segunda-feira, julho 20

O GRANDE SALTO EM FRENTE DO ENSINO PROFISSIONAL


Foi anunciado, recentemente, pelo 1º ministro que no próximo ano lectivo a oferta de “cursos profissionais” alcançará o número recorde de 125 mil vagas. Trata-se, certamente, da oferta conjunta - sistema público e privado - de ensino profissional a partir do 10º ano de escolaridade representando cerca de 50% do total de vagas do secundário.

A notícia passou mais ou menos despercebida mas é da maior relevância na estratégia do desenvolvimento da educação em Portugal. Eu próprio estive associado, em funções técnicas - nos idos de 1989 - ao relançamento do “ensino profissional” em Portugal, quase a partir do zero.

Trabalhei e reflecti acerca do tema que, apesar de complexo, na sua essência, não dá margem para grandes especulações. O que aconteceu de novo, nos últimos 4 anos, permitindo este grande salto em frente? A resposta é simples: a abertura em força de cursos profissionais na escola pública.

Com mais ou menos dificuldades, mais ou menos resistências, a escola pública, por decisão política do governo socialista, reassumiu a oferta do ensino profissional. Em boa hora decidiu o governo romper com uma espécie de inércia que dava asas àquele tipo de discurso saudosista: “no tempo das escolas técnicas é que era bom!”

A nova oferta de cursos profissionais foi crescendo gradualmente aproximando-se da meta estabelecida pela União Europeia: 50% dos alunos do ensino secundário em cursos profissionais. Alcançar esta meta representa um grande sucesso para o país por diversas razões:

1- Permite maior liberdade de escolha para os alunos;

2- Fomenta a efectiva aproximação da formação escolar ao mundo do trabalho;

3- Contribui para combater, de forma eficaz, o abandono e insucesso escolares;
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4- Dá satisfação a uma aspiração profunda, e antiga, das famílias e da comunidade.

O governo cumpriu, no essencial, um dos compromissos mais importantes da reforma da educação a que se tinha proposto. Este é um dos muitos casos em que a obra feita não é notícia!
Acerca do tema escrevi aqui, aqui e aqui.
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SIMPLEX

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TRANSPLANTES


Somos um povo que se relaciona mal com o progresso, maledicente, desconfiado com o lado positivo da vida, capaz de esconder os benefícios para expor os malefícios. Ora vejam só que somos dos países mais avançados nos transplantes do rim e do fígado, mas ainda estamos atrasados no transplante do pulmão. Queriam portanto, no nosso tão mal amado sistema de saúde, que fossemos os primeiros em todo o tipo de transplantes? Mas depois havemos de falar mal do sistema remuneratório dos médicos especialistas? Há poucos? São competentes? Ao nível dos melhores do mundo? É política para rasgar? Ou para avançar?
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domingo, julho 19

Caritas in Veritate


Acabei, finalmente, a leitura da Carta Encíclica CARITAS IN VERITATE do Papa Bento XVI. Para aqueles que me conhecem mais de perto não é novidade o meu interesse pela doutrina social da Igreja que em nada obnubila a minha discordância, mesmo radical, a respeito de muitas das suas posições.

No caso deste Encíclica impressionou-me, no essencial, o que me parece ser uma genuína, forte e fecunda preocupação do Papa com as questões do “Desenvolvimento humano no nosso tempo” [título de um dos capítulos].

Aqui deixo algumas citações colhidas tão-somente com o objectivo de chamar a atenção para a oportunidade da leitura atenta desta Encíclica, em particular, pelo “povo de esquerda”, seus ideólogos e dirigentes políticos:

Afirma-se, por exemplo, no ponto 25: “Queria recordar a todos, sobretudo aos governantes que estão empenhados em dar um perfil renovado aos sistemas económicos e sociais do mundo, que o primeiro capital a preservar e valorizar é o homem, a pessoa, na sua integridade: `com efeito, o homem é o protagonista, o centro e o fim de toda a vida económico-social´.

E mais adiante, no ponto 32: “O aumento sistemático das desigualdades entre grupos socais no interior de um mesmo país e entre as populações dos diversos países, ou seja, o aumento maciço da pobreza em sentido relativo, tende não só a minar a coesão social – e, por este caminho, põe em risco a democracia -, mas tem também um impacto negativo no plano económico com a progressiva corrosão do “capital social”, isto é, daquele conjunto de relações de confiança, de credibilidade, de respeito das regras, indispensáveis em qualquer convivência civil.”

E, no ponto 36: “A actividade económica não pode resolver todos os problemas sociais através da simples extensão da lógica mercantil. Esta há-de ter como finalidade a prossecução do bem comum, do qual se deve ocupar também e sobretudo a comunidade política. Por isso, tenha-se presente que é causa de graves desequilíbrios separar o agir económico – ao qual competiria apenas produzir riqueza – do agir político, cuja função seria buscar a justiça através da redistribuição”.

E ainda, no ponto 38, abordando um tema que me tem ocupado nos últimos tempos, nos planos pessoal e profissional: “Assim, temos necessidade de um mercado, no qual possam operar, livremente e em condições de igual oportunidade, empresas que prossigam fins institucionais diversos. Ao lado da empresa privada orientada para o lucro e dos vários tipos de empresa pública, devem poder-se radicar e exprimir as organizações produtivas que perseguem fins mutualistas e sociais. Do seu recíproco confronto no mercado, pode-se esperar uma espécie de hibridização dos comportamentos de empresa, consequentemente, uma atenção sensível à civilização da economia.”
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sexta-feira, julho 17

GRIPE A

DOSSIER SOBRE GRIPE A (clique em cada link para aceder aos conteúdos)

Formas de contágio

Os principais locais de contágio

Em Portugal ou no estrangeiro, deve ficar atento a sintomas gripais. A febre é um dos mais fortes indicadores de perigo - uma vulgar constipação não surge associada a temperaturas altas. Em caso de dúvida, ligue para as linhas de emergência da gripe A, solicitando apoio para os passos que deve dar. Pode também optar por uma quarentena voluntária, de 24 ou 48 horas, aguardando o evoluir dos sintomas e tomando as devidas precauções para não contagiar outros elementos da família.
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CONFRONTO ELEITORAL


O Dr. Alberto João Jardim habituou o país – a partir de uma espécie de mandato vitalício que lhe tem sido atribuído, por via democrática, para governar a Região Autónoma da Madeira - a todo o tipo de afirmações, tomadas de posição, propostas, graças, festividades e dislates. É a política e não devemos tomar a política à laia de burocracia da qual está apartada a polémica, a contundência, o excesso verbal e por aí fora. Acho, aliás, que está em curso uma mudança de fundo do modo de fazer política em Portugal que se aproximará, a partir do próximo ciclo eleitoral, do modelo espanhol ou norte-americano. Só quem nunca viu um debate eleitoral nesses países não entenderá o que afirmo. O debate político vai extremar-se o que quer dizer que será mais agressivo, assente em demarcações ideológicas mais vincadas o que conduzirá a que as diferenças entre os diversos programas políticos de governo, em confronto, sejam mais perceptíveis. Acho que é preferível a clarificação resultante do confronto de ideias à confusão resultante da omissão de divergências. O PS, no campo da esquerda democrática, só terá a ganhar com o confronto. O PSD, no campo da direita democrática, nada terá a perder. Depois de uma boa refrega política eleitoral, estou em crer, todos sairemos mais esclarecidos e, como consequência, mais forte sairá a democracia. Se assim for, como espero, Alberto João Jardim ficará reduzido à sua verdadeira dimensão: insignificante!
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quinta-feira, julho 16

JARDIM - SEMPRE OPORTUNO ...

Martine Franck [Itália – Veneza]

A ideia de proibir as organizações de ideologia comunista não tem nada de original. Alberto João Jardim é um destacado dirigente do PSD. É anti-comunista. A sua posição é um clássico, com barbas, e deve ter muitos seguidores. Manuela Ferreira Leite, líder do partido de Jardim, tem que tomar posição. É a favor, ou contra a proibição de organizações de ideologia comunista? O PS devia reclamar, a partir de agora, todos os dias, uma tomada de posição de Manuela Ferreira Leite. O PCP, por seu lado, devia agradecer – na véspera da Festa do Avante e de eleições - esta ajuda de Jardim.
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Não há qualquer dúvida acerca do teor da “Proposta de Lei de Revisão Constitucional” do PSD que, hoje, o DN divulga na íntegra. No que respeita à questão do comunismo, para que não restem dúvidas, a referência é a seguinte:
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[Post nº 4502 publicado neste blogue.]
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quarta-feira, julho 15

LISBOA: JOGO FECHADO


O jogo para a disputa de Lisboa está fechado. Com o apoio de Helena Roseta (10,26%, em 2007), o PS e António Costa (29,49%, em 2007) têm o caminho aberto para uma vitória expressiva nas eleições autárquicas em Lisboa. Carmona Rodrigues (16,65%) não vai a jogo. Basta fazer as contas. Adivinha-se, sem optimismos bacocos, uma derrota de Santana o que representará, apesar do cinismo do PSD, uma significativa derrota para Ferreira Leite. E também para o PCP e BE. Subitamente criou-se, mesmo sem coligações, a imagem de um PS federador da esquerda … contra uma coligação de direita. A lógica federadora do PS, com uma liderança credível, é mais forte do que a lógica da coligação de direita, com uma liderança fraca. Mas falta tempo e muito pode acontecer … prudência, amiga minha …
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PALMA INÁCIO (Com mais detalhe ...)

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terça-feira, julho 14

PALMA INÁCIO E JOSÉ MARCELINO - SEQUESTRADOR E SEQUESTRADO (Os erros imperdoáveis de certa comunicação social.)

O Público, e outros órgãos de comunicação social, dão-se ao luxo de apresentar uma biografia de Palma Inácio com erros de palmatória. A esta hora já deviam ter reparado, por exemplo, no erro grosseiro na identificação da data do desvio pioneiro do avião da TAP que ocorreu em 1961 e não em 1956. Aqui fica a descrição pormenorizada dessa acção do comando dirigido por Palma Inácio:
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PALMA INÁCIO

Morreu Palma Inácio. Palma Inácio desempenhou um papel importante na luta anti-fascista. Controverso, e pioneiro, pelas acções que planeou, e executou, convicto de que o regime fascista nunca seria derrubado senão pela via da luta armada. Não era o único a pensar desse modo. Humberto Delgado – militar do mais alto gabarito – pensava, pelo menos desde o esbulho das eleições presidenciais de 1958, que só uma acção militar derrubaria o antigo regime. Palma Inácio foi uma figura extraordinária de coragem física e simpatia pessoal. No dia 10 de Novembro de 1961 estava eu jogar à bola, certamente aproveitando um “furo”, no campo dos “blocos”, perto do Liceu em Faro, quando surgiu um avião a baixa altitude por cima das nossas cabeças. Estranhamos, e ainda mais, quando reparamos que cintilavam no ar uns flocos luminosos que caíram uma centena de metros ao nosso lado. Corremos na sua direcção mas, entretanto, apareceu a polícia e, pelo menos eu, não cheguei a tomar posse de nenhum dos panfletos lançados. Encontrei-o muitas vezes, quer em reuniões nas quais ele participava em nome da LUAR, quer em encontros ocasionais de natureza social. Dava-me prazer a sua presença. Sentia que Palma Inácio, com seus vícios e virtudes, era um verdadeiro herói da resistência portuguesa à ditadura. Honra à sua memória.
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AS POLÍTICAS SOCIAIS DO GOVERNO SEGUNDO MFL


Isto quer dizer, para infelicidade do nosso sistema democrático, que o principal partido da oposição não tem alternativas a apresentar numa área crucial da governação ainda para mais em tempos de crise. Quer dizer, de forma nua e crua, que o PSD de MFL não tem novas políticas sociais para apresentar aos portugueses. Somente mudanças de métodos e de processos o que na linguagem politico/administrativa quer dizer mudança de dirigentes. Mas pergunto eu na minha infinita ingenuidade: estes “bons instrumentos de apoio social”, ou seja, estas políticas sociais, são obra dos socialistas? E são boas e são bons os intrumentos? Então para quê mudar de governo sabendo-se que a grande maioria destas politicas sociais são aplicadas por entidades da sociedade civil com as quais o governo estabelece convenções? Para fazer ajustamentos na aplicação de boas políticas não é preciso mudar de governo. Só se fosse para pôr fim a más políticas e trocá-las por outras boas!
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Scarlett Johansson

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ANTÓNIO COSTA

Como prometi a mim próprio fui, em família, à apresentação da candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa. Uma oportunidade, além do mais, para rever amigos... Impressionou-me o discurso do cidadão Carlos do Carmo, a presença do Arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles (o único candidato não socialista no qual algum dia votei desde 1979), o facto do 1º ministro ter discursado, como todos discursaram, num palco com imensa gente nas suas costas, sem qualquer protecção especial, a luz de Lisboa numa tarde resplandecente no Jardim de São Pedro de Alcântara e o discurso convicto, laborioso e seguro de António Costa. Confirmei a minha percepção de que António Costa tem todas as condições para ganhar Lisboa. E sendo tão importante para a esquerda ganhar Lisboa o que espera Manuel Alegre para apoiar a candidatura de António Costa? O espaço político para uma candidatura independente de Helena Roseta já foi.
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segunda-feira, julho 13

ARNALDO OCHOA


Os regimes totalitários comunistas não perdoam aos seus críticos ainda mais se foram heróis da revolução. É assim em todo o lado, em todos os tempos. Impressiona quando as vítimas dão vivas aos algozes na hora das execuções. Assim com Stalin, com Mao, com Fidel …
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sábado, julho 11

SOBRESSALTOS

E por isso impunha-se um sobressalto. Estou disponível para me sobressaltar. Mas como hei-de sobressaltar-me com apelos destes? De uma coisa sei: se Manuel Alegre pensa que ganha as próximas Presidenciais derrotando o PS nas próximas legislativas está enganado. A derrota do PS anunciará a sua própria derrota.
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sexta-feira, julho 10

Lisboa menina e moça


Não há duas sem três: a terceira boa notícia do dia. Eu também vou estar no dia 13 de Julho, pelas 19 horas, no Jardim de S. Pedro de Alcântara. O eleitorado e, em particular, o eleitorado de esquerda não pode dar-se ao luxo de dispersar os votos e, dessa forma, entregar de bandeja Lisboa à gestão de Santana. É simples!
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DUAS BOAS NOTÍCIAS


Duas boas notícias: esta porque põe termo a um impasse insustentável através de uma boa escolha para Provedor de Justiça; esta porque, a meu gosto, torna mais credível a vitória de António Costa nas autárquicas de Lisboa lançando um sinal ao eleitorado de esquerda – falando curto e grosso - para que não disperse os votos dando de bandeja a vitória a Santana! Coisas simples!
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A VERDADE

Por vezes é penoso escrever acerca de políticos de que não gostamos. Não tanto por esses políticos se situarem num campo que não é o nosso. Porque há políticos que se situam no campo oposto e dos quais gostamos. E outros que se situam no nosso campo e que nos repugnam. Em democracia nada nos pode levar a dizer definitivamente que determinado politico é nosso inimigo. Como sói dizer-se em democracia não há inimigos, há adversários. Mas no caso em apreço estamos no domínio do desconcertante, a raiar o surreal. Durante o dia de ontem já deve ter sido tudo dito acerca do assunto. Eu pela parte que me toca estou a ler a encíclica «Caritas in veritate». Tomar como lema de uma campanha eleitoral – ou de uma política - “a verdade” coloca a Dra. Manuela no lugar de aspirante à santidade. Ontem foi o seu dia da caridade face às políticas sociais do governo, mas que logo revelou a sua infidelidade à verdade … é urgente ler a “Caritas in veritate”…
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quarta-feira, julho 8

"AS EVIDÊNCIAS" - VIII


Amo-te muito, meu amor, e tanto
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.

Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,

um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,

tão quase é coisa ou sucessão que passa …
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.

Jorge de Sena

22-2-1954
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A CAMINHO DO FIM ...


Será possível que o egoísmo dos velhos e novos “senhores do mundo”, emergentes e não emergentes, reunidos no chamado g8, sacrifiquem o futuro de todos em nome de um modelo de desenvolvimento que sabem, e reconhecem, ter entrado em falência… em benefício de quem?
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terça-feira, julho 7

ALFREDO DE SOUSA

Um dia no âmbito do INATEL, a cuja direcção presidi durante sete (7) anos, foi-me aplicada uma multa pelo Tribunal de Contas por uma razão qualquer, suponho decorrente de um atraso, tendo-me sido sugerido, por um quadro da casa, um expediente que evitaria que suportasse pessoalmente o encargo. Recusei e fiz questão de pagar do meu bolso o que era devido. Assim foi. As Contas do INATEL, desde 1996 a 2002, forma presentes ao Tribunal de Contas que a todas visou dando-lhes, dessa forma, a sua aprovação. Durante a vigência da minha direcção foi realizada uma auditoria pelo TC, o que nunca antes tinha acontecido (pois é preciso que as organizações apresentem um padrão mínimo de organização para que alguém as possa inspeccionar o que, até 1996, não era uso) e tudo foi feito, de ambas as partes, com rigor e correcção. No dia da minha saída - precipitada - do INATEL ainda tive tempo de enviar umas cartas de despedida e uma delas teve como destinatário o Presidente do TC, Alfredo de Sousa, com o qual nunca falei pessoalmente. Alfredo de Sousa foi dos poucos que teve a gentileza, e decência, de responder, ao contrário, por exemplo, dos representantes das Centrais Sindicais, com os quais havia estabelecido múltiplos e, por vezes, intensos contactos, conversas e negociações. A carta de resposta do Conselheiro Alfredo de Sousa, não deixando de ser protocolar, revela um reconhecimento e simpatia pessoais que nunca mais esqueci. Será ele o próximo Provedor de Justiça e tenho a certeza que, no fim de tantas hesitações e desencontros, a escolha não poderia ser melhor. Bom trabalho.
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ANTINOMIAS

Esta é uma verdadeira manifestação de mesquinhez, sectarismo e ingratidão. Aprendam, enquanto é tempo, o significado profundo do desprezo pela tolerância e pelo diálogo.
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segunda-feira, julho 6

CRISTIANO

Hoje, dia 6 de Julho do ano da graça de 2009, tem lugar em Madrid um evento dos mais repugnantes para a consciência de grande parte dos intelectuais pátrios. António Filomeno Pereira, nome de um intelectual que me deu para inventar, considera que pior do que o dia de S. Cristiano, só mesmo uma vitória do Eng.º Sócrates nem que seja por um voto. O mundo embasbacado com um português de ascendência popular, oriundo de família humilde, especializado no culto do amor-próprio e nas técnicas da sua profissão. Não é recomendável para um português que se preze. E um poster com a imaculada imagem do santo ostentando publicidade ao Banco Espírito Santo … tinha que ser o Espírito Santo … mais tarde um estádio cheio de castelhanos a aplaudir em delírio um português que, ao que consta não manifestou, nos últimos dias, interesse em emigrar para o Brasil. É triste. Um sinal, mais do que evidente, da decadência lusitana. O povo de Castela e Leão ajoelhado aos pés de um rei português … o que ocorre, pela primeira vez, na milenar história das nações ibéricas! O assunto é da maior gravidade e espera-se, a todo o momento, um comentário do senhor Presidente da República!
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Muito interessante.
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Urumqi

Urumqi é a capital da região autónoma de Xinjiang da República Popular da China. Pelas razões que se podem encontrar, genericamente, aqui, ocorreu uma rebelião popular que foi reprimida com grande violência. Por coincidência inicia-se na próxima sexta feira uma visita do Presidente da República Popular da China a Portugal. Espera-se que o Senhor Presidente da República portuguesa diga de sua justiça …
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domingo, julho 5

MANUEL PINHO

Manuel Pinho: pode não se gostar do estilo, das políticas, ou de algumas políticas, mas o futuro dirá do alcance da sua acção. Como o próprio expressou na última entrevista à SIC Notícias é muito difícil fazer política debaixo de uma chuva de enxovalhos. Não é o primeiro, nem será o último, a passar por essa provação. Mas com ele o governo adoptou uma estratégia para a economia, no sentido amplo, que parece manter plena actualidade. Haja saúde!
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sábado, julho 4

O TESOURO DA DANÇA


Fui assistir, ontem, ao espectáculo dos finalistas da Escola de Dança do Conservatório Nacional. Curiosamente Telmo Monteiro foi um dos finalistas mas deu para entender que a qualidade média dos finalistas, e não só, é muito elevada. Para além dos prémios internacionais, que têm sido ganhos por alguns alunos, como dar visibilidade pública a este tesouro?
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sexta-feira, julho 3

SOLENIDADES E RITUAIS

Fotografia de Hélder Gonçalves

O exercício de caminhar através das memórias mais distantes, e profundas, é um acto de libertação. Partilhá-las com a comunidade que se dispõe a acolhê-las para nelas se rever, ou não, é um acto de comunhão. São razões que bastam para retomar alguns escritos antigos do tempo em que o Absorto era um mero espelho das palavras que nele desenhava.

Não queria ir. Não me sentia bem na minha pele. Mas estava tudo preparado. A teoria e o ritual. Sabia de cor as orações e o resto. Mas não queria ir. No dia dos actos solenes sempre me sinto com vontade de fugir. Não gosto de actos solenes. Depende das circunstâncias sofrer mais ou menos. Com os anos aprendi a defender-me e sofro menos. Porque não podemos fugir a todos os actos solenes.

Mas naquele dia fugi mesmo. A minha mãe correu atrás de mim. Fui à força a caminho da Sé. Cumpri, como sempre, com a minha obrigação. Percorri todos os caminhos de uma autêntica formação católica. Ficaram-me marcados na memória os personagens, os rostos e os cheiros. Alguns admiráveis e repousantes como os padres Patrício e Henrique. Outros execráveis e repugnantes. Aprendi a olhar para dentro e a falar comigo próprio.

Gosto de ler a poesia de Adélia Prado. E de ouvir o silêncio solene do interior de um templo vazio. De olhar as capelas e os altares. De admirar as obras de arte que os habitam. E de observar a crença dos que os frequentam. No fim da vida o meu pai, que eu julgava agnóstico, rezava. Mas não gosto de participar em rituais. Não gosto de seitas. Nem de associações secretas. Sejam religiosas, políticas ou outras. As suas obediências e silêncios não se conjugam com o meu conceito de liberdade. Isso explica muita coisa.

Fiz a comunhão solene. Tenho até uma fotografia, muito impressiva, acompanhado pelos meus pais e padrinhos (ou será do crisma?). Não me lembro, ao certo, como regressei da Sé. Mas lembro-me de nunca ter acreditado na confissão. Nunca ninguém, de verdade, se confessa. O que retenho, com nitidez, foram a vista e o cheiro das laranjeiras do largo da Sé de Faro. E um sorvete que comi, na Brasileira, às escondidas. Em pecado. Capital.
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Jobs and Energy Innovation

Curiosamente no mesmo dia da demissão do ministro Manuel Pinho:
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terça-feira, junho 30

Pina Bausch

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ANA GOMES

Apresentação da candidatura de Ana Gomes. Ouvi ontem o Nuno Teotónio Pereira falar na qualidade de mandatário da candidatura de Ana Gomes, pelo PS, à autarquia de Sintra. Assumiu a cegueira que, recentemente, o acometeu. É grande a sua coragem no contexto de uma candidatura de gente corajosa a começar pela Ana Gomes. A política, por vezes, reserva-nos surpresas agradáveis… e quem sabe o futuro ?…
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segunda-feira, junho 29

MILLÔR FERNANDES

Descoberto aqui: o Twitter parece ter sido criado à medida de Millôr Fernandes.

Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.

Canalhas melhoram com o passar do tempo (ficam mais canalhas.)

Pontual é alguém que resolveu esperar muito.

Todo homem nasce original e morre plágio.
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O "CARRO ELÉCTRICO"

O projecto do “carro eléctrico” avança e ameaça tornar-se uma realidade de um dia para o outro. Como todas as inovações terá os seus detractores que, em breve, iniciarão a produção de contra indicações, defeitos, erros e omissões. Como no caso das novas tecnologias de informação - Magalhães, “banda larga” - … o governo aposta na massificarão - fazer muito em pouco tempo, criando infra-estruturas e parcerias – pois, no passado, já perdemos muito tempo e o futuro não espera por nós. É mais um projecto difícil de mandar pela janela fora …
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domingo, junho 28

UMA COLUNISTA QUE ME INTRIGA


É claro que os jornais têm o direito de dar voz aos colunistas que bem entendam. Mas há uma coluna de opinião num jornal de referência que me intriga: a de Manuela Ferreira Leite, no Expresso. Um verdadeiro espaço de propaganda partidária preenchido pela líder do maior partido da oposição. A continuar a publicar, sem mais, aquela coluna de opinião o Expresso terá que assumir, à semelhança da tradição americana, o apoio político expresso ao PSD. Não virá daí mal ao mundo e será uma vitória da transparência democrática. Pois não basta clamar por ela …
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sábado, junho 27

NO INFERNO DOS KHMER VERMELHOS


Acabei de ler o terrível testemunho de Denise Affonço, contido no livro “No Inferno dos Khmer Vermelhos”, acerca de um dos mais sanguinários regimes políticos do século XX, de natureza comunista. Recomendo.

“Esses utopistas selvagens destruíram tudo. Já não há escolas, hospitais, dinheiro, actividade comercial, tudo tem de ser reconstruído. Como se pôde conceber uma loucura destas? E pensar que esses doentes foram aconselhados e assistidos no seu delírio assassino pelo “grande irmão comunista”! E que durante todo esse tempo a comunidade internacional não mexeu nem um dedinho para parar o massacre! Porquê? Como conseguiram os Khmer Vermelhos manter tanto tempo o país hermeticamente fechado a qualquer intervenção exterior? Como fizeram para que o mundo inteiro acreditasse que tudo corria bem no país e que os seus habitantes viviam felizes num paraíso?"
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sexta-feira, junho 26

A «Nova Esquerda» que eu conheci morrreu – Uff!


Surgiu recentemente o anúncio da criação de um movimento político que se auto intitula de Nova Esquerda. Trata-se, ao que parece, de uma “dissidência” do movimento que Manuel Alegre criou após a sua candidatura presidencial e do qual o próprio já se demarcou. O Araújo Pereira, dos Gatos Fedorentos, caracterizou, com acutilância, a natureza das motivações dos seus criadores:

Apesar do nome com que se quer registar como partido, é de temer que o Movimento Nova Esquerda não seja nem novo nem de esquerda. O que há a reter é o facto de se detectar tristeza entre os amigos de Alegre. Desiludidos com o facto do histórico deputado socialista não criar um novo partido, vão criá-lo eles. É normal que os partidos, ao longo da sua história, revejam a sua ideologia, mas desta vez os amigos de Alegre vão mais longe ao afirmarem que apesar de alegristas estão desiludidos com o seu próprio patrono.

Tem razão Araújo Pereira, pelo menos, quando diz recear que o novo movimento não seja novo. Sem querer beliscar, nem ao de leve, a legitimidade de grupos de cidadãos criarem os movimentos, ou partidos, que lhes aprouver, gostaria de dar testemunho acerca da criação, em 1984, do movimento Nova Esquerda que, apesar de nunca se ter formalizado (ainda bem!), nem ter registado a sigla, foi bastante longe nos preliminares, através da elaboração de uma “Declaração de Princípios”, de tomada de posições públicas…. Os tempos eram difíceis!...

Reproduzo, de seguida, o meu testemunho, acerca do contexto em que esse movimento surgiu, numa posta que escrevi, em Abril de 2004, sob o título “Do MES à Nova Esquerda”, lavrando o meu quixotesco protesto, não tanto pela utilização da sigla, “ipsis verbis”, mas pela aparente ignorância de certa esquerda acerca da sua própria memória o que a levará, inevitavelmente, à irrelevância. Convenhamos que o caminho da renovação da esquerda carece de um pouco mais de estudo e imaginação.

Nas reuniões e discussões prévias ao I Congresso [do MES] lembro-me de ter, em diversos momentos, divagado a sós, angustiado pela percepção da "quadratura do círculo" que constituía, naquelas circunstâncias, conciliar a democracia representativa com a democracia directa, ou "poder popular".
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Uma síntese impossível. Era necessário ganhar tempo, mas a gestão do tempo não era o nosso forte, nem o "espírito da época" favorecia as esperas sábias e pacientes.
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As revoluções criam uma especial escala do tempo em que nos sentimos atraídos pela acção e a acção exige mais acção. A única saída possível para tornar o MES um Partido útil, na construção da democracia representativa e participativa, tinha-se esfumado com o desenlace daquele Congresso.
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Os que romperam prepararam pacientemente a sua integração no PS. Os que ficaram, por convicção ideológica ou devoção a amizades autênticas, forjadas nas lutas do passado, foram absorvidos pela voragem dos acontecimentos e foram saindo, em levas sucessivas, até à extinção do movimento no célebre jantar do Mercado do Povo.
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Após a extinção do MES alguns de nós dinamizaram, no início dos anos 80, a criação da "Nova Esquerda" em cuja declaração de princípios se preconizava o "desenvolvimento de um novo pensamento de esquerda que, assentando fundamentalmente na ideia do socialismo democrático, clarifique as suas fronteiras, encare os valores da liberdade individual, da solidariedade social e da iniciativa modernizadora (tanto ao nível económico como cultural), como elementos constitutivos essenciais."
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Defendia-se, num notável documento de Julho de 1984, que mantém plena actualidade, entre outros objectivos, o debate "aberto e inconformista que envolva todos os sectores interessados na modernização do país", o "reforço da democracia" e a "adesão à CEE".
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Esse documento preparado para a criação de uma abortada "Cooperativa Nova Esquerda" foi assumido por Afonso de Barros, Agostinho Roseta, Eduardo Ferro Rodrigues, Eduardo Graça, Eurico de Figueiredo, Jofre Justino, José Leitão, Júlio Dias, Margarida Marques, Sara Amâncio, Tereza de Sousa e Vitor Wengorovius.
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Em 21de Abril de 1986 a Comissão Coordenadora da "Nova Esquerda", constituída por Afonso de Barros, Agostinho Roseta, Eduardo Ferro Rodrigues, Eduardo Graça e Vitor Wengorovius anuncia que, após seis anos, a "atitude de solidariedade crítica externa ao PS se esgotou e deve ser superada por uma intervenção política concreta que, para a maioria dos membros desta comissão, pode e deve ser realizada, desde já, dentro do PS."
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Em consequência, no decurso do ano de 1986, todos os membros da Comissão da "Nova Esquerda", com excepção de Vitor Wengorovius, entre outros ex-activistas do MES, aderiram colectivamente ao PS.
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... é altamente recomendável ler um apontamento de Eduardo Graça, no seu Absorto, intitulado A «Nova Esquerda» que eu conheci morrreu – Uff! . Trata-se de um relato, por dentro, de um episódio da história da democracia portuguesa - o qual, ao espelho, dá a ver a ignorância chapada (ou então a arrogância) de alguns sábios renovadores da esquerda que chegaram no último minuto junto ao balcão de serviço e começaram logo a pedir bebidas que não sabem o que sejam só por vagamente lhes terem ouvido chamar o nome.Do texto do Eduardo, atrevo-me a recortar apenas isto: «Convenhamos que o caminho da renovação da esquerda carece de um pouco mais de estudo e imaginação.» Aplaudo. Doendo-me as mãos só de pensar no que a vida é, mas aplaudo.
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quinta-feira, junho 25

Michael Jackson

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É PRECISO MANTER O EQUILÍBRIO!


Assino por baixo. O assunto é grave. Estava a matutar acerca do alarido que os mesmos fizeram quando a empresa detentora da TVI foi comprada pela PRISA (empresa espanhola) rugindo ameaças acerca dos perigos dessa mesma TVI ser instrumentalizada pelo PS, açulados pela nomeação do inefável Pina Moura para a sua administração. Hoje parece que a PRISA (espanhola) está vendedora e a PT (portuguesa) está compradora de parte do capital da Media capital, detentora da TVI. Tanto quanto se possa considerar que o capital tem Pátria devia ecoar entre os portugueses, do topo à base, uma alegria moderadamente suave em nome daquele valor antigo que dá pelo nome de patriotismo. Mas eis que os mesmos que se queixaram do perigo do PS se apropriar da TVI (foi o que se viu!) agora se queixam exactamente do mesmo e sempre que a Media capital, detentora da TVI, mudar de mãos aqui d’el rei. E já agora o que dirão os sempre alerta para os perigos dos espanhóis, de uma PRISA qualquer, um dia destes comprarem a SIC (já esteve mais longe, dizem as minhas fontes – também tenho fontes, ah!ah!ah!). São demasiados pesos para diferentes medidas. Demasiadas desmemórias. É preciso manter o equilíbrio e quanto mais acima mais necessário é manter o equilíbrio!
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quarta-feira, junho 24

A ROUBAR?


Eu sei que os tempos estão mais para as manchetes do género secretário de Sócrates, ou adjunto de Sócrates, uma verdadeira manipulação pois, na verdade, se trata de um Secretário de Estado mas talvez seja tempo de denúncias públicas como esta de Berardo despertarem o interesse de quem de direito. Se quando Vital Moreira, em campanha política eleitoral, falou em roubalheira no BPN caiu o Carmo e a Trindade, quando Berardo, accionista de peso de um banco, afirma que o dito banco “continua a roubar e posso provar” não acontece nada? Com respeito às suspeitas que, justa ou injustamente, continuem a recair, como é o caso, sobre entidades do sistema financeiro é bom que o governo, o BP e a justiça não assobiem para o lado pois o que está em causa é a própria credibilidade das instituições democráticas.
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AI, LIBERDADE, LIBERDADE!


Em breve o Presidente da China visita Portugal. Fico sentado à espera das palavras do ocidente democrático – já nem falo de acções – em favor dos princípios básicos da democracia na China (e a Coreia do Norte ali tão perto!). E lembro-me do Irão (a Pérsia), e da contestação ao resultado das eleições, sabendo de quantas vezes o Ocidente democrático apoiou ditaduras e conspirou para derrubar democracias (não precisamos senão de olhar para nós próprios!). Na verdade o ocidente democrático preocupa-se sempre com a posse dos recursos naturais e o domínio das rotas comerciais e nem sempre com a defesa da liberdade e da democracia.
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terça-feira, junho 23

PROJECTAR (III)

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UMA ALFACINHA EM NATAL

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LIBERDADE DE IMPRENSA


Dei-me conta que o Pacheco Pereira meteu trancas à porta por não ter gostado da chamada à primeira página de uma qualificação assassina com que Menezes o mimoseou - a “loura do regime" - numa entrevista publicada num jornal que nunca l´I. O assunto só me interessa porque permite reflectir acerca da velha questão da liberdade de imprensa!
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segunda-feira, junho 22

PROJECTAR (II)


Sou dos que acham que nunca é demais actualizar e aperfeiçoar os estudos e os projectos, questionar a pertinência e oportunidade dos grandes investimentos, manifestar-se contra ou a favor, debater, dialogar, estar atento, avaliar, questionar e por aí fora … Apesar de a verdadeira política ir além das obras aceito que os grandes investimentos públicos sejam um tema fracturante na sociedade portuguesa. Afinal o tema dos grandes investimentos públicos é, há séculos, em Portugal, um tema fracturante. Mas será vantajoso para o PS, e para a esquerda, assumir a defesa dos grandes investimentos públicos. Não tanto por razões de conjuntura (a crise) mas por razões estratégicas (a Europa). Não tanto por razões de táctica política (o curto prazo) mas por razões de estratégia de desenvolvimento do país (o médio e longo prazo). E por razões de cuidar da independência de Portugal … um tema dos antigos e fora de moda. É saudável para a esquerda assumir os desafios da modernidade que, no caso das infra-estruturas de transportes, envolvem a assumpção, no essencial, do destino europeu de Portugal mantendo a sua capacidade de participar, de parte inteira, na construção da Europa. A deriva anti-obreira, assumida pela direita, pode até fazer vencimento, no curto prazo, e abrir espaço para mais encomendas de estudos e projectos. Mas é um objectivo meramente eleitoralista pois a direita, que se revê no PSD, também se revê nos grandes investimentos públicos. Logo não pode, com autenticidade, estar contra a sua concretização. É muito útil tomar nota do que se tem dito acerca do assunto, de quem tem dito o quê, e no fim do ano de 2009, passado o período eleitoral, fazer um balanço. Aposto que as obras públicas, em particular, as mais excitantes, (TGV, Aeroporto …), - mais estudo, menos estudo, mais mês, menos mês, vão todas avançar.

À laia de resposta a alguns comentários com todo o respeito e consideração pelos pequenos, médios e grandes estudiosos e projectistas, que fazem pela vida … Viva a liberdade de expressão do pensamento: Em entrevista ao Diário Económico, Augusto Mateus, signatário do manifesto de 27 economistas que pedem a reavaliação das grandes obras públicas, define como prioridade o aeroporto, mas pede mais estudos.
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