Fotografia daqui
Esta moça, além de viver da sua própria imagem, vê, certamente, um pouco de TV, lê jornais gratuitos e notícias “on line”, olha as manchetes nas bancas e os placards nas ruas, contribuindo, paulatinamente, como eu, para a quebra de venda dos jornais de referência e a sua falência a prazo.
Na verdade leio, todas as manhãs, duas ou três notícias, antes de abrir o sinal verde num cruzamento conhecido da cidade. Hoje fiquei a saber que o Senhor Presidente da Republica decidiu homenagear o Infante D. Henrique. Devo confessar a minha falta de patriotismo pois me tinha esquecido absolutamente do nosso Infante o que prova o mérito da iniciativa presidencial.
Ontem, por sua vez, fiquei a saber, pelo
Expresso “on line”, que o PR, no seu primeiro Dia de Portugal, decidiu condecorar um ex-membro do comité central do PCP. Num primeiro impulso pensei que se tratasse de um daqueles lutadores anti fascistas, de origem operária ou camponesa, mas, afinal, era, tão sómente,
Óscar Lopes apresentado, surpreendentemente, em grandes parangonas e com o nome completo. Coitado do Óscar Lopes que, simples e silencioso, intelectual com I grande, deve ter ficado perplexo.
Mas a manobra da presidência vem na sendo dos “roteiros para a inclusão”. Neste caso cobrir com um grande vulto da cultura portuguesa, por sinal comunista, os condecorados da família politica do PR, entre os quais se incluem três grandes vultos: Eduardo Catroga, Rui Rio e Arlindo Cunha.
E outros mais surpreendentes.
Vamos andar nisto 10 anos. O PR mostrando o maior respeito e consideração pelos símbolos da esquerda para fazer triunfar a ideologia, os valores e os interesses da direita.
O que posso garantir a alguns amigos, que serão obrigados a participar nas cerimónias do 10 de Junho, é que vai ser uma seca. E que terão dificuldade em assistir a alguns jogos do mundial o que, isso sim, é uma perda irreparável, sem esquecer o incontornável discurso do Bénard da Cota (Costa). Haja saúde!