Estranho verão como se anunciasse todas as transições, do
clima à política, indeciso e crispado, auspicioso pelo rasgão de Francisco nos
tecidos da ganância, desesperante pelos silêncios dos que descrêem e se
resguardam. A vida continua e todos os movimentos contraditórios se transformarão
em mudanças. Resta saber dos caminhos da justiça e da liberdade. Como regenerar
o regime democrático? A maioria está de acordo num ponto: é preciso reabilitar
a política e os seus protagonistas sem cedências ao populismo. Mas a expectativa
do empobrecimento geral enfraquece a democracia. E a simultânea assunção da
perda de independência, ou da sua drástica limitação, numa pátria aberta ao
mundo, expulsa o talento e retém a resignação. Talvez convocar as Cortes!
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