segunda-feira, março 22

O BANQUEIRO DOS POBRES (II)



Tom Chambers

Uma universidade não deve ser uma torre de marfim onde os académicos ascendem a níveis cada vez mais elevados de conhecimento, sem partilhar uma parte desse saber com o mundo que os rodeia. [Uma antiga palavra de ordem do movimento estudantil: “saltar os muros da universidade”. Quero crer que, desde os anos 60, não avançou um passo!]

Assim, sempre que um programa de alívio de pobreza inclui os não pobres, os verdadeiros pobres depressa se vêem afastados do programa por aqueles que possuem melhores condições económicas.

Tal como o demonstra a velha lei de Gresham, convém lembrar que, no domínio do desenvolvimento, se se mistura os pobres e os não pobres num mesmo programa, os não pobres excluirão sempre os pobres, e os menos pobres excluirão os mais pobres, e isto pode continuar ad infinitum a não ser que se tomem medidas preventivas logo no início. [Por isso é elementar que os programas de luta contra a pobreza devem dirigir-se aos pobres. Mas nas sociedades ocidentais o conceito de pobreza é controverso!]

Estava a descobrir o princípio básico universal da banca, ou seja, “quanto mais se tem, mais se pode ter”. E inversamente, “quem não tem nada, não obterá nada”. [Regressando às origens … encontramos o princípio mutualista. É possível!]

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3 comentários:

Galeota disse...

Das Confrarias...
" Os homens passam a proteger-se e a ajudar-se uns aos outros, não como membros de um grupo, mas como
pessoas , com realidades valiosas sob o ponto de vista ético. A entreajuda subsiste na medida em que também subsistem laços muito fortes que vinculam os indivíduos
aos grupos"

Prof. Dr. Silva Leal - Conceitos sobre o Mutualismo.

Galeota disse...

Na disciplina de "Introdução ao Desenvolvimento Económico e Social"-12º Ano ensinei que o I.P.H 2 significa:
Longevidade- % de pessoas que não devem ultrapassar os 60 anos;
Conhecimento- Taxa de anafabetismo funcional de adultos;
Nível de vida digno- % de pessoas que vivem abaixo da linha da privação de rendimento(50% do rendimento médio das famílias)
Participação ou exclusão-Taxa de desemprego a longo prazo.

Críticas ao IPH
Tal como outros indicadores é uma medida imperfeita e insuficiente para medir a complexidade deste fenómeno social.Apesar das limitações apresentadas é muito útil pois:
1- é um instrumento de conhecimento da extensão da pobreza e das sua diferentes dimensões;
2- é um instrumento que permite identificar os grupos sociais mais atingidos e a sua delimitação no espaço;
3- possibilita aos governos a partir destas informações delinear estratégias que conduzam à sua superação.

(Apontamentos de I.D.E.S. de I.M.V.M.M.A.)

Anónimo disse...

Não há muito saíu na imprensa a classificação do nível de EFICIÊNCIA das universidades europeias. Das portuguesas, já não lembro exactamente qual era mas estava lá por baixo junto da Bulgária e outros que não lembro. Salvo erro era a 3ª ou 4ª posição a contar do fim. Pois anda-me a fazer espécie NUNCA ter visto essa notícia comentada na blogoesfera, sempre tão lesta a apontar as (evidentes) poucas competências das classes populares portuguesas.