terça-feira, janeiro 8

RATIFICAÇÃO DO TRATADO DE LISBOA

Acabei de escrever um longo post acerca do assunto. Não o vou publicar. Seria maçador. Muito já se falou e muito mais se falará. A seu tempo tomei uma posição clara acerca do tema. Se o PS, e o governo, decidirem não referendar o Tratado de Lisboa a minha posição actual resume-se em poucas palavras: não concordo mas compreendo.
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SAUDADES DO FASCISMO?

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segunda-feira, janeiro 7

"LIBERDADE E DEMOCRACIA ESTÃO EM PERIGO"


O mínimo que um cidadão, na posse de todas as suas faculdades mentais, deve fazer é reter esta declaração bem viva na sua memória. O mais tardar daqui a dois anos, não é só o governo que responderá pelas suas políticas. O PSD também responderá pela política de oposição ao governo. Se neste momento, ou algum dia, a liberdade e a democracia estiverem em perigo o Presidente da República terá que retirar dessa situação todas as consequências: convocar o Conselho de Estado, dissolver o Parlamento, e convocar eleições antecipadas. Caso estas acusações não tenham consequências políticas drásticas estamos na presença de uma brincadeira de mau gosto. Aconteça o que acontecer, pela parte que me toca, prometo voltar a elas, com regularidade, no próximo futuro.
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"LEI DO TABACO"

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TÍTULO ASSASSINO

Casa Pia: Julgamento de Paulo Pedroso contra Estado português começa hoje

Deve ser este o título do dia, da semana, do mês, ou mesmo do ano, pois se fica a saber, em primeira mão, que, afinal, sempre vai haver o “julgamento de Paulo Pedroso” ... “contra o Estado português” e não o julgamento do Estado português na sequência de uma acção que lhe foi movido por Paulo Pedroso. Antecedendo a frase “julgamento de Paulo Pedroso” surge o selo da morte: “Casa Pia”. Assim se confirma a justeza do combate de António Barreto, Pacheco Pereira, Baptista Bastos e Cª pelas liberdades em perigo, contra a ditadura e o fascismo que estão a caminho.
Para tirar dúvidas acerca de como fazer um título correcto para a notícia em questão ver o Expresso:
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domingo, janeiro 6

LUIZ PACHECO

O Luiz Pacheco morreu. Toda a gente, ou quase, entre ontem, hoje e amanhã, vai falar na morte do Luiz Pacheco. Até eu. Só ele é que não, o que é pena, pois havia de ter graça. Depois, muito depressa, será esquecido. Mas a sua obra não, que apesar de pequena, é marcante. Outros dela falarão.

Encontrei aqui à mão uma das suas obras talvez a maior de todas: COMUNIDADE. Da Contexto, edição de 1980, com desenhos da Teresa Dias Coelho, que acaba assim:

“Ora deixem-me que lhes diga: um cadáver não nunca tem terá razão, mesmo que a tivesse tido antes. Um estúpido um cobardola é para rir e chorar, porque a estupidez e o medo não têm medida. Um patareco, dá-se-lhe um pontapé no cu, um parasita esborracha-se por nojo e a um folião fazemos notar que não lhe achamos graça nenhuma. E fugi dos frustrados e falhados que é a malta mais tratante e castradora que existe. Mas um bebé! uma rapariga com o filho ao colo! os bambinos em volta! são os bichos mais exigentes e precisados de tudo. E há que lhes dar tudo. Eis, senhores, porque saúdo a manhã e faço gosto em a ver inda uma vez, eis porque a pardalada me incita. E no riso do meu Paulocas uma leve ironia contente me desperta, babada em leite e ternura. Somos puros. Sabemos e cumprimos. Bem-aventurados somos e vós, também,

Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis, se as praticardes.

[A ilustração é daqui]
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Umas vistas mais largas acerca da morte do Pacheco
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sexta-feira, janeiro 4

Reflexão de Ano Novo

Posted by PicasaKeith Sharp

Chegou o novo ano. Para abrir voltemos ao défice público – situação em que as receitas do orçamento são inferiores às suas despesas, o contrário do superávite (caso de Espanha). O primeiro-ministro, na mensagem de Natal, apontou para uma previsão do défice, em 2007, inferior a 3%. [Artigo também disponível aqui.]

Voltando a um tema recorrente na discussão política em Portugal, e não só, nos últimos anos: o deficit público. Lembrando que para tomar posição acerca de um programa, texto, entrevista, seja o que for, é necessário tomar conhecimento, ver, ouvir, ler, de preferência na fonte, sob pena de cometer erros grosseiros de apreciação. Convém, no caso deste artigo, ler, por exemplo, a entrevista de Luís Filipe Menezes, concedida nas vésperas do Natal ao Expresso, os discursos de Natal e de Ano Novo, respectivamente do Primeiro Ministro e do Presidente da República e a entrevista de Ferro Rodrigues à revista Visão.
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ALBERT CAMUS

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quinta-feira, janeiro 3

FERRO RODRIGUES

Posted by PicasaFerro Rodrigues

Um dia alguém perguntou ao Generalíssimo Franco, no leito de morte, se não se preocupava com os acontecimentos do 25 de Abril de 74, que corriam em Portugal, tendo obtido uma resposta seca: não, porque os portugueses são cobardes. Claro que há excepções mas quer-me parecer, como sói dizer-se, que as excepções confirmam a regra.

Vem esta lembrança a propósito da entrevista que Ferro Rodrigues concedeu hoje à Visão, após um longo silêncio, somente entrecortado pelo ruído do chamado “processo Casa Pia” no qual, por razões que a razão desconhece, foi envolvido. Acabei de ler a entrevista. Antes li e ouvi notícias acerca dela. Salvo raras excepções as notícias passam ao lado do essencial da mensagem de Ferro Rodrigues. Estranho que o porta-voz do PS – Vitalino Canas – tenha feito uma declaração que denota não a ter lido…

Pelo sim pelo não faço uma “declaração de interesse” na justa medida em que sou amigo do Ferro Rodrigues, desde os tempos da juventude, tendo trilhado um percurso cívico e político comum do qual, salvo algumas asneiras, não me arrependo.

A entrevista, no seu conjunto, é equilibrada, comedida e sensata; ousa a auto crítica e assume a grandeza de fazer as pazes com Jorge Sampaio; não ataca o governo, ao contrário do que parece fazer crer a manchete: “Quando se pede sacrifícios, não se deve ser arrogante”. Nada de mais verdadeiro mas empolado no contexto dos temas abordados entre os quais destaco como o mais impressivo, para mim, o que está contido na frase: “Não gosto de algumas das formas como o poder político, judicial e mediático se relacionam.”

Qualquer pessoa que guarde o siso e o bom senso entenderá, sem risco de errar, que Ferro Rodrigues é merecedor da gratidão dos socialistas, pelo combate político de 2002 no qual, após a “saída” de Guterres, cujas motivações não vêm ao caso, foi capaz de manter o PS à tona e, mais do que isso, num lugar cimeiro, como alternativa política de governo.

Ferro Rodrigues em nome de valores políticos em desuso, a chamada “ética republicana”, tornou-se um obstáculo, enquanto secretário-geral do PS, à ganância de interesses ilegítimos, na esfera pessoal e de grupo, pública e privada, nacional e internacional, que o tornaram em alvo político a abater custasse o que custasse.

Só a cobardia que domina muitos sectores da sociedade portuguesa, incluindo alguma esquerda, assim como um aviltante acomodamento cívico, tem permitido que o poder político e judicial, nas respectivas esferas de competência, omita a exigência do esclarecimento cabal da verdade acerca das infames denúncias que “colaram” o nome de Ferro Rodrigues ao processo “Casa Pia”.

Um dia saber-se-á toda a verdade, mas como diz Ferro, pode ser tarde demais …
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OBAMA














Obama encabeza las encuestas para el 'caucus' demócrata en Iowa

Hoje tem início a corrida para a Casa Branca. Do lado dos democratas é tudo mais claro face aos republicanos. Obama parece partir na linha da frente mas ainda é cedo demais para qualquer candidato cantar vitória. Tudo aponta para que o candidato democrata que ganhar as primárias ganhe as presidenciais mas todos os vaticínios apressados podem sair furados. Lá para Fevereiro se saberá, quase de certeza, quais os candidatos presidenciais. No final do ano teremos novo presidente. Ufff…!
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Obama ganha o primeiro "assalto" ... e cresce a expectativa ...
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- Nos Democratas. Iowa acaba com Edwards. Agora é só entre Obama e Clinton. E se Obama ganha New Hampshire...Nas sondagens ainda está atrás de Clinton. Mas nos mercados electrónicos, que já estão a reagir a Iowa, já está à frente.
- Nos Republicanos, McCain, que parecia perdido, pode voltar à lista dos favoritos com New Hampshire. Romney sofre uma derrota muito grave e acaba se não ganhar New Hampshire, o que é cada vez mais provável. Thompson já acabou. Huckabee já não é uma curiosidade. Giuliani em suspenso. [
Margens de erro]
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Ecos da derrota de Hillary Clinton
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terça-feira, janeiro 1

CAMUS - PRESENTE!


Para abrir o ano de 2008 cinco sublinhados da minha última leitura de “O Primeiro Homem”, de Albert Camus, com a lembrança da passagem do ano de ontem na companhia de amigos, em nome da fidelidade.
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“São raros aqueles que continuam a ser pródigos depois de terem adquirido os seus meios. Esses são os reis da vida, que se devem saudar com discrição.”

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“ – a miséria é uma fortaleza sem ponte levadiça.”

(…)

“De resto, como fazer compreender que uma criança pobre pode por vezes ter vergonha sem nunca invejar coisa alguma?”

(…)

“E, à noite, deitado, morto de cansaço, no silêncio do quarto onde a mãe dormia levemente, ainda ouvia uivar dentro dele o tumulto e furor do vento que amaria ao longo de toda a vida.”

(…)

“ … a criança morrera naquele adolescente magro e vigoroso, de cabelos revoltos e olhar arrebatado, que trabalhara todo o Verão para levar um salário para casa e acabava de ser nomeado guarda-redes titular da equipa do liceu e, três dias antes, saboreara pela primeira vez, quase desfalecido, o contacto com a boca de uma jovem.”

(A partir da edição portuguesa em cuja primeira página escrevi uma dedicatória para o meu filho que este ano, pela primeira vez, celebrou a passagem do ano separado dos pais, e que termina assim: “Hino à vida, saudação àqueles que não têm voz activa, pensamento ligado à acção, defesa da justiça e da liberdade, alerta contra o fanatismo e o totalitarismo … 1994/11/02” – já passou tanto tempo!)
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sexta-feira, dezembro 28

Kylie Minogue

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TABACO


Um dia, muitos anos atrás, como já uma vez relatei aqui, deixei de fumar. Parti de férias num 31 de Julho de um ano qualquer, durante o qual fumei dois maços por dia de SG Filtro, e, no dia seguinte, não fumei nem mais um cigarro. E nunca mais fumei “cigarros brancos”, em todos os dias seguintes, com excepção de umas cigarilhas de quando em vez. Fui fumador viciado durante dez anos.

Não integrei, no entanto, a partir daquela decisão drástica, o pelotão de fuzilamento que aponta as armas contra os fumadores, nem sequer pensei que fosse possível a um qualquer governo fazer aplicar uma lei anti-tabaco quer por razões egoístas – pois o tabaco rende receitas fiscais fabulosas – quer por razões de popularidade – pois os lobbys das tabaqueiras e o dos fumadores são poderosos na “formação da opinião pública”.

A partir do exemplo de outros países que aplicaram mesmo leis mais duras do que aquela que, entre nós, vai entrar em vigor, criou-se a ideia de que seria possível , em nome da saúde pública, criar um consenso social favorável a uma lei anti-tabaco que, para ser cumprida, exige auto disciplina e fiscalização. Faz-me lembrar, de alguma maneira, a legislação acerca da obrigatoriedade do cinto de segurança nos veiculos automóveis.

Devo confessar que, com o passar do tempo, o fumo dos cigarros dos outros me incomoda cada vez mais. É uma questão de natureza física e não de natureza moral. Alergias! Mas compreendo a lógica dos argumentos dos que defendem a liberdade de fumar, como compreendo todas as campanhas em defesa da liberdade individual, contra a intromissão do Estado e, em geral, dos “outros”, na vida privada de cada um.

Mas, neste caso, acredito que, após um período inicial de adaptação, todos os interesses em presença se ajustarão e que, quer os espaços públicos se adaptarão progressivamente ao cumprimento flexível da lei, quer fumadores e não fumadores encontrarão fórmulas de convívio pacífico para a salvaguarda dos seus prazeres e desprazeres. No fim da linha sempre restará a ASAE – a entidade fiscalizadora - como válvula de escape... e como já se tornou um “desporto nacional” falar mal da ASAE! …
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Hillary Clinton

Hillary Clinton

Estado da arte, em sondagens, a poucos dias do início da corrida para a escolha dos candidatos à eleição presidencial nos USA.

Hillary kicked off her "Real Challenges, Big Solutions: Time To Pick a President" Tour yesterday in Iowa. She was joined on the trail by her daughter Chelsea and President Clinton, with stops in Mt. Pleasant, Cumming, and Pella.
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UMA VISTA DE OLHOS PELO ANO ELEITORAL
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quinta-feira, dezembro 27