Manhã de glória! – ó deuses, ó imagens,
palavras, gestos, silenciosa crença,
ó plácida ternura das paisagens,
brincar das crianças na convalescença,
lembrado vento das remotas viagens,
saber perpétuo das ciências novas,
sereno deslisar de astrais paragens,
mentiras, crimes, proclamadas provas
de tudo contra tudo: universal
visão que sois, só porque sois tão mal
a mão que toca e que a si própria sente;
nessa mentira veramente ouvida,
nessa verdade que, de o ser, já mente,
o mal que sois é o bem de haver só vida.
palavras, gestos, silenciosa crença,
ó plácida ternura das paisagens,
brincar das crianças na convalescença,
lembrado vento das remotas viagens,
saber perpétuo das ciências novas,
sereno deslisar de astrais paragens,
mentiras, crimes, proclamadas provas
de tudo contra tudo: universal
visão que sois, só porque sois tão mal
a mão que toca e que a si própria sente;
nessa mentira veramente ouvida,
nessa verdade que, de o ser, já mente,
o mal que sois é o bem de haver só vida.
9-3-1954
Jorge de Sena
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