Um dia após as eleições autárquicas os comentadores
invadiram os écrans. É natural. Peroram acerca dos resultados e tudo o mais. São
de todas as qualidades e feitios os comentadores com mais ou menos vulto em
credibilidade e audiência. São úteis os comentadores pois preenchem o tempo e
no nosso país, em regra, não falam mal dos políticos nem lançam a politica na
lama. Na apreciação dos resultados destas eleições persiste para mim um enigma
e atrevo-me a entrar num terreno que nem conheço muito bem mas intuo como
relevante na vida dos partidos e das suas lideranças. Ora supondo que o PS,
apesar de perder votos face às anteriores eleições autárquicas, ganhou 149+1 presidências
de Câmara num total de 308, ou seja, quase metade, e os resultados são
alicerçados, no caso do PS, em escolhas pelas concelhias partidárias dos candidatos, como pode alguém ameaçar a liderança de Seguro? As
concelhias são a base de apoio dos líderes partidários. Ganhando quase metade das presidências em outros tantos concelhos, gostemos ou não de
Seguro, o resultado destas autárquicas foram o melhor terreno eleitoral para o reforçar como líder
do PS. Os partidos, vencedores ou vencidos, são a
base da democracia e pela parte que me toca não confio, sem prejuízo dos seus
méritos, nos chamados candidatos independentes. Antes prefiro um candidato partidário que assume com honra a derrota do que um independente a dar lições de moral do alto do palanque da vitória.
1 comentário:
Concordo com a análise de que os resultados eleitorais para o PS foram bons, mas não posso concluir daí que a liderança de Seguro não possa ser ameaçada. Seguro não tem feito uma oposição a este governo com credibilidade, e não tem assumido posições que nos façam acreditar nele como PM. Não é suficiente mostrar liderança para vencer eleições; tem de revelar capacidades para governar, e isso ele não o tem feito.
Porque não chega ganhar por desgaste do outro; tem de ter mérito-
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