Não vi o debate Soares/Cavaco. Deveres de amizade o impediram. Ouvi e li alguns comentários. A direita política, ideológica e dos interesses rejubila porque Cavaco não desmaiou. Aguentou as críticas duras de Soares. Dizem que foi até compassivo com ele!A política vista do lado das direitas, hipocritamente, ajuntadas em torno de Cavaco, é a encenação de um baile de gala pelo resgate da grandeza da Pátria, em crise, que encobre o desejo de vingança dos derrotados das legislativas passadas agora arredados, à força, da liça.
O patriotismo de direita, encarnado por Cavaco, denegrindo os partidos, é um espectáculo triste, um exercício tortuoso de cinismo, representado por um actor que não é personagem.
O prócer Cavaco vitupera, pelas costas, as críticas de Soares porque detesta os partidos, a política e, no fundo, o combate democrático. A democracia para Cavaco é uma espécie de diálogo dos silêncios.
Soares, democrata, expondo seus vícios e virtudes, diz na cara do adversário o que pensa, com a coragem que não há no outro lado, honrando a política, enobrecendo o seu papel na hora das grandes decisões para o futuro da comunidade e da Nação. Com ele havemos política.























