segunda-feira, abril 14

CRISTIANO RONALDO


Gostemos, ou não de futebol, Cristiano Ronaldo ganhou já reconhecimento global como um mago na sua arte. Já escrevi, recentemente, acerca do fenómeno do futebol sob o título “Fluxo e Resistência”. Mas a teoria não vem agora ao caso. Em Cristiano, sobre o qual chovem opiniões, estudos e artigos, o que mais impressiona é a sua capacidade para tornear as dificuldades do jogo. Os adversários muitas vezes irritam-se e alguns sentem-se humilhados porque Ronaldo não perde nunca a capacidade de jogar o jogo pelo jogo, alardeando o prazer de um novo passe, como se de uma dança se tratasse, no contexto de uma competição dura onde a força, mental e física, predomina. Ele é um indivíduo forte num palco de gigantes representando um país com uma imagem de fraco. Cristiano, o português é como falam dele os jornais de todo o mundo. Dá-me prazer vê-lo jogar. Quando ele ganha ganhamos todos nós. Quanto mais a sua aura se projecta mais se prestigia o país. Não vale a pena ter vergonha do sucesso.
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domingo, abril 13

O ACORDO ACERCA DA AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES


Esgotei a paciência a ler manchetes e notícias que vão no sentido de sobreavaliar as cedências do Governo no que respeita à questão da avaliação dos professores.

Desde há muito tempo que se tinha tornado inevitável um acordo político acerca desta matéria que havia de ser concretizado através de uma negociação e materializado num protocolo técnico.
É o ABC da política. O resultado final está longe de ser uma derrota para o governo ou uma vitória para os sindicatos, ou vice-versa. É simplesmente mais uma fase de um processo em que as partes, negociando ao mais alto nível, chegaram a um acordo.

O governo conseguiu colocar o processo de avaliação dos professores na agenda da opinião pública e no terreno da realidade das escolas, os sindicatos conseguiram alongar os prazos da sua plena concretização. Basta ter lido os comentários às notícias do acordo, por parte de muitos professores, para se entender como é ligeiro considerar que o mesmo foi uma vitória dos sindicatos …

Os acordos são sempre maus quando uma das partes impõe à outra cláusulas leoninas que, mais tarde, estão na origem de novos e mais graves conflitos. Não parece ser este o caso mas só a experiência da aplicação do acordo fará a prova dos nove. Lá para 2009, curiosamente, na véspera de eleições legislativas …

Em termos práticos alguns detalhes do desenlace deste processo estão muito bem sintetizados aqui e aqui.
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Burt Glinn

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sábado, abril 12

MULHERES AO PODER

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The Last Cowboy


Esta é uma das declarações mais infames da história da democracia portuguesa. O PSD desce ao mais baixo nível que é possível imaginar. Abjecto!
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OS JORNAIS E A BLOGOSFERA


A imprensa escrita, com assinaláveis perdas de audiência, busca construir um espaço novo interagindo – no caso que interessa – com a blogosfera. O tema é merecedor de reflexão e estudo por especialistas mas não há soluções milagrosas. A imprensa escrita, tal como a conhecemos, vai transformar-se profundamente nos próximos decénios. Não é necessário ser um barra em comunicação para antever o que se vai passar. Está emergindo em força, já não como exercício pioneiro e diletante, uma nova era na qual a comunicação em tempo real já não é sequer monopólio das televisões.
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Qualquer um de nós tem a experiência pessoal de aceder à informação mais cedo do que os meios de comunicação tradicionais. A sua lentidão chega a ser enervante para qualquer internauta amador, mediano e sénior, como é o meu caso. Quanto mais para os jovens formados na era digital. Alguma imprensa tradicional tenta recuperar audiências através de enlaces com a “imprensa digital”. Pode ser que dê para adiar, ou atenuar, as perdas mas é um pouco como aquela fase dos primórdios do cinema a cores em que se tentou colorir a fita a preto e branco.
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Não dá porque a revolução tecnológica não vai parar e, pelo contrário, vai acelerar a democratização do acesso à produção e divulgação, simultânea, de conteúdos (maus, assim-assim e de boa qualidade) na blogosfera. Esta dinâmica parece não ter regresso, inviabilizando a apropriação pelo velho modelo de imprensa do novo suporte tecnológico no qual a blogosfera, e não só, explode e se consolida, quer em quantidade, quer em qualidade. A coisa está difícil!

Ver Público e, a partir de ontem, Expresso na blogoesfera.
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sexta-feira, abril 11

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EL VALOR DE LA DISCREPANCIA

Tria Giovan

Con
Senso


Desde el 19 de marzo de este año se ha vuelto muy complicado y en ocasiones prácticamente imposible, acceder desde Cuba a los sitios independientes que varios cubanos colocan en Internet de forma individual y colectiva, usando las propias redes de la isla. El portal Desde Cuba, que alberga a la revista digital Consenso, varios blogs personales y otros portafolios culturales y humanitarios, se ha visto afectado por esta situación. Nadie ha reivindicado algún tipo de acción en nuestra contra. O se trata de un transitorio accidente tecnológico o es una medida del gobierno para impedir a quienes viven en la isla que tengan acceso a los debates y reflexiones que publicamos.
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JERÓNIMO FOI A ANGOLA


Jerónimo de Sousa visitou Angola e deu uma entrevista ao Avante. Juro que li a entrevista, já glosada em diversos blogues, de uma ponta à outra.

Sublinho que Angola é um dos países com uma das maiores taxas de crescimento económico (ver PIB). Sublinho que o MPLA, partido do governo em Angola, já prometeu realizar eleições democráticas muitas vezes, nunca as tendo realizado, embora seja membro da Internacional Socialista (Ver partidos da IS). Parece que estão, mais uma vez, prometidas.

Jerónimo de Sousa, para além de outras afirmações esotéricas, acha que «O MPLA acolhe no seu seio diversas tendências que no plano governativo e no plano do desenvolvimento económico e social continuam a ser uma incógnita. Mas existe a vontade de não transformar a sociedade angolana numa sociedade capitalista no sentido clássico é um objectivo. Consegui-lo-á? Essa é a questão.»

Oh Jerónimo de Sousa, a sua viagem pode ter sido muito proveitosa mas as suas ideias acerca de Angola, e do MPLA, são a maior das confusões!
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quinta-feira, abril 10

O MEU IRMÃO DIMAS


Ouvem-se ao longe os sons que me ajudavam a adormecer nas noites quentes do sul. Ouço-os nas memórias dos dias ensolarados e felizes ainda mais quando corria uma brisa fresca no fim da tarde. Na soleira da porta fazia escorregar entre as mãos pedrinhas ouvindo-as cair no chão de terra por entre os latidos dos cães e o vozear das gentes ao longe. Ou seria perto? Olho para dentro de mim como se fosse um monumento raramente visitado e vejo a esquadria do casario branco perfilado ao longo das ruas estreitas. É a alma que me habita. E as vozes dos que me amaram ressoando no fundo dela. Um dia visitá-los-ei olhando-os com o tímido sorriso de outrora. Sou eu de regresso ao meu mundo amado. Só depois de mim virá a felicidade. [9/4/2008]
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CHAMA OLÍMPICA : PROTESTOS EM S. FRANCISCO

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quarta-feira, abril 9

BUSH

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DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Carlos Diaz

Portugal ocupa a 28ª posição (em 127 países) no ranking de desenvolvimento tecnológico, no Global Information Technology Report, referente a 2007/08. Quer dizer que mantemos a mesma posição do ano anterior enquanto a Espanha se congratula por ter subido ao 31º posto. Nada mau …
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A ESCOLA EM CUBA


Não sei se os professores, em Portugal, estão muito preocupados com a realidade da escola em Cuba. Sei que existe o mito que em Cuba a educação é uma área de excelência. O regime político vigente em Cuba permite a adopção de medidas e exige o cumprimento de regras que seriam impensáveis numa democracia.
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Por cá filmes, com cenas de indisciplina nas escolas, tornaram-se um filão para os tablóides apontando, porventura, de forma precipitada, para a decadência da escola pública; em Cuba reina, pelo menos na aparência, a ordem e a disciplina mas, recentemente, mudou o processo de avaliação dos alunos tendo sido adoptados critérios de selecção que beneficiam os mais “integrales”.
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El conocido escalafón que se confeccionaba a partir de las notas acumuladas durante los tres cursos de la secundaria, ha dejado de existir. En su lugar, el profesor tiene la potestad de asignar –a dedo- quién estudia cada especialidad. Los nueve parámetros que, según el nuevo método de calificación, hacen la integralidad de un joven, son:

1.Asistencia y puntualidad
2. Actitud ante el trabajo
3. Actitud ante el estudio
4. Disciplina
5. Uso adecuado del uniforme y de los atributos pioneriles
6. Manifestaciones y actividades político-patrióticas
7. Participación en actividades culturales y deportivas
8. Cuidado de la propiedad social y del medio ambiente
9. Relaciones humanas

Isto é que é disciplina! Mas deixa no ar uma estranha sensação de regresso aos tempos da escola salazarista e à “Mocidade Portuguesa”. “Lá vamos cantando e rindo … “
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terça-feira, abril 8

ALDINA DUARTE

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TUDO ISTO É TRISTE, TUDO ISTO É FADO!

Os políticos em democracia, como qualquer cidadão, têm que tomar decisões. A diferença está em que os políticos, em democracia, tomam decisões em nome dos cidadãos que os mandataram, pelo voto, para as tomar em sua representação.

Os políticos não são cidadãos comuns pois enquanto estes respondem pelos seus actos perante a sua consciência, e um pequeno círculo de outros cidadãos, os políticos respondem perante a comunidade por decisões que afectam aspectos essenciais da vida, presente e futura, de todos.

Os políticos mais destacados, ou seja, os que exercem funções de maior responsabilidade, nunca deixam de ser cidadãos, gozando, em plenitude, dos mesmos direitos que todos os outros. Mas os cidadãos eleitos para o exercício de funções políticas nunca deixam de ser vistos pela comunidade, que um dia os elegeu, e neles confiou, como políticos.

Tanto mais alto o cargo que tenham exercido, tanto mais tempo nele tenham militado, mais se lhes exige que respeitem os cidadãos que neles confiaram.

Passando a casos concretos ninguém imagina, por exemplo, que Sá Carneiro, Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio, António Guterres, Ferro Rodrigues ou Cavaco Silva um dia tomassem a decisão de assumir a presidência do Conselho de Administração de uma empresa privada. Muito menos se poderá dizer que essa postura de desprendimento se deva à sua fortuna material.

Mas de outros se não pode dizer o mesmo e não cito nomes para não ser injusto para com algum político cuja opção pela gestão empresarial privada tenha tido cabal justificação pois toda a regra admite excepção.

Vergonha, dizem alguns. O que eu digo é que o efeito da opção de Jorge Coelho pela presidência executiva da maior empresa privada de construção civil do país, se for confirmada, pelo seu passado e personalidade, é devastador para a credibilidade dos políticos pois legitima aquele dito popular que tanto custa a engolir a todos os cidadãos de boa fé, que se bateram, e batem, pela ética republicana: “o que eles querem é tacho”.

Tudo isto é triste, tudo isto é fado!
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segunda-feira, abril 7

DEMOCRACIA

Albert Lemoine

The Economist Intelligence Unit’s
index of democracy

Mais do que uma curiosidade este é um “index” da democracia envolvendo 167 países. No próprio trabalho apresentam-se os critérios e as limitações de um “index” desta natureza.

É interessante verificar que, no grupo dos 27 países com “democracias plenas”, Portugal ocupa a 19ª posição, ou seja, o nosso país só é suplantado, neste “index of democracy”, em todo o mundo, por 18 países.

Achamo-nos feinhos quando nos olhamos ao espelho, mas …

[Via A FORMA E O CONTEÚDO]
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UMA QUESTÃO DE HIGIENE


Se querem um tema interessante, e importante, que nos deve preocupar tomem lá este. Para simplificar, os banqueiros recolhem as poupanças dos cidadãos e das empresas, fazem aplicações, emprestam, fazem-se remunerar e remuneram, por aí adiante, assumem riscos, estão sujeitos à legislação nacional e comunitária, é suposto serem supervisionados pelos bancos centrais, de cada estado, e pelo BCE, nos quais as comunidades delegaram a responsabilidade de garantir que cumprem as regras elementares da boa gestão. Mas se um banco ameaça entrar em colapso, costuma dizer-se “abrir falência”, ou seja, deixa de ser capaz de honrar os compromissos perante os seus clientes, é a comunidade que paga? A questão que se coloca, de forma brutal, será mais ou menos esta: a ética dos banqueiros que levam os seus bancos à falência é muito diferente da ética dos assaltantes de bancos?

Depois do Northern Rock, das intervenções públicas nos alemães IKB e Sachsen LB e também o caso do colapso do norte-americano Bear Stearns, ‘salvo’ pela Reserva Federal, o assunto levantou uma discussão ‘moral’ entre os financeiros. O BCE, e outros bancos centrais, alertaram para o risco de se estar a dar uma garantia aos banqueiros de que o dinheiro dos contribuintes servirá como rede de segurança para os seus exageros.
“O recurso a dinheiro público para resolver uma crise não pode ser dado como adquirido e só deve ser considerado como remédio para uma perturbação na economia e quando os benefícios sociais estimados superarem o custo de se estar a recapitalizar a instituição à custa de despesa pública”, nota o documento conhecido este fim-de-semana. Ou seja, impedir o colapso sim, absolver os responsáveis nunca.
“A gestão de uma instituição em dificuldades será responsabilizada, os seus accionistas não serão compensados e os credores e depósitos não segurados devem esperar assumir as suas perdas”, avisa o memorando.
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Ingrid Betancourt

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