domingo, abril 6

PROIBIÇÃO DE TELEMÓVEIS NA ESCOLA


Em Espanha generalizou-se a proibição do uso de telemóveis nas escolas. Nem mais nem menos. Não vale a pena perder mais tempo com esta discussão. É uma questão de bom senso, mais do que uma questão de disciplina. Um dia quando mudar o paradigma do ensino presencial – sala de aula/aluno/professor – para um outro, assente no ensino à distancia, de que já existem embriões experimentais - mesmo em Portugal – tudo vai mudar. Mas no momento presente mais vale proibir o uso de telemóveis nas escolas, isso mesmo, e logo por coincidência quando passa o 40º aniversário do Maio de 68 – o da palavra de ordem: “é proibido proibir”.
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sábado, abril 5

Soliloquy Half-Naked


Turismo: INATEL vai ser transformado em fundação em Julho

A notícia foi distribuída hoje, durante a tarde, pela LUSA. Há uns dias atrás uma funcionária do INATEL, com a qual me correspondo, perguntava-me acerca do destino desta reforma anunciada. Respondi-lhe que nada sabia de novo a não ser o que já antes, por diversas vezes, tenho tornado público.

A notícia hoje divulgada é interessante não tanto pela data anunciada para a concretização da reforma como pelo facto de não acrescentar nada em relação ao que já se sabia. Como estou a ler o Singer lembrei-me que ele tem lutado “para melhorar a situação dos animais” e também “para proteger a vida selvagem”, “ajudar algumas das pessoas mais pobres do mundo e legalizar a eutanásia voluntária”…. E eu gastei 7 (sete) anos da minha vida a preparar esta reforma.

Um Estado que demora uma eternidade a reformar-se a si próprio não está, eticamente, em condições de exigir eficácia no desempenho das suas próprias instituições e agentes. Já pensaram nisso? E no que respeita ao INATEL ainda há muito para dizer além do que já tenho dito.
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Prémio para Yoani Sánchez


Todos os que alguma vez lutaram contra uma ditadura sabem o que representa enfrentá-la. Aqueles que decidem enfrentar a ordem que limita ou suprime a liberdade, e amesquinha a dignidade humana, arriscam a sua própria liberdade, senão mesmo a vida. Sou capaz de me colocar no lugar de Yoani Sánchez, autora do blogue ``Generación Y``, quando teve conhecimento que lhe tinha sido atribuído o prémio Ortega y Gasset.

O governo cubano sentirá, por outro lado, a atribuição deste prémio como uma afronta ainda para mais vindo de um país que é, de facto, o seu mais importante aliado económico na Europa - a Espanha. Mas toda a gente já entendeu, mesmo a maioria dos cubanos, que é inevitável e imprescindível uma abertura económica do regime a que se seguirá, certamente, uma abertura política, resta saber, de que natureza.

Tenho seguido, nos últimos tempos, o percurso deste blogue, e da sua autora, agora premiada, empreendendo uma notável luta contra todas as tentativas de extermínio. Uma das razões porque vale a pena a aventura de manter um blogue, como este, concebido, em plena liberdade, é poder ser solidário com aqueles que, de forma séria, clarividente e equilibrada, lutam, em condições adversas, pela liberdade.
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sexta-feira, abril 4

MARTIN LUTHER KING


Ao cimo da página 25 do “Caderno nº1” dos “Cadernos” de Albert Camus, edição portuguesa da “Livros do Brasil”, muitos anos atrás, escrevi, pelo meu punho: - 3 – 1968 – FARO – CAIS - em frente da palavra Abril do fragmento que em seguida transcrevo.

“Abril.
Primeiros dias de calor. Sufocante. Todos os animais estão deitados. Quando o dia começa a declinar, a natureza estranha da atmosfera por cima da cidade. Os ruídos que nela se elevam e se perdem como balões. Imobilidade das árvores e dos homens. Pelas esplanadas, mouros de conversa à espera que venha a noite. Café torrado, cujo aroma também se eleva. Hora suave e desesperada. Nada para abraçar. Nada onde ajoelhar, louco de reconhecimento."

No dia 3 de Abril de 1968, na minha cidade natal, terei lido essa página que retrata a atmosfera da Argélia natal de Camus, muito semelhante ao ambiente meridional da terra onde me fiz homem, curiosamente, na véspera do assassinato de Martin Luther King. Uma coincidência trágica: “Nada para abraçar. Nada onde ajoelhar, louco de reconhecimento.”
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RESSONÂNCIAS

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"CABOIADAS"

Adam Jahiel

Ler isto depois de ter lido isto é de ir às lágrimas.
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ABRIL

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BibliOdyssey

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quinta-feira, abril 3

PAPALVOS

Por mero acaso estou a ler “Escritos Sobre Uma Vida Ética”, de Peter Singer , em coincidência com o anúncio público da passagem de Jorge Coelho do mundo da política para o mundo empresarial.

Não faço juízos de intenção acerca das opções pessoais e profissionais seja de quem for. Jorge Coelho é livre, mesmo considerando a sua notoriedade como homem político, de dar à sua vida profissional o destino que lhe aprouver.

No entanto a minha observação benévola desse facto que a comunicação antecipa, almofadando a opinião pública, é estilhaçada pela leitura do livro de Singer, destinado a iniciados, do qual se pode ler aqui uma critica elucidativa.

A notícia referente à anunciada passagem de Jorge Coelho, de armas e bagagens, para o mundo empresarial, suscitou-me a reprodução deste excerto :

“Persistem ainda algumas dúvidas pessoais sobre a ética. Supomos que viver eticamente será uma tarefa difícil, desconfortável, de abnegação e, geralmente, sem qualquer recompensa. Concebemos a ética separada do interesse pessoal; supomos que aqueles que fazem fortunas com negócios baseados em informação privilegiada ignoram a ética, embora sigam eficazmente o interesse pessoal (desde que não sejam apanhados). Fazemos exactamente o mesmo quando preferimos um emprego mais bem pago, ainda que tal signifique que vamos ajudar a fabricar ou a promover um produto que não faz bem nenhum ou que provoca doenças nas pessoas. Por outro lado, pensa-se que aqueles que deixam escapar as oportunidades de progredir na sua carreira por causa de “escrúpulos” éticos acerca da natureza do trabalho, ou que desistem do seu bem-estar a favor de boas causas, estão a sacrificar os seus próprios interesses para obedecer aos ditames da ética. Pior ainda, podemos vê-los como papalvos, que deixam escapar todo o divertimento que podiam estar a ter, enquanto os outros tiram partido da sua vã generosidade.”

Confesso-me, humildemente, um papalvo militante … vale a pena ler este livro.
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LEONARD COHEN

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Bruni vs Sarkozy

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quarta-feira, abril 2

La sociedad virtual

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É interessante como Fidel Castro responde com a “Carta ao VII Congresso da UNEAC” a manifestações de liberdade de expressão do pensamento, postas a circular pela internet, como o post La sociedad virtual . Fidel fala de um novo mundo que ele sabe que já não se compadece com o regime político cubano e o modelo de sociedade que ele próprio criou. O progresso das comunicações, e a tímida abertura à sua utilização generalizada em Cuba, traz consigo a morte política do regime. [A notícia divulgada em Portugal].
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VERDADES QUE PARECEM MENTIRAS

Por entre o ruído das mentiras do 1º de Abril passou despercebida uma notícia importante que, no entanto, até pouco tempo atrás, para meu espanto, só o Correio da Manhã deu à estampa:

ainda se lembram da posição dos polacos face ao Tratado de Lisboa?

REVISTA LER

A Revista Ler já está na blogosfera. Espera-se um pouco de sol na eira. Via Tomas Vasques.
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segunda-feira, março 31

O DESTINO MARCA A HORA NO PSD


Pacheco Pereira, discordâncias político-ideológicas à parte, pega o touro pelos cornos. Toda a gente sabe que o que ele pensa tem toda a acuidade política. Mais difícil é dizê-lo. Não se trata de uma questão doméstica do género zanga entre comadres. Toda a gente sabe que a liderança actual do PSD não é credível nem levada a sério por ninguém nem, porventura, por alguns dos próprios protagonistas da dita. Resta saber se alguém se “chega à frente”, se não é demasiada tarde, se há golpe de asa para gerar uma expectativa positiva, ou seja, capacidade para afirmar uma alternativa política credível à maioria socialista. Estou certo que seria vantajoso para todos, governo socialista incluído, que fosse possível o surgimento dessa alternativa. Receio que Pacheco Pereira seja visto como um franco-atirador desesperado. Mas mesmo que seja esse o caso, honra lhe seja feita!
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Todos felizes

hyeyoung kim

Correia de Campos, como sempre, claro e incisivo, acerca da descida do IVA.

O país mereceu bem este pequeno prémio. Se a economia melhorar lá fora, sobretudo se ganharmos competitividade, investirmos um pouco mais, controlarmos o consumo, cortarmos no desperdício e olharmos menos para o umbigo, os próximos prémios virão naturalmente. O que não podemos fazer agora será perder a agenda, ou trocá-la pela dos outros. A baixa do magro ponto percentual tem que ser escrutinada até ao âmago, para controlar infecções oportunísticas; a gestão da coisa pública tem que se lembrar que foram sacrificados 500 milhões de euros de receita; os investidores têm que sair mais das covas, sem o guarda-chuva do estado; o cidadão lamuriento e manhoso tem que saber usar a argúcia e a energia do queixume para ajudar mais o colectivo; os media têm que iniciar um pequeno ciclo de recuperação da auto-estima e em certos casos mesmo, da objectividade e independência perdidas.
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Dirão alguns que, a ano e meio de distância, estou a incutir nos portugueses a indispensável renovação do mandato do actual governo. Claro que sim. Mas digam-me qual a melhor alternativa? Para retomar o jargão económico, o custo de oportunidade de mudar de orientação política, dada a fragilidade do tecido, só conduziria a rasgões maiores, exigindo remendos mais caros e de eficácia e beleza não garantidas.
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JAIME ALBERTO GAMA JARDIM


Estive um par de horas afastado das notícias que emergem das centrais de comunicação de todos os centros de interesse. Em boa verdade, para ser sincero, não dou grande importância à maior parte das notícias. Sei que alimentam uma indústria e servem interesses particulares, nascem e morrem, a maior parte delas, sem deixar rasto. Mesmo colocando-me na posição dos políticos e dos gestores no activo, que gerem recursos e expectativas relevantes, compreendo cada vez melhor aquela frase célebre de Cavaco que, um dia, quando exercia o papel de primeiro-ministro, disse que não lia jornais e de outra vez – ou na mesma – desapareceu de cena fazendo notícia o facto de ter dito que se havia retirado para o “pulo do lobo”. O mundo seria muito melhor com menos notícias e menos opinião publicada, seja por via oficial, oficiosa ou comentada. Vem este arrazoado a propósito da discursata de Jaime Gama - a segunda figura do estado! – colocando Alberto João Jardim no pedestal de um insigne homem de estado. Sorrio. Segue-se, em breve, a visita à Madeira da primeira figura do estado. Todos somos livres de dizer o que nos interessa e, no caso de Gama, as suas palavras não foram, certamente, um improviso de momento. Apesar de também não ter gostado do que ouvi as palavras de Gama não se devem incluir no rol das palavras excessivas. O discurso de Gama só pode significar o armistício entre o governo da república e o governo regional da madeira. Deve estar para breve assinatura do tratado de paz. Fica por saber quem paga a conta. Somos nós!
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domingo, março 30

RELÂMPAGO - Nº 21


Comprei ontem, finalmente, a Revista Relâmpago nº 21 dedicada a Jorge de Sena. Já deu para ler alguns trabalhos nela insertos. Este é, sem dúvida, um importante contributo para o conhecimento da figura e da obra de Sena quando se aproxima o 30º aniversário da sua morte. Em breve publicarei os meus sublinhados de leitura no Caderno de Poesia.
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