sábado, setembro 10

Emigrar à Força


As imagens da tragédia americana que têm passado, repetidas até à náusea, fazem-me lembrar intensamente a odisseia dos emigrantes. Fascina-me, desde criança, a viagem do homem buscando outras terras.

A minha família, do lado paterno, foi emigrante no Brasil e nos EUA. Admiro a coragem daqueles que partem buscando a sorte da fortuna noutras paragens sem, a mais das vezes, conhecerem nada das terras que demandam, nem a geografia, nem a língua, nem a cultura.

O que estamos a assistir nos EUA é a um fenómeno extraordinário de emigração interna. Uma deslocação sem precedentes, em tempo de paz, de uma multidão que muda de cidade, de estado, abandonando as suas raízes originárias, porventura, para sempre.

Estamos assistindo a uma verdadeira odisseia de recriação da demografia de uma vasta região dos EUA, equivalente à península ibérica, que exige uma imensa capacidade de integrar criando uma nova vida para centenas de milhares de americanos.

Ao contrário do que muitos possam pensar os EUA vão sair mais fortes desta crise enquanto a administração BUSH entra definitivamente no ocaso político.

As Nações não se confundem com os seus governos mas os povos podem ser penalizados pela política dos governantes que ignoram, cinicamente, a força “irresponsável” da natureza.

Mas a vida continua e, para além do debate político e das suas consequência, neste caso, impressiona o desprezo pela prevenção da catástrofe anunciada e o fenómeno da uma imprevista emigração em massa.

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