terça-feira, junho 22

Sonetos (I)

Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: - Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!

Luís de Camões

(Edição de Lobo Soropita, de 1595
In Obras Completas - Círculo de Leitores)
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Ganhaaaaamos (3)

As reflexões acerca do fenómeno do futebol não podem deixar de fora a crítica às tentativas descaradas de instrumentalização do Euro - 2004 à estratégia da coligação governamental nas últimas eleições europeias.

Queria deixar aqui uma nota de repugnância pelas sucessivas e organizadas acções de premeditada colagem e confusão entre a realidade do futebol e os desígnios políticos de uma candidatura eleitoral. O post de Porfírio Silva hoje afixado no abébia vadia refere só uma manifestação extrema desta política de inominável apropriação do fenómeno desportivo pela maioria de direita.

As recentes vitórias da selecção portuguesa e os festejos que delas resultaram, esperados e legítimos, deram para perceber, em toda a plenitude, a ideia dos estrategos da coligação "Força Portugal". A colagem à imagem de um país em festa vitoriando a selecção na véspera de eleições. A vitória sobre a Grécia permitiria a saída para a rua de multidões de portugueses carregando às costas os símbolos nacionais que a Coligação "capturou" para a sua campanha.

A imagem de um povo feliz a que se associariam os lideres do governo e da coligação. Tal fúria desesperada de protagonismo, ilegítima e desproporcionada, levou até a uma "invasão" da bancada vip do Estádio do Dragão, por membros do governo e comitiva, a que não escapou nem o próprio responsável pela organização do Euro.

Depois, após a vitória sobre a Rússia e, ainda com mais evidência, com as manifestações suscitadas pela vitória sobre a Espanha, foi possível antever o que teria sido esse momento. O tiro saiu pela culatra. Portugal perdeu com a Grécia. Em boa medida essa derrota foi da responsabilidade daqueles que quiseram, a todo o custo, instrumentalizar a selecção aos seus desígnios partidários. (imagino as pressões - directas e indirectas - sobre a Federação, técnicos e jogadores!).

Os portugueses celebraram, com euforia, as vitórias fazendo o que seria de esperar. Agora será melhor acautelar esta euforia para a disputa com a Inglaterra que, verdade seja dita, passe a ironia, foi a potência determinante na vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota. Depois de vencida a Espanha, uma "potência continental" é a vez de nos defrontarmos com a nossa aliada estratégica tradicional, a Inglaterra, uma "potência marítima" como nós, embora nós tenhamos vergonha, a mais das vezes, de o assumir.

Espero que todos tenhamos razões para festejar, na próxima quinta-feira, a vitória do "pequeno" Portugal contra a "grande" Inglaterra". Pois, neste caso, não há desproporção de forças: são só onze contra onze.

segunda-feira, junho 21

CV-16

Ouguela Com Vida - o blog

"Este blog será um espaço onde os alunos e a comunidade de Ouguela poderão partilhar com todos os amigos os seus sonhos..."

Este blog tem a particularidade de ser editado por uma escola do Concelho de Campo Maior, Alentejo, frequentada por 5 alunos. Não tenho abordado, por opção pessoal, de forma sistemática, as questões da educação mas esta experiência vale bem a abertura de uma excepção.

Ganhaaaamos (2)

O meu amigo Joaquim Paulo Nogueira no seu Respirar deu-me um cartão amarelo amigável. Aqui vai a minha réplica antes que se faça tarde.

O que está em causa nestas abordagens críticas do fenómeno do futebol é uma certa incapacidade de percepção das diversas vertentes do "ganhámos". O meu compromisso com a comunidade em que insiro a minha acção, criatividade, convicção, crença, saber,..., não se esgota na observação das facetas imbecis da paixão colectiva.

Se assim fosse estaria, no limite, a dar caução a um nacionalismo serôdio ("que está fora do seu tempo") e a uma fé irracional nas vitórias decididas pelo destino. Mas o meu compromisso com a comunidade exige de mim uma capacidade de compreender o entusiasmo e a paixão dos outros e, em particular, quando os outros somos, de facto, nós próprios, embora não o queiramos reconhecer.

Não quero ficar de fora nem por uma razão de exibicionismo nem por uma razão de sensibilidade. Desde sempre tenho uma paixão pelo futebol que não consigo esconder nem dominar. Por isso nunca poderia ficar de fora da paixão destes dias.

Tenho, ao mesmo tempo, a percepção de que o futebol é visto por alguns como um subtil factor da distorção (distracção) das penas dos dias difíceis a que certas políticas têm submetido o nosso povo. Mas esses manipuladores são perdedores à partida pois jogam um jogo que a multidão exultante, no nosso tempo, não aceita nem amplia.

O perigo de erosão da democracia não provem da paixão do povo pelo futebol mas da capacidade dos podesres democráticos e seus agentes (os eleitos) serem capazes de se manterem fiéis aos compromissos que assumiram quando se apresentaram a sufrágio. Tenho para mim que a qualidade da democracia depende, acima de tudo, da qualidade dos eleitos. E que, salvo em situações de extrema penúria, todos nos podemos deixar possuir livremente pelas nossas paixões que o poder não cai na rua.

Preocupante seria o contrário. Aliás como têm afirmado diversos sociólogos, no âmbito desta discussão, são inúmeras as manifestações de resistência às tiranias que se têm apoderado do fenómeno desportivo e, em particular, do futebol, assim como são conhecidos os casos de sentido contrário. Mas esse também é um jogo que os democratas não podem recusar-se a jogar.

Nada, de essencial, muda na vida de uma comunidade com uma vitória da selecção mas a força do contentamento de um povo jamais pode ser aprisionada pela reflexão crítica do fenómeno da paixão. Estou pois de ambas as margens deste rio caudaloso. Paixão pelas vitórias (ganhaaaaamos!), compaixão pelas penas da vida qua a paixão da vitória não amacia nem atenua.


Pina Moura

Julguei que Pina Moura estivesse afastado da vida política activa. Agora que foi contratado por uma grande empresa e tem a sua vida profissional "encaminhada" pensei que guardaria o recato próprio dos profissionais da gestão privada cujas energias não são demais na dedicação às suas empresas e seus patrões.

Pelos vistos as tarefas de Pina Moura são outras. Os seus patrões preferem um primeiro-ministro de Portugal com um "perfil reformador inequivoco" e uma especial "consciência e sensibildade pessoal". Entendi. Alguém mais "flexível", menos "rígido", mais sorridente do que Ferro Rodrigues. Estão a ver! Vem isto a propósito da tomada de posição crítica de Pina Moura acerca de Ferro Rodrigues.

Sem menosprezo pela liberdade de opinião de todos os cidadãos, lembrei-me de um episódio curioso: no último Congresso do PS da "era António Guterres" Pina Moura foi crucificado, em particular, pelo silêncio de todos. Durante o Congresso não se ouviu uma palavra de apoio e solidariedade pelo seu esforço no exercício da função de Ministro das Finanças e da Economia. A única voz que se fez ouvir, solidária com Pina Moura, imaginem de quem foi... foi de Ferro Rodrigues. Eu estava lá e assisti a tudo.

A memória de Pina Moura é fraca e caminha na razão inversa dos seus rendimentos e de interesses particulares que só ele poderá explicar.

"Pina Moura critica Ferro Rodrigues
Apesar do recente triunfo eleitoral do PS, Pina Moura mantém as reservas quanto à actual direcção do partido. Para o deputado socialista, o líder do PS não tem perfil para levar os socialistas de volta ao poder.
Em declarações ao programa da SIC "Negócios da Semana", o deputado socialista e antigo ministro de Guterres criticou Ferro Rodrigues, dizendo que ele não tem o perfil reformador para levar o PS de volta ao poder.
"Não é o candidato melhor colocado, em virtude das suas próprias características para personificar, com mais eficiência, junto do eleitorado, esta conjugação de um compromisso reformador inequívoco de mudança e de modernização da sociedade portuguesa, conjugado com consciência e sensibilidade pessoal", disse Pina Moura."

domingo, junho 20

Ganhaaaaaaaamos!

Começamos mal e acabamos bem. Com os espanhóis aconteceu o contrário. Escrevo aqui pertinho do Estádio de Alvalade e o bruáaaaaa de fundo quando Portugal marcou é algo de impressionante. Um grito que ecoou e fez tremer os edifícios. Como se tivesse havido uma explosão colectiva.

Depois o desfile interminável de carros a buzinar e de pessoas de todas as idades, empunhando bandeiras nacionais (e do Brasil), encenando uma festa autêntica. Portugal ganhou. Mas como dizem os actores principais desta festa, os jogadores, maduros e realistas (mesmo os mais jovens), é preciso acreditar mas ainda não ganhamos nada.

Só o direito a sonhar com mais uma festa, no próximo domingo. Já não é mau!

Fragmentos de Leituras

"O instrumento subtil

Programa duma vanguarda:
"O mundo está sem dúvida fora dos eixos, só os movimentos violentos podem repor tudo no seu lugar. Mas pode acontecer que haja, entre os instrumentos que sirvam para o efeito, um pequeno, frágil, que exija ser manipulado com leveza." (Brecht, A Compra do Cobre)."

"Roland Barthes por Roland Barthes" -18
(Fragmento 2 de 4, pag. 9)

Edição portuguesa: "Edições 70"

Domingo - 20

Hoje é domingo. Este dia é um dia como outro qualquer. Com um acontecimento que o torna diferente. O jogo Portugal-Espanha do Euro-2004. Portugal precisa de ganhar para passar à fase seguinte.

Hoje é o dia da "missa de sétimo dia" pela derrota da coligação "Força Portugal" nas eleições europeias. Parece que poucos notaram como a colagem da propaganda da coligação governamental á selecção nacional a prejudicou na preparação para o jogo com a Grécia. Pelo que se viu em público imagino a pressão nos bastidores!

Hoje, derrotada a coligação nas urnas, a pressão política deixou de ter importância. A selecção ficou mais forte e tudo pode acontecer. Espero que Portugal jogue para ganhar. Mas mesmo no caso da selecção de Portugal ser eliminada é preciso não esquecer que outras grandes selecções correm o mesmo risco: desde logo a Espanha, a Itália, a Inglaterra, a Alemanha, a Holanda...

Hoje é domingo. Um dia como outro qualquer. Tudo o que possa acontecer no futebol não altera nada de essencial na vida dos portugueses. Se perdermos é mais do mesmo, se ganharmos fazemos uma festa e venha o próximo.

Mas, já agora, não ponham muitos ministros na tribuna VIP. Dá azar!

sábado, junho 19

SEIS MESES DE VIDA

O absorto completa hoje seis meses de vida. Foi criado em 19 de Dezembro de 2003. "Sem querer". Tinha a ideia mas, de súbito, dados os primeiros passos com sucesso, tive de inventar tudo. Não tenho estatísticas especiais nem programa social para apresentar. Não me parece importante e não me apetece. Só tenho uma certeza: por minha vontade a empresa vai continuar.

Saudações para o Brasil. Este blog tem uma "audiência" brasileira sempre superior a 15%. É bonito, pá! Um encorajamento à colombina (que bela escrita!) que me tem ajudado na série CVs. O mau tempo para ela vai passar.

Uma saudação à Miúda. Atenta ao quotidiano de Mogadouro, do Porto, de Portugal e do Mundo, com um sorriso doce.

Um abraço aos companheiros da abébia vadia. Como dizia Xico Buarque (60 anos de vida, não é?) a propósito da revolução dos cravos: "Um dia havemos de ser um grande Portugal".

Nós por cá estamos a pensar nisso.

sexta-feira, junho 18

CV-15

RAIN KING

Apenas mais um cara de 22 anos que mora em Fortaleza, tem 2 irmãs lindas, pais maravilhosos, um 206 cinza (ou prata - PC), muitos e bons amigos, ama música, Counting Crows, praia... e tenta, sempre que possível, ser feliz...

"One for sorrow
Two for joy
Three for girls and four for boys
Five for silver
Six for gold and
Seven for a secret never to be told..."

Adam Duritz


Rain King é um blog do Brasil que me foi revelado por Colombina que é apoiada por ele porque é assim que deve ser. Não os conheço. Mas é uma cultura individualista e solidária. Ao mesmo tempo. Perceberam? O conhecimento mútuo entre todos nós rompeu as fronteiras. O mundo deixou de ser dominado só pelos poderosos da finança, da guerra e dos negócios obscuros. Está nascendo todos os dias uma nova cultura entre os jovens de todas as idades que não aceitam ficar indiferentes perante as injustiças do mundo e de cada uma das nossas comunidades. Individualistas e solidários. Perceberam?



Educação Profissional - caminho do futuro

O artigo com o título em epígrafe já está disponível na versão electrónica do "Semanário Económico". Clique aqui.

Jorge Coelho

Todos os portugueses conhecem Jorge Coelho. Ele é um português como qualquer um de nós. Assumiu, a partir dos finais da década de 80, uma posição importante no PS.

Nos diversos papéis políticos que tem desempenhado, concordemos ou não com os seus alinhamentos, tem sido sempre um profissional com bom senso, competência, sentido de equilíbrio e realismo. Tenho um especial apreço por ele.

O resultado das eleições europeias parece ter surpreendido alguns dirigentes do PS. O PS obteve, para alguns deles, uma vitória demasiado expressiva. Esperavam uma vitória "tangencial" (uma "derrota" anunciada) que serviria para "deixar cair com honra" o secretário-geral Ferro Rodrigues.

Ficaram ácidos com o resultado. Os seus aplausos face à maior votação de sempre obtida pelo PS foram de cerimoniosa obrigação. Conheço-os. Mas se alguém não ficou surpreendido foi, certamente, Jorge Coelho. Não conheço o seu pensamento acerca do futuro do PS. Mas as suas palavras sensatas, publicadas no DN, merecem o meu sincero aplauso.

quinta-feira, junho 17

Open de Linhares é uma certeza. Será?!

Com este título recebi um email de António Aguiar acerca do "Open de Parapente" de Linhares da Beira. Um tema que muito me interessa não porque seja praticante mas porque á sua organização estive ligado 7 anos através do INATEL. Aqui, fica na íntegra, o texto de António Aguiar com um link para o jornal regional "O Interior".

Vejam aqui a notícia de "O Interior" de 9 de Junho

"Ao contrário do que diz a notícia, os instrutores e os directores de prova não foram contactados. Pelo contrário, estão a tratar de outros eventos noutro lado da Serra. Será que são os próprios autarcas que vão organizar o Open? Algum piloto foi convidado para dirigir a prova?

E a fpvl já se demarcou da afirmação "perante outras estruturas que neste momento estão a aparecer Linhares oferece as melhores condições porque a Escola de Parapente continua a assumir-se como a melhor do país que oferece óptimas condições de segurança"?

Ou o Autarca já fala em nome da FPVL? A fpvl que eu conheço nunca faria tal afirmação, mesmo que, noutro tempo, pudesse ser verdade. Agora,sem instrutores, onde está a escola? Já se pode dizer tudo, que os jornalistas publicam e... não investigam. A não ser que a autarquia esteja a pensar em cursos de parapente por correspondência...

Quero agradecer a todos os que, das mais variadas formas (protestando junto das autarquias e do Inatel, escrevendo para os jornais), se têm assumido na luta por Linhares. Mas ainda não chega.

Lembrem-se dos gloriosos voos realizados em Linhares, lembrem-se da Estrela vista acima dos 3000m e não parem de manifestar-se contra este abandono. Não vão em conversas de que "Linhares já é uma certeza".

Saibam conquistar os vossos
BONS VOOS!

Antº Aguiar"


O mentiroso insiste

Afinal parece que os estrategos de Bush ainda estão convencidos de que a repetição de uma mentira a torna verdade. Tentando desmentir o relatório da comissão independente aos atentados do 11 de Setembro Bush volta ao ataque. Quer fazer passar a ideia de que existência de "contactos" são, afinal, "ligações" ou "acordos". No fundo, quer fazer passar a mensagem de que havia uma conspiração contra os EUA com a participação empenhada de Saddam em aliança político/militar com a Al-Qaeda..

Ainda me lembro da disputa entre o chefe da missão de inspectores da ONU, que investigaram a questão da existência de armas de destruição maciça no Iraque, e a administração Bush. A guerra continua e não apareceram as armas.

Mas agora, que se saiba, os EUA têm Saddam preso. Se são democratas podem julgá-lo com todas as garantias próprias dos regimes democráticos e condená-lo se forem provados os seus crimes. Entre eles aqueles que a comissão de inquérito nega terem existido.

Não há paciência para aturar mentirosos ainda por cima burros… Desculpem lá a irritação... Isto passa...

"Bush insiste na existência de ligações entre Saddam e a Al-Qaeda

O Presidente norte-americano, George W. Bush, insistiu hoje na existência de ligações entre o regime iraquiano de Saddam Hussein e a rede Al-Qaeda, negadas ontem por um relatório preliminar da comissão independente que investiga os atentados do 11 de Setembro."

Uma mentira letal

Esta é uma conversa batida. Está aparentemente fora da actualidade actual. Todos já entendemos que os argumentos dos EUA para justificar a "guerra preventiva" no Iraque foram forjados. O assunto tornou-se vulgar.

Os estrategos da propaganda sabem que repetir muitas vezes uma mentira pode gerar uma verdade. A administração BUSH mentiu. Os seus aliados mentiram. Neste caso os estrategos da repetição da mentira perderam. A verdade sobreviveu nas opiniões públicas nacionais e mundial.

A própria lógica do sistema democrático se encarregou de restaurar a verdade. É uma grande vantagem do sistema democrático no cotejo com as tiranias. Agora falta que os mentirosos sejam removidos democraticamente do poder.

"11 de Setembro: "The New York Times" exige pedido de desculpas de Bush

O diário norte-americano "The New York Times" defende hoje, em editorial, que o Presidente George W. Bush deveria "pedir desculpas" por ter justificado a guerra contra o Iraque com base na alegada ligação entre o regime de Saddam Hussein e a rede terrorista Al-Qaeda - desmentida ontem pela comissão independente que investiga os atentados de 11 de Setembro."



Aristides de Sousa Mendes

Aristides de Sousa Mendes. Hoje é um dia de celebração da memória de Aristides Sousa Mendes. Um herói português.

O diplomata, cônsul português em Bordéus, no período da Segunda Guerra Mundial, emitiu "vistos" que salvaram a vida a milhares de refugiados, na sua maioria, judeus. Não era, no entanto, judeu.

A sua acção resultou de um imperativo de consciência. A 17 de Junho de 1940 tomou essa decisão. Foi perseguido e castigado por Salazar tendo falecido, desonrado e na miséria, em 1954.

INTERESSANTE!

"PSD e CDS-PP recusam audição do director da PJ sobre demissões no Porto

A maioria PSD/CDS-PP rejeitou hoje requerimentos da oposição a solicitar explicações do director nacional da Polícia Judiciária, Adelino Salvado, sobre os motivos das demissões de responsáveis daquela polícia no Porto envolvidos na operação "Apito Dourado"."

VEJAM A NOTÍCIA NA INTEGRA AQUI




Teus olhos entristecem

Teus olhos entristecem.
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.

Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.

Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.

Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.

Fernando Pessoa

quarta-feira, junho 16

Euro - 2004 (Continuação)

O jogo acabou. Parece que o Scolari, finalmente, perdeu os complexos a respeito das "vacas sagradas" da selacção. Fez muitas mudanças. Ganhamos à Rússia. Aqui ao lado as buzinas assinalam a vitória.

Sobrevivemos até domingo. Mas para continuar no torneio vai ser necessário, certamente, ganhar à Espanha.

A Rússia estava enfraquecida mas a Espanha é muito forte. A tarefa da selecção de Portugal vai ser muito difícil. Mas como não sou abstencionista do futebol vou sofrer. Neste jogo tudo é possível. Daí o seu encanto.

Euro - 2004

Tenho alguns amigos que não sabem nada de futebol nem lhes interessa saber. No princípio achava esse desinteresse estranho. Via-os como uma espécie de abstencionistas numa matéria que pensava ser de interesse universal.

No caso das mulheres era o contrário. O interesse delas era uma raridade num mundo masculino. Esta minha visão foi-se modificando ao longo do tempo. Descobri uma filha de uma amiga minha que era (é ?) praticante de futebol.

As mulheres amantes do futebol deixaram de ser uma raridade. Mas os abstencionistas do futebol têm uma vantagem: não correm o risco de se desiludir com a derrota do seu clube ou da selecção nacional. Hoje é um dia grande para eles.

Deus queira que seja também um dia grande para mim. Basta que Portugal ganhe à Rússia. Nem que seja por meio a zero como disse Scolari