segunda-feira, novembro 26

BENELUX

Ilustração daqui

Líderes do Benelux viajam juntos para Lisboa – Os primeiros-ministros da Holanda, Bélgica e Luxemburgo querem dar um bom exemplo de consciência ecológica.

O que os ilustres primeiros-ministros dos países do Benelux querem é dar uma bofetada de luva branca na presidência portuguesa que impôs – e muito bem – que o chamado Tratado Reformador fosse assinado em Lisboa e, por consequência, passe a ser designado por Tratado de Lisboa. Estes três países têm, por razões circunstanciais, ou históricas, boas razões para se recolherem em cuidada reflexão: a Holanda trata os portugueses emigrantes com uma indignidade de bradar aos céus como tem sido amplamente noticiado; a Bélgica tem mais com que se preocupar pois já ninguém sabe ao certo se será possível resolver a crise de identidade nacional em que vive vai para meio ano; o Luxemburgo é um país respeitável – para mim o mais respeitável de todos – mas no qual os portugueses constituem uma fatia muito relevante quer na população total (16%), quer na população estrangeira (50%). Os inefáveis dirigentes do Benelux que se organizem que nós ajudamos!
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6 comentários:

Anónimo disse...

O provincianismo português não tem emenda.

Eduardo Graça disse...

Essa do provincianismo português é uma conversa batida. Mas ninguém se lembraria de invocar a questão da poluição causada pelas viagens dos lideres europeus se o Tratado tivesse sido aprovado, por exemplo, em Copenhaga. Seria, naturalmente, assinado em Copenhaga e os primeiros ministros de Portugal e Espanha, por exemplo, lá estariam presentes para, de seguida, se deslocarem para Bruxelas. Tenho a maiores dúvidas acerca desse conceito de provincianismo e tenho a certeza que nenhum país, mesmo num espaço comum, como UE, abdica da defesa dos seus interesses nacionais. Assim, neste caso, todos aos Jerónimos e, que mais não seja, no plano simbólico - tão importante! -para assinar o Tratado de Lisboa. A história tem destas ironias!

Anónimo disse...

É que há um acordo: quando usam o avião privado para um ministro para uma reunião dão boleia aos restantes! Ou seja, esta situação não é orginal. Mas na política o simbólico conta.
E já agora, provincianismo de quem? Dos belgas que não "autorizaram" que o Conselho se realizasse em Lisboa?

Anónimo disse...

Já no tempo de Salazar, a Praça do Império era o "Centro do Mundo". Era bom que Portugal tivesse os problemas dos países da Benelux. Não fossem estes contribuintes líquidos da UE a ajudar-nos, eu queria ver como era...
O provincianismo português não tem emenda.

Porfirio Silva disse...

Eu, que não me pronuncio anonimamente em lado nenhum, queria dizer, assinando por baixo, que provincianismo é não perceber o que valem simbolicamente esses gestos "espectaculares" na cena europeia. O Eduardo Graça, tanto no post como no comentário, tem toda a razão: aquilo de que fala é de mais um gesto sobranceiro de governos que têm inveja de não lhes ter cabido o papel que coube a Portugal neste caso.
Alguns, anónimos ou não, acham sempre bem todas as palhaçadas que têm por autores governos estrangeiros - mas acham sempre mal que Portugal se porte como um entre iguais. Talvez preferissem que Portugal fosse mais uma "Maria vai com as outras", mas isso é porque ignoram que, na política europeia, e como diz o povo, "quanto mais te baixas mais se te vê o cu".
Desculpem lá o provincianismo de usar estas expressões, mas já me fartei do snobismo de substituir a argumentação pelo slogan do provincianismo.

Anónimo disse...

A política externa de Portugal foi sempre uma política de "Maria vai com as outras". Na União Europeia não é diferente. O único interesse do governo português é receber "Fundos" da Europa. Esse e assinar Tratados nos Jerónimos. Pão e circo. Lá referendar o Tratado é que não, não vá o povo votar contrariamente aos interesses destes políticos subservientes.
O deslumbramento dos pacóvios não tem emenda.