Agostinho Roseta morreu no dia 9 de Maio de 1995, na plena pujança das suas faculdades humanas, intelectuais e políticas. A sua morte prematura impediu que tivesse, muito provavelmente, exercido influência ainda mais marcante, a partir de 1995, no movimento sindical, no Partido Socialista e, quiçá, no governo.
Ele foi, no movimento operário e sindical, o activista mais importante do MES associando juventude (ou talvez melhor, jovialidade), capacidade teórica e sentido prático de organização sendo, ao mesmo tempo, persuasivo, sedutor e desprendido do poder.
Falar de pessoas é sempre muito delicado mas não receio cometer qualquer injustiça destacando a influência marcante de Agostinho Roseta na formação pessoal e política de um vasto e influente conjunto de dirigentes políticos e sindicais portugueses.
Lembro-o, além do mais, pela amizade sincera que sempre por ele nutri, aliás, retribuída, e porque foi ele o primeiro, entre todos nós, que mais cedo compreendeu o fracasso do projecto político do MES optando por dedicar as suas imensas capacidades de liderança ao movimento sindical.
O dia da sua morte coincide, ironicamente, com o dia de aniversário de minha mulher a quem pedi para reconstruir a última imagem que dele possuo: uma fotografia de grupo registada, certamente, em 27 de Outubro de 1994 na celebração do 4º aniversário de meu filho.
(Dedicado à sua mulher Helena e a seus filhos, reescrevendo um post de Março de 2004. Sem esquecer outro de Abril do mesmo ano.)
3 comentários:
Vi-o pela última vez no Procópio, com a Helena, a Filomena e o Ferro. O Carlos Antunes, que passou por nós a caminho do bar, retomou uma discussão antiga sobre armas. O Agostinho riu na conversa, feita de restos do PREC, com aquele sorriso vasto, um pouco sarcástico e irónico, de quem tomava a seriedade da vida com prudente moderação. Soube, muito mais tarde, que se sentiu mal à saída.
O Agostinho merecia estar conosco na Ajuda, como o Ferro então me recordou na posse de 95. Fez-nos falta, faz-nos falta mas, como dizia o canto, vai connosco ao nosso lado.
Bom dia Eduardo,
É sempre bom recordar com saudade outros tempos e companheiros.
Se me enviares o teu mail pode ser que venhas a ter mais uma foto do Agostinho contigo.
Fico à espera.
Um abraço
Obrigada,Agostinho Roseta.Bem-haja,Eduardo.
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