Escrevo após um intervalo demasiadamente grande para meu gosto que se deve a sobrecarga de trabalho profissional. Nem os acontecimentos que têm feito as notícias nas últimas duas semanas, nem qualquer menos interesse em preencher este espaço que persiste, a duas mãos (as minhas)desde 2003.
O que me apetece escrever tem a ver com a politica que me envolve, fascina ou revolta, conforme os estados de espirito e a disponibilidade de cada momento. Para dizer que os mesmos que reclamavam por cortes na despesa pública (atacar as chamadas "gorduras do estado") não têm autoridade para atacar o governo em funções por ter adotado uma orientação na gestão orçamental que vai nesse sentido - mas por outro caminho diverso do que foi seguido no tempo da troika.
Como muitos economistas já explicaram as cativações não são cortes, são um espécie de suspensão de parte da despesa que, em qualquer momento, pode vir a ser executada permitindo medir, ao longo do tempo, os seus efeitos no deficit. Somente resta um debate técnico acerca da qualidade da execução que quase nunca se faz. Mas isso é um debate sério pelo qual a politica não se interessa.
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