Esgotei a paciência a ler manchetes e notícias que vão no sentido de sobreavaliar as cedências do Governo no que respeita à questão da avaliação dos professores.
Desde há muito tempo que se tinha tornado inevitável um acordo político acerca desta matéria que havia de ser concretizado através de uma negociação e materializado num protocolo técnico.
É o ABC da política. O resultado final está longe de ser uma derrota para o governo ou uma vitória para os sindicatos, ou vice-versa. É simplesmente mais uma fase de um processo em que as partes, negociando ao mais alto nível, chegaram a um acordo.
O governo conseguiu colocar o processo de avaliação dos professores na agenda da opinião pública e no terreno da realidade das escolas, os sindicatos conseguiram alongar os prazos da sua plena concretização. Basta ter lido os comentários às notícias do acordo, por parte de muitos professores, para se entender como é ligeiro considerar que o mesmo foi uma vitória dos sindicatos …
Os acordos são sempre maus quando uma das partes impõe à outra cláusulas leoninas que, mais tarde, estão na origem de novos e mais graves conflitos. Não parece ser este o caso mas só a experiência da aplicação do acordo fará a prova dos nove. Lá para 2009, curiosamente, na véspera de eleições legislativas …
Em termos práticos alguns detalhes do desenlace deste processo estão muito bem sintetizados aqui e aqui.
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1 comentário:
Inteiramente de acordo pois, para mim, a maior cedência dos sindicatos foi haver avaliação, coisa que eles e alguns professores não queriam mesmo. Peca é por tardio e por uma certa arrogância, isto tb penso.
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