quarta-feira, junho 6

CARMONA ARRANCA PARA O FEIINHO

Posted by PicasaImagem daqui

A cena podia ser uma variante da “aldeia da roupa branca” em ambiente urbano. Carmona engasga-se comovido quando se refere a Fontão, Ruy de Carvalho, qual basbaque, parecia não saber ao que ia, Gabriela Seara ensaia a pose de uma personagem de Fellini, Toy arranca com o hino, género pimba contemporâneo, todos esboçam um movimento de lábios, é a confirmação da encenação do coitadinho. Até onde chegará esta reincarnação do populismo? Ao que tudo indica, pela amostra, vai dar para o feiinho!
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segunda-feira, junho 4

SUFJAN STEVENS

Sufjan Stevens

O melhor vídeo de Maio foi sem dúvida The lakes of Canada de Sufjan Stevens, com muito vento, frio e um banjo. Gravado no telhado do Memorial Hall de Cincinnati a 28 de Maio, insere-se numa série de gravações improvisadas de lablogotheque, na rua, em corredores ou elevadores, porque qualquer sítio é um bom sítio para filmar.

In Auto-retrato
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O PACTO DE TUI

Dou um salto cronológico para assinalar o “Pacto de Tui” assinado no dia 4 de Junho de 1137. Passam hoje, precisamente, 870 anos. Até à assinatura desse pacto Afonso Henriques não desistira de atacar a fronteira norte, ou seja, o território do reino da Galiza.

“…Afonso Henriques aproveitou a rebelião de Garcia de Navarra, como afirmam a História compostelana e a Crónica do Imperador para ocupar pela força os condados de Toroño e de Límia. Este ataque deve ter-se efectuado depois de 1136, quando o Infante fez uma importante doação ao mosteiro galego de Toujos Outos.”
(…)
“Fernão Peres de Trava e Rodrigo Veilaz, conde de Sárria, com outros nobres galegos, procuraram defender os direitos de Afonso VII, opondo-se pelas armas aos portugueses. Os dois exércitos encontraram-se em Cerneja, nas terras de Límia, e travaram uma batalha, tendo Afonso Henriques conseguido capturar Rodrigo Veilaz. Afonso VII estava nessa altura em Palência. Apesar da distância, mais de 300 quilómetros, marchando de dia e de noite, conseguiu chegar a Tui três dias depois e entrava na cidade sem combate.”
(…)
“Sem que haja, pois, notícia de qualquer combate, o facto é que o imperador se encontrou com seu primo (
Afonso Henriques) na cidade de Tui, e aí firmou com ele um pacto de que existe ainda o texto (provavelmente parcial). Foi assinado por Afonso Henriques no dia 4 de Junho de 1137. A evidente submissão que este acto representa é surpreendente, face à anterior vitória de Cerneja. Tem-se procurado explicar a efectiva cedência de Afonso Henriques por ter sido obrigado a acorrer à fronteira sul para defender o território contra uma invasão muçulmana.”
(…)
“Afonso VII devia estar disposto a deixar seu primo tranquilo, contanto que este lhe respeitasse a supremacia, lhe guardasse lealdade e jurasse auxiliá-lo no caso de ser atacado por algum inimigo. (…) Afonso Henriques, por sua vez, pressionado, talvez, por alguma incursão serracena, pode ter assinado o compromisso sem se preocupar demasiado com o seu futuro cumprimento.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, 9.”A homenagem a Afonso VII” – "Nova conjuntura em Leão e Castela”, “O pacto de Tui” e “A opinião dos eruditos”, pgs. 100/103. (9)
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TANGO

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domingo, junho 3

PUTIN

Posted by PicasaFotografia daqui

Primeiro Putin afirmou que a “Europa é um "barril de pólvora" e, de seguida, ameaçou a Europa com mísseis nucleares.

Não se conhecem reacções dos políticos portugueses a estas declarações do presidente da Rússia. Devem estar em reflexão. O que verdadeiramente os preocupa é a OTA e o perigo que Sócrates representa para a democracia. São uns brincalhões …

Logo, por coincidência, são dois políticos portugueses – Barroso e Sócrates – que vão estar na “cabeça do touro”, ou seja, enfrentando, na primeira linha, o recrudescimento da guerra-fria que se desenha, de forma aberta, com estas declarações de Putin.

Talvez fosse chegado o momento dos políticos portugueses, os lideres de opinião e os donos dos grandes “media”, darem um pouco mais de atenção aos temas internacionais que condicionam o futuro da Europa e, consequentemente, de Portugal. Ou pensam ser possível um regresso à autarcia?
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ALuaFlutua

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CARLA BRUNI

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sábado, junho 2

D. AFONSO HENRIQUES - RESPONSABILIDADES POLÍTICAS

Voltando à génese do conflito que opôs D. Teresa a seu filho Afonso Henriques de passagem para a segundo capítulo do livro de José Mattoso do qual temos vindo a transcrever alguns sublinhados da minha leitura pessoal.


“Ora, durante os seis anos que se seguiram à instalação de Fernão Peres de Trava (em Janeiro de 1121) na região de Coimbra e ao sancionamento da sua autoridade pela “rainha” D. Teresa, aqueles nobres, (a “aristocracia nortenha”) que até então confirmavam a maioria dos diplomas condais, deixaram de aparecer na corte.”
(…)
“Não conhecemos os pormenores da divergência que opôs os senhores portucalenses a D. Teresa e aos Travas, mas o mais verosímil é que Fernão Peres, uma vez adquirida a tenência de Coimbra, os excluísse de qualquer papel de chefia no combate contra o Islão e, por conseguinte, da glória inerente à participação destacada na guerra santa e das vantagens materiais e simbólicas que dai adviriam.”
(…)
“Os documentos de que hoje dispomos nada dizem acerca do que se passou então, no que concerne às relações entre os senhores revoltados e D. Teresa. Só sabemos que deixaram de confirmar documentos condais., o que quer dizer que abandonaram a corte.”
(…)
“Não temos meios de seguir os acontecimentos no terreno, mas o facto de, em 1125, se ter verificado uma segunda vaga de deserções da corte significa que, nesse ano, o movimento ganhou tal força que se tornou difícil contê-lo. Ignoramos se houve então algum episódio que provocou o alastramento da revolta, ao ponto de deixarem a rainha e os Travas quase completamente isolados.
(…)
“Como é evidente, a revolta dos barões portucalenses não foi, de início, comandada por Afonso Henriques. Em 1122 ele era demasiado jovem para tomar uma decisão desse género. Resultou, portanto, de um movimento espontâneo da aristocracia portucalense, sem intervenção do príncipe. Como foi que ele resolveu tomar o seu comando?”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “2. Responsabilidades políticas” – "A aristocracia nortenha e os condes galegos” e “A investidura de Afonso Henriques como cavaleiro”, pgs. 36/38. (8)
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AS VOZES

Posted by PicasaO meu irmão Dimas com Ezequiel, meu primo mais velho,
um honrado homem do campo. Já mortos. [Fotografia de família]


As vozes na noite quente
e os passos lá fora,
uma aragem corta o calor
intenso do verão ardente,
ouço o meu tempo passado
ao luar escoar-se
e lembro os rostos gretados
do sol, os braços nus
as veias e o suor salgado
a gotejar na terra seca,
ressequida, revolta
a golpes de enxada

As vozes na noite quente
estou nelas inteiro
e nelas ouço a minha gente.

Faro, 15 de Julho de 2004

(Um poema antigo na sequência
dos exercícios da
Helena acerca
da textura do silêncio, e o mais,
correndo o risco de me repetir.
Mas não nos repetimos sempre?]
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AS GROSSERIAS DO EXPREESSO

Posted by PicasaE o Governo sempre a descer

Tinha prometido a mim próprio que, a partir de hoje, ia ser menos assíduo nas matérias de política. Mas a apresentação, pelo “Expresso online”, desta sondagem não me permite cumprir com o prometido.

Então reparem bem no título da dita notícia suscitada pela sondagem: “E o Governo sempre a descer”.

Depois dêem-se ao trabalho de ler os números:

O PS sobe 2,4%, alcançando 44,6% das intenções de voto, ou seja o patamar da maioria absoluta, e todos os outros descem, salvo o PP que sobe 0,3%;

Sócrates sobe 2%, com Portas (2,1%), sendo a subida de Marques Mendes residual (0,1%);

Quanto aos titulares dos órgãos de soberania todos descem sendo que o Governo é o que desce menos (1,3%) e o Presidente da República o que desce mais (2,7%).

A conclusão do Expresso puxada para título e, provavelmente, manchete da edição em papel – “E o Governo sempre a descer” – é o que se chama, com as letras todas, uma manipulação grosseira ou, mais propriamente, uma vigarice. Paz à alma do Tio Balsemão!

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sexta-feira, junho 1

GREVE GERAL (III)

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CONDUZIR A NAU DE LISBOA A BOM PORTO

Posted by PicasaPedro Moreira – Av. Infante Santo – Lisboa

Eu sei que os desafios que se colocam à Câmara Municipal de Lisboa, entidade que gere o pulmão de uma grande área metropolitana, são múltiplos e complexos. O que digo é que Lisboa precisa de perder gordura e ganhar músculo. Sanear as finanças e criar riqueza. Libertar recursos, desperdiçados na burocracia, para refundar a dimensão solidária do desenvolvimento económico-social.

Também sei que existem em Lisboa várias cidades que se entrecruzam e se misturam. E gente que a habita e nela trabalha. E gente que nela trabalha e a não habita. A Lisboa residencial e a Lisboa empresarial. Cada vez mais magra de indústria e gorda de serviços. Deserta no centro e povoada na periferia. Sangrada e envelhecida de residentes mas atraente e luminosa para os visitantes. A Lisboa cultural e turística pode encantar eternamente sem se rejuvenescer? Duvido!

E a Lisboa logística e administrativa pode ser descartada de uma estratégia consistente de desenvolvimento? Não pode! Mas a Lisboa do futuro, se há futuro para Lisboa, é a que resultará do casamento entre o conhecimento e a produção. Não falo de um enamoramento romântico mas de um casamento de conveniência.

Quero dizer que Lisboa pode e deve ser uma cidade do conhecimento. Lisboa tem que investir nas escolas e nas universidades. Nos laboratórios e nos centros de investigação. Lisboa tem que investir na excelência e ser capaz de articular conhecimento, actividade empresarial e criação de emprego.

Mas todas as opções estratégicas serão limitadas se não forem dados sinais concretos de reforma da CML, reorganizando as freguesias, racionalizando os serviços e saneando profundamente as empresas municipais. Sem esquecer a prevenção de catástrofes e a segurança dos cidadãos. É o que todos dizem mas poucos serão capazes de fazer.

Claro que poderia aproveitar para reivindicar obras na minha rua. E que fosse retomada a velha ideia de construir o aeroporto no Campo Grande localização que, desgraçadamente, foi preterida em favor da Portela, lugarejo distante, que nunca foi sequer servido pelo Metro.

Eu também sei que todos os autarcas são sérios até prova em contrário. Mas seria do mais elementar bom senso que os candidatos e, já agora, também os mandatários, além de cumprirem com a lei, no que respeita à declaração de interesses, assumissem o compromisso público de não participar, directa ou indirectamente, em quaisquer estudos e projectos remunerados, ou em empreendimentos lucrativos, em Lisboa, desde o momento da formalização das candidaturas. A iniciativa anunciada pelo Arquitecto Manuel Salgado pode ser um bom augúrio.

E porque vamos a votos declaro o meu apoio a António Costa porque acho que ele tem capacidade pessoal e política, ou seja, experiência, vontade, energia e, sejamos pragmáticos, influência política, para conduzir a nau de Lisboa a bom porto num mar antes navegado por uma esquadra de corsários que o pejaram de destroços.

[Artigo publicado na edição de hoje do “Semanário Económico”.]
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quinta-feira, maio 31

FMI

Posted by PicasaJosé Mário Branco

Se quiserem ouvir um longo, e extraordinário, texto poético dito/cantado por José Mário Branco, porventura um pouco datado, pleno de qualquer coisa indefinível ao longo dos seus 25 minutos, talvez arte, talvez revolta, talvez tudo …

Aproveito a boleia do ANACRUSES para abrir caminho para o FMI.
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GARCIA MÁRQUEZ

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"GREVE GERAL" (II)

Posted by PicasaImagem daqui

De derrota em derrota até à vitória final. Já passaram umas horas. Já todos tivemos oportunidade de formar uma opinião acerca da “greve geral”. O único comentário que fiz torna-se, agora, mais inteligível.

Para bom entendedor Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, fez um balanço surpreendente, sem a habitual % de adesão à greve, mas repleto de recados para dentro da Central Sindical e do PCP. Está à vista um ajuste de contas.
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MANCHESTER UNITED

Posted by PicasaManchester United anuncia contratação de Nani e Anderson

Num raid relâmpago o Manchester United levou para Inglaterra os dois jogadores jovens mais valiosos do futebol português: Nani e Andersen. Gastaram, de uma assentada, mais de 50 milhões mas, no âmbito dos negócios do futebol, é dinheiro bem aplicado.

Assim, no caso de não se desfazerem de Cristiano Ronaldo, passam a contar com 3 dos melhores jogadores do mundo todos na casa dos 20 anos de idade. É obra!
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quarta-feira, maio 30

PORTUGAL SEGURO


Este é um daqueles indicadores que têm muita importância quando somos apresentados como muito maus nalguma coisa. Mas, neste caso, dá gosto ver Portugal como um dos 10 países mais seguros entre 121. Em 9º lugar, entre o Canadá e a Áustria e à frente da Alemanha, Suiça, Holanda, Espanha …
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PORTAS E A EDUCAÇÃO

Posted by PicasaAbrangente

“Estamos num sistema de ensino faz de conta, onde o verbo examinar é disfarçado, o verbo passar é disfarçado, o verbo chumbar desapareceu e agora errar também é indiferente.”

Paulo Portas, criticando a ausência de penalização de erros ortográficos na primeira parte das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos.

O Dr. Portas deveria ser muito recatado em tudo, mesmo tudo, na sua intervenção na vida pública. A falta de vergonha é um requisito dos políticos tradicionais, nós sabemos, mas há elixires para a memória que devem ser ministrados, com urgência, nos casos agudos.

No que respeita à educação o Dr. Portas tem razões redobradas para estar calado pois foi responsável, ao mais alto nível, por dois governos que levaram a educação ao tapete. No primeiro, com Durão, o Dr. Portas “nomeou” a Dra. Mariana Cascais para Secretária de Estado da Educação. Era, e é, boa senhora, o problema é o caos que a sua presença no governo simbolizou.

Para refrescamento da memória leiam aqui, aqui e aqui.

Mais tarde, no segundo governo da direita, já com Santana, tivemos uma Ministra da Educação chamada Maria do Carmo Seabra. Lembram-se, ou já se esqueceram?
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MANUEL SALGADO

Posted by PicasaSimon Gris

Foi agora anunciado um ponto importante do posicionamento político da candidatura de António Costa.

É uma novidade absoluta ou, pelo menos, original nos seus precisos contornos. Trata-se de um bom princípio a cumprir por todos os candidatos: separar as funções do autarca, mandatado pelo voto popular, dos seus interesses pessoais e particulares.

Assim o próprio cumpra o prometido e os cidadãos compreendam o acto como um exemplo que prestigia o futuro autarca e dignifica a democracia.
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"GREVE GERAL"

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terça-feira, maio 29

OS TRAVAS

Enquanto decorre a polémica acerca da abertura do túmulo de D. Afonso Henriques adiciono mais alguns fragmentos para a compreensão do papel de D. Teresa (mãe de Afonso Henriques) na formação do futuro reino de Portugal.

“Como vimos a sua aproximação (entre D. Teresa e os Travas) foi aumentando a partir de 1116. Em Janeiro de 1121, Fernão Peres Trava já se encontrava na corte de D. Teresa. Deve ter sido o sancionamento dessa situação por parte de D. Urraca que a levou a fazer as pazes. Em que consistia o acordo a que chegaram?”
(…)
"Pode, então, considerar-se a hipótese de D. Teresa, que sempre reivindicara o direito a herdar pelo menos uma parte do reino de seu pai, pretender obter o seu governo como soberana independente, e persuadir Pedro Froilaz de Trava a apoiá-la para o conseguir. O seu casamento com o seu filho Fernão Peres só podia reforçar esse projecto. Interessava a ambas as partes: D. Teresa, para conseguir a ajuda do mais poderoso magnata da Galiza; ao conde, para ascender à dignidade de consorte de uma rainha.”
(…)
“Ora, a união entre D. Teresa e Fernão Peres não podia ser aceite pela Igreja, porque o conde estava ligado por um casamento precedente (…).
Além disso, a rainha vivera antes, segundo parece, com Bermudo Peres, irmão de Fernão. (…) Ora o casamento com o irmão de alguém com quem houvera relações sexuais anteriores, era considerado pelo Direito Canónico como um impedimento da maior gravidade. A situação de D. Teresa e dos dois Travas tornava-se assim duplamente incestuosa. Foi, decerto, esse o “pecado” grave que eles procuraram reparar mandando construir o mosteiro de Sobrado, como recorda também a crónica. “
(…)
"Nada disto podia agradar a Diego Gelmirez, que se apresentava como um acérrimo defensor dos princípios da reforma gregoriana, e que viu assim prolongar-se por uma nova geração a rivalidade com Pedro Friolaz, e, pior, formar-se uma coligação entre galegos e portugueses para combater as suas pretensões hegemónicas. Daí o ódio que os redactores da História compostellana votavam a D. Teresa.”

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, “1. A Juventude de um predestinado” – "Os Travas”", pgs. 30/31. (7)
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LISBOA - CONTRIBUTOS PARA UM PROGRAMA (III)

Posted by PicasaRuínas do Convento do Carmo

Nunca seria Presidente de Câmara e, nesta perspectiva:

" Simplificaria o modelo administrativo. " - seguramente e depois prioritariamente mandaria limpar Lisboa do lixo acumulado, dos passeios com as belas calçadas portuguesas destruídas ou com pedras levantadas e, sobretudo, mandaria que as obras se fizessem ou não as iniciava quando não tivesse dinheiro - não suporto ver S. Pedro de Alcântara todo enfaixado e o elevador parado. RESTITUIA A CIDADE AOS LISBOETAS que, às vezes, têm vergonha de passar em certos locais.
Felizmente que ainda ninguém pode mandar na luz de LISBOA.
Um desabafo.

Aproveitando a boleia do comentário da Helena, que acima transcrevo, e subscrevo, digo que senti vergonha quando ontem, a propósito de uma ida ao médico, pude observar o estado lastimável de abandono em que se encontra o espaço limítrofe da passadeira que ladeia as Ruínas do Carmo – um belo miradouro sobre Lisboa – com acesso ao Elevador de Santa Justa.

É, além do mais, o ponto da limpeza e higiene urbana que se estende do saneamento básico – já estará resolvido? – até à selecção e recolha do lixo – já estará resolvida? – aos cuidados especiais de limpeza das áreas envolventes de monumentos nacionais, estabelecimentos de saúde, escolas, etc. …, em suma, os cuidados básicos de manutenção da higiene, beleza e funcionalidade da cidade que parecem, por estes tempos, tão descuidados ….
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Romy Schneider

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POLÍTICA BRASILEIRA

Posted by PicasaFotografia daqui

No Brasil as notícias acerca da política nacional ferem como navalhas. Denúncias de corrupção, envolvendo o próprio Presidente do Senado, vida privada na praça pública, têm de tudo como na farmácia. Para se compreender a natureza paroquial das nossas questiúnculas caseiras.
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segunda-feira, maio 28

LISBOA - CONTRIBUTOS PARA UM PROGRAMA (II)

Posted by PicasaSimon Gris

Se me perguntassem o que faria se fosse eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa diria que o primeiro momento seria de reflexão. E a reflexão incidiria, em primeiro lugar, acerca do que fazer com o poder que me tinha sido conferido. Definiria as alianças conforme a força que os votos me tivessem dado.

Maioria absoluta ou relativa? Nenhuma das situações dispensa a definição de uma política de alianças. Decidiria com base nos resultados e no “bom senso”!

Mandava fazer uma auditoria financeira à CML por uma entidade externa, [pode ser pública] com apresentação de relatório de conclusões e recomendações num prazo curto. O mesmo para as empresas municipais e todos os organismos participados pela Câmara nos quais estejam em causa participações financeiras.

Alguma coisa tem de mudar para baixar os custos de funcionamento e aumentar a eficácia de funcionamento dos serviços.

Não aumentaria a carga fiscal, sobre os cidadãos e as empresas, no que compete às competências do município, mas faria por aumentar a eficácia na arrecadação de receitas. Simplificaria o modelo administrativo. Os procedimentos administrativos dos municípios são uma teia interminável na qual se esconde a corrupção e a deterioração da competitividade da cidade.

Daria prioridade à activação de um “programa Simplex” com a criação de uma unidade de missão dirigida por um técnico experiente.

Mandaria analisar todos os estudos encomendados pela Câmara nos últimos seis anos – foram muitos e alguns bons – para deles apurar o que poderia ser aproveitado para o lançamento de um novo plano estratégico para o desenvolvimento de Lisboa.

Estabeleceria o estudo do futuro da cidade, com base em consensos técnicos e políticos alargados, como uma das principais prioridades da gestão autárquica.

Passados 15 dias da tomada de posse metia os pés ao caminho para tomar contacto directo com os principais problemas das instituições e das pessoas, escolhendo os pontos críticos com os quais a cidade perde competitividade e os pontos de excelência que a tornam mais atraente e competitiva.

Não esquecendo nunca que a cidade será tanto mais competitiva quanto menor for o peso da administração municipal e os seus custos burocráticos.
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