sábado, setembro 16

NA CIDADE

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

Eu, que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te, sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.

Sentado à mesa dum café devasso,
Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura,
Nesta Babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.

E, quando socorreste um miserável,
Eu que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, saudável.

«Ela aí vem!» disse eu para os demais;
E pus-me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.

Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, – talvez não o suspeites!
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.

Ia passando, a quatro, o patriarca.
Triste eu saí. Doía-me a cabeça.
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava das exéquias dum monarca.

Adorável! Tu, muito natural,
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num pedestal.

Sorriam, nos seus trens, os titulares;
E ao claro sol, guardava-te, no entanto,
A tua boa mãe, que te ama tanto,
Que não te morrerá sem te casares!

Soberbo dia! Impunha-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar sobre o teu peito.

Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas, esvelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E de altos funcionários da nação.

“Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!”
De repente, paraste embaraçada
Ao pé dum numeroso ajuntamento.

E eu, que urdia estes fáceis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Uma pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.

E foi então, que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti, que és ténue, dócil, recolhida,
Eu, que sou hábil, prático, viril.

Novembro de 1876

Cesário Verde

PAPAS - FÉ, DEMOCRACIA E GUERRA

Posted by Picasa Fotografia de Ernesto Timor

Camus, no imediato pós guerra, acerca de uma mensagem de Pio XII:

“O Papa acaba de dirigir ao mundo uma mensagem em que toma abertamente posição a favor da democracia. Há que nos felicitarmos por isso.
(…)
Há muitos anos que esperávamos que a maior autoridade espiritual do nosso tempo condenasse em termos claros os actos das ditaduras. Em termos claros, repito. Porque tal condenação pode ressalvar de algumas encíclicas, desde que devidamente interpretadas.
(…)
Esta mensagem contra Franco, era nosso desejo tê-la ouvido em 1936, para que Georges Bernanos não tivesse de falar e amaldiçoar.
(…)
Quem somos nós, afinal, para nos atrevermos a criticar a mais alta autoridade espiritual deste século? Nada mais, justamente, do que simples defensores do espírito, que sentem por isso uma infinita exigência para com aqueles cuja missão é representar o espírito.”

Albert Camus – “Combat, 26 de Dezembro de 1944”)
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“Público” acerca de uma intervenção recente de Bento XVI:

“Numa intervenção na Universidade de Regensburg, onde no passado leccionou, o Papa explorou as diferenças históricas e filosóficas entre o Islão e o Cristianismo e a relação entre violência e fé. A certa altura, citou um imperador bizantino do século XIV (Manuel II Paleólogo), segundo o qual Maomé trouxe ao mundo coisas "más e desumanas, como o direito a defender pela espada a fé que ele persegue". O Papa sublinhou, por duas vezes, que a expressão era uma citação. Mas as reacções não se fizeram esperar.”

quinta-feira, setembro 14

I CONGRESSO DO MES - PANO DE FUNDO (DETALHE)

 Posted by Picasa

PACTOS

Posted by Picasa Laetitia Casta

Esta incursão em matéria política vem a propósito dos pactos de regime ou sejam no caso em apreço pactos entre o PS e o PSD o chamado bloco central formado pelos partidos dominantes em todos os poderes e interesses verdadeiramente relevantes na nossa sociedade e que representam aí uns 80% do eleitorado.

Pela minha parte gostaria de ver asseguradas duas condições para não ser obrigado a seguir o caminho de um amigo meu que já não vota desde 1975 e nem sequer tem cartão de eleitor. Qualquer delas é muito simples de executar pois ambas entroncam no mais puro senso comum.

Primeira condição: o governo socialista dispõe de uma maioria legitimada pelo voto popular. O governo que governe por si para que em tempo oportuno a sua governação possa ser democraticamente julgada.

Segunda condição: o governo que dialogue mas que restrinja os pactos de regime às situações absolutamente excepcionais. Governar é o que em regra os cidadãos pedem aos governos. Pactuar é o que menos os cidadãos pedem aos governos de maioria. Salvo se estiver em causa o próprio regime.

O pacto da justiça pode enraizar na segunda daquelas duas categorias de condições. A minha leitura desse pacto que me pode levar a aceitá-lo decorre do entendimento de que a actual situação da justiça em Portugal põe em perigo o regime democrático. Já tal me tinha querido parecer depois de tudo o que se viu e está a ver.

Resta saber, em primeiro lugar, se muitos daqueles que participaram na destruição da credibilidade da justiça serão mais decentes na execução do pacto que visa a sua salvação. Em segundo lugar quais as contrapartidas que terão sido negociadas logo que for conhecida a personalidade nomeada para Procurador-geral da república e conhecido o resultado da escolha do próximo presidente do supremo tribunal de justiça.

E ficamos por aqui pois é pelo menos estranho que os habituais pesquisadores de informação acerca das nomeações para altos cargos políticos não dêem à luz quaisquer listas nem hajam novas dos “jobs for the boys” reinando o mais profundo silêncio acerca da composição da nomenclatura do estado … mas sei que se passam coisas interessantes.

É bom que os políticos dos pactos de regime tendo à cabeça o primeiro ministro [e líder do PS] e o mais alto magistrado da nação [e destacada personalidade do PSD] entendam que na política como em tudo na vida para que hajam escolhas é preciso que hajam diferenças e não havendo diferenças então mais vale que não hajam escolhas … e como a democracia é o exercício por excelência das escolhas …

Além do mais este governo como qualquer outro tem um programa e dá pelo nome de socialista! … De vez em quando convém dar uma leitura ao dito programa e escutar o povo fora da quadratura do círculo dos poderes. Eu pela parte que me toca não votei no Dr. Cavaco para presidente e muito menos votei nele para primeiro-ministro.

quarta-feira, setembro 13

I CONGRESSO DO MES - O PANO DE FUNDO

Posted by Picasa Sessão pública de encerramento do I Congresso do MES – 21 e 22 de Dezembro de 1974 – Aula Magna da Cidade Universitária


O meu interesse por esta fotografia vem de longe e reside no facto do pano de fundo ter sido desenhado, em parte, com os pés. Queríamos fazer transbordar o símbolo do seu círculo fechado, subvertê-lo, criar uma imagem de movimento, mostrar um partido como lugar de caminhada e de encontro, o lugar de todas as utopias.

A Luísa Ivo, amavelmente, enviou-me a fotografia e adianta alguns detalhes: “o congresso iniciou-se sem o pano; estive com o Tolas, durante essa manhã, a continuar ou a terminar a pintura. A Mafalda controlava o processo. A uma certa altura eu e ele decidimos que deveriam aparecer mais marcas de pés a entrar para o círculo do que a sair. Então ele molhou os pés na tinta, foi até ao centro, fez o pino e saiu a caminhar com as mãos no chão e os pés para cima… Só nessa altura soube que ele praticava ginástica a um nível muito avançado!”

A fotografia fixa um momento da sessão de encerramento, no dia 22 de Dezembro, no qual está em palco Rossana Rossanda, consagrada dirigente da esquerda italiana, representante do movimento “Il Manifesto”, acompanhada por Manuel Braga da Cruz, actual reitor da Universidade Católica que traduzia o seu discurso.

Rossana, tal como Luciana Castellina, visitaram Portugal, mais do que uma vez
no período da revolução, ao contrário de Lúcio Magri e de Luigi Pintor, todos do mesmo grupo de dissidentes do PCI, fundadores do “Il Manifesto”.

Na mesa, sentados, podem ver-se: Jerónimo Franco, Fernando Ribeiro Mendes, Afonso de Barros, Carlos Pratas, Augusto Mateus, José Dias, Nuno Teotónio Pereira, Rogério de Jesus, Francisco Farrica e António Machado.

Também tomaram lugar na mesa, embora não surjam nesta fotografia, Edilberto Moço, Paulo Bárcia (Didas), Vítor Wengorovius, Marcolino Abrantes, Luís Martins, Vítor Silva e Celso Cruzeiro.

[No conjunto eram os membros da “Comissão Política Nacional”, eleita no Congresso, com excepção de uns poucos cujos nomes não foram divulgados, entre os quais, eu próprio.]

SPORTING

Posted by Picasa Antes que me esqueça o meu filho fez uma estreia gloriosa em Alvalade. Não é todos os dias que se ganha ao Inter de Milão. Tanta classe em tanta juventude. É obra!

terça-feira, setembro 12

"Psicanálise e psicologia"

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

Ressonância de 12 de Setembro de 2004. A propósito do primeiro dias de aulas um fragmento dos meus fragmentos de “Roland Barthes por Roland Barthes”:

(Complacência com aquilo que tem pressão (?) sobre nós; assim, tinha eu no Liceu Louis-leGrand um professor de história que, precisando de vaias como de uma droga quotidiana, oferecia obtinadamente aos alunos uma infinidade de oportunidades de fazerem burburinho: erros, ingenuidades, palavras de sentido duplo, posturas ambíguas, e até a tristeza com que revestia todas estas atitudes secretamente provocadoras; o que fazia que os alunos, tendo-o compreendido, se abstivessem, em certos dias, sadicamente, de o vaiar)."

DRAGÃO MÓPYTE

Posted by Picasa Desenho do meu filho Manuel – Abril de 2000, pelos seus nove anos.

Ontem, 2ª feira, dia 11 de Setembro de 2006, pelas oito da manhã, o meu filho franqueou as portas da escola. Conforme tudo fazia prever fui levá-lo e, desta vez, ao longo do dia só deu para ver e ouvir evocações da tragédia. Hoje foi, de novo, o seu primeiro dia de aulas. Reinava a tranquilidade. A vida continua e o mundo não para.

segunda-feira, setembro 11

REQUIEM POR SALVADOR ALLENDE

Posted by Picasa Salvador Allende

(…)

Era uma vez um chileno chamado salvador allende que
fez um grande país de um país pequeno onde
talvez três anos nós houvéssemos depositado a esperança
quando fosse qual fosse a nossa nacionalidade
todos nós fomos um pouco chilenos
Mas que diabo importa em suma a qualquer de nós
que um homem se detenha quando a história caminha
em frente sempre altiva e serena
como mulher de muito tempo sabedora
Posso dizer por certo como há já muitos anos
acerca dos milicianos espanhóis dizia neruda
allende não morreste estás de pé no trigo

Ruy Belo

[Poema na íntegra]

domingo, setembro 10

DIA 11 DE SETEMBRO VOU LEVAR O MEU FILHO À ESCOLA


No dia 11 de Setembro de 2001, pelas oito da manhã, fui levar o meu filho à escola. Era o primeiro dia de aulas. Foi um final de ano penoso. Por volta da hora do almoço reparei num aparelho de TV que, contra o que era hábito, estava ligado numa sala que antecedia o meu gabinete de trabalho. Assisti, em directo e incrédulo, ao momento em que o segundo avião trespassou uma das torres. A ficção tornara-se realidade.

Não menosprezo a importância do acontecimento e o seu significado político global. O terrorismo existe. Estabelece os alvos a atingir, parece orientar-se por uma estratégia maduramente pensada algures, tem apoios de estados, grupos económicos e povos, gera dinâmicas de radicalização político-religiosa e alimenta o ambiente para o fortalecimento de ideologias fundamentalistas e políticas securitárias, tendencialmente, restritivas das liberdades.

Passaram cinco anos. Quase tudo já foi dito acerca dos efeitos da estratégia política de combate ao terrorismo concebida e executada pela administração Bush. Existe uma vasta bibliografia acerca do assunto. Bush entrou, aparentemente, num beco sem saída. Sairá da Casa Branca sem honra nem glória. Blair ainda sairá antes. Outros já saíram, ou ficaram, mas ninguém lhes atribui importância alguma.

Sou contra o terrorismo. Não restem dúvidas. Mas o terrorismo é um fenómeno antigo e um tema cuja abordagem aconselha prudência. Sou contra a política e a ideologia da administração Bush mas admirador da América e do seu povo. Afinal sou um cidadão normal. A maioria dos cidadãos do mundo, ao que penso, com mais ou menos palavras, defendem esta mesma posição: são contra o terrorismo e a administração Bush.

Na próxima 2ª feira, dia 11 de Setembro de 2006, pelas oito da manhã vou levar o meu filho à escola. É uma escola laica e será, de novo, o seu primeiro dia de aulas.

sábado, setembro 9

ALICERCES

ANTÓNIO SÉRGIO - ALOCUÇÃO AOS SOCIALISTAS

Posted by Picasa António Sérgio

Uma ressonância de 9 de Setembro de 2004. Tinha acabado de ouvir Manuel Alegre certamente a propósito do Congresso Socialista. Como andava metido em trabalhos de limpar o pó aos livros tinha-me caído nas mãos a extraordinária peça oratória, de António Sérgio, chamada “Alocução aos Socialistas”, de Maio de 1947.

Ora lede a suprema ironia que o fino verbo de Sérgio derrama sobre a realidade da política socialista do presente.

"Na política, como sabeis, o comportamento rectilíneo, sem argúcia alguma, – sincero, aberto, desartificioso, claro, - usa ser censurado, como sendo ingénuo: e, nessa sua qualidade de comportamento ingénuo, como prejudicial, ou pateta. Paciência. Seja. (…) Os essencialmente habilidosos (não faço empenho em negá-lo) alcançam a sua hora de simulacro e de vista. Mas é uma hora e nada mais; mas é simulacro, e só vista. Logo a seguir a esse instante, comunica-se-lhes o fogo da sua iluminação de artifício, e fica tudo em fumaça, que pouco depois não é nada."

"Aos nossos socialistas, quanto a mim, compete-lhes resistirem ao tradicional costume de se empregarem espertezas e competições de pessoas para apressar o momento em que há-de chegar ao poder…"

"Antes de tudo, buscai prestigiar-vos ante a nação inteira pelo timbre moral da vossa alma cívica; porque (como acreditais, creio eu) não é indispensável conquistar o poder para se influir de facto na orientação do estado."

"Não tenhais a ânsia de vos alcandorar no poleiro com prejuízo das qualidades a que se tem chamado "ingénuas". As habilidades dissipam-se; os caracteres mantêm-se."

"Não existam ciúmes e invejas recíprocas entre os vários componentes da vossa grei socialista: nem tampouco os ciúmes, nem tampouco as invejas, para com os homens que compõem as outras facções da esquerda. Seja vosso lema a unidade. Por mim, quero trabalhar pela unidade, pelo entendimento recíproco, pela existência de convivência amável entre os homens políticos de orientações discordes. Incorrigivelmente "ingénuo", fraterno, cordial."

Acerca de António Sérgio veja aqui e aqui.

sexta-feira, setembro 8

CARLOS MARIGHELLA

Posted by Picasa Imagem Daqui

Nos cartazes da revolução surgem surpresas, ou seja, imagens das quais já não nos lembrávamos. É o caso deste cartaz em homenagem a CARLOS MARIGHELLA. Certamente um dos primeiros, após o 25 de Abril de 1974, em que surge a sigla do MES.

É necessário sublinhar o contexto político desta manifestação de solidariedade? Vivia-se uma época em que era possível evocar o impossível. Vale a pena esquecer os devaneios esquerdistas de uma revolução em que se evocaram os guerrilheiros e se pouparam os PIDES?

A lembrança é sempre melhor que o esquecimento. Para os mais esquecidos lembro os vinte anos de governos militares no Brasil: Marechal Castelo Branco (1964-1967) ; General Costa e Silva (1967-1969); General Médici (1969-1974); General Ernesto Geisel (1974-1979); General Figueiredo (1979-1985)

quinta-feira, setembro 7

BUSH LENDO CAMUS

Posted by Picasa Imagem Daqui

Já está disponível, no site do “Semanário Económico” e no IR AO FUNDO E VOLTAR, o artigo, com o título em epígrafe, que será publicado na edição de amanhã daquele semanário.

O mesmo ostenta em epígrafe a seguinte citação de Albert Camus, respigada da sua obra “A Queda”: "Quando se meditou muito sobre o homem, por ofício ou vocação, acontece-nos sentirmos nostalgia dos primatas. Esses ao menos não têm segundas intenções."

CAMUS, AS OBRAS COMPLETAS E A ESQUERDA

Posted by Picasa Fotografia de Angèle

Já me chegaram às mãos, trazidos de Paris por minha mulher, os dois primeiros volumes das “Obras Completas”, de Albert Camus, recentemente publicadas pela Gallimard. Obrigado.

Aproveitei para confirmar a exactidão de uma resposta dada por Camus acerca da questão crucial do seu posicionamento político. Num artigo que deverá ser publicado amanhã no “Semanário Económico” traduzi do espanhol uma pergunta que lhe foi formulada e a sua resposta:

Em 14 de Dezembro de 1959, poucos dias antes de morrer, num acidente de viação (4 de Janeiro de 60), falando a estudantes estrangeiros, em Aix-en-Provence, perguntam-lhe, por escrito: “considera-se um intelectual de esquerda?” Camus responde: “Não tenho a certeza de ser um intelectual [Pausa]. Quanto ao mais, sou a favor da esquerda, apesar de mim e apesar dela.” In Biografia de Albert Camus- por Olivier Todd (1996)

Verifico agora que a minha tradução, felizmente, não atraiçoou o sentido nem de uma nem de outra:

“14 décembre: entretien avec des étudiants étrangers à Aix-en-Provence (Êtes-vous un intellectuel de gauche? – Je ne suis pas sûr d’être un intellectuel. Quant au reste, je suis pour la gauche, malgré moi, et malgré elle”). In Chronologie – Oeuvres complètes – I

quarta-feira, setembro 6

LULA CONTINUA NA FRENTE

Posted by Picasa Fotografia Daqui

A menos de um mês das presidenciais no Brasil, em 1 de Outubro, Lula está na frente em todas as sondagens mais recentes sem sinais de descida. Como sempre se diz sondagens são sondagens mas tudo leva a crer que … só um milagre levará a direita de volta à presidência. Eu sei que tudo é muito discutível acerca do que é direita e esquerda e sei que há direita na esquerda e esquerda na direita e sei que há gente honrada em todos os lados e vigaristas também. Mas quer-me parecer cada vez mais que Lula vai ganhar … é a vida!

O PICO DA PALMEIRA E OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

Posted by Picasa Fotografia Daqui

Hoje prosseguiu a odisseia da folhagem da palmeira ou melhor do pico da dita que se instalou no braço do meu filho. Corri o risco de ser obrigado a inverter o sentido da marcha da minha promoção do serviço público de saúde. Como proliferam os relatos mais macabros acerca das suas insuficiências e maldades! Mas não! Lá fui com ele à consulta de cirurgia do Pulido Valente. A coisa começou com um sobressalto. A marcação não deveria ter sido feita para aquele serviço pois o jovem não perfizera 16 anos. Confirmei que os 16 anos são uma barreira para além da qual se entra numa espécie de propedêutico para a idade adulta. Mas aconteceu que a burocracia cedeu o lugar ao bem senso e a médica resolveu de forma expedita manter a consulta tal qual. Aplausos. Sendo assim os horários marcados foram cumpridos quase a rigor. O atendimento dos serviços administrativos q.b. e dos serviços médicos eficientes e simpáticos. Devem pensar que estou a gozar com o pagode mas esta é a realidade dos factos. A taxa moderadora de pouco menos de 5 euros pois nunca se encontra maneira de fixar quantias certas é antipática e o azedume cresce quando o serviço é ineficaz ou pouco cordato. Não foi o caso. Saí do hospital com a sensação de uma estrutura que funciona e sem razões para qualquer crítica substantiva. O pico da palmeira a conselho médico vai ficar mais uns tempos. Entretanto vejam se desenvolvem esse site. Lá para Novembro dou mais notícias se antes não houver qualquer urgência. Desculpem lá estar sempre a falar bem de alguma coisa da qual se construiu a imagem porventura com montes de razão de que há que falar sempre mal. Nem falo de uma visita a uma empresa privada a Texto Editora na qual passei de caminho para comprar o livro de português para o meu filho cujo balcão de atendimento esse sim funcionava mal a valer certamente por azar meu. Se fosse um serviço publico!...