentirei as
suas qualidades humanas, artista com obra de inegável qualidade, embora céptico
acerca das virtudes da sua acção politica. Mas é uma vantagem inigualável da
democracia que haja liberdade para que se possam evocar aqueles que nela desempenharam
um papel relevante seja qual for o nosso ponto de vista acerca da bondade desse
papel. Lembrei-me, a propósito destas memórias de família de Cunhal, que tenho
comigo uma cópia dactilografada – senão mesmo o original tal a qualidade do
exemplar – de uma obra de seu pai, Avelino Cunhal, a peça “Ajuste de Contas”,
de Maio de 1946, com uma nota prévia de L.F.R. (que só pode ser Luis Francisco
Rebelo). Vá lá saber-se a razão!
1 comentário:
Que bela foto. Este homem tinha alma na cara! L.A.
Enviar um comentário