quinta-feira, novembro 1

COSTA, JÚDICE, A ESTÁTUA E O RESTO


Oh Costa! Serás que entendes que ninguém entende, pá?
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3 comentários:

Porfirio Silva disse...

Não percebo qual é o problema. Lisboa fica com a estátua, os tipos que a dão valorizam o seu posto. Para evitar isso devíamos prescindir da estátua? Ou devíamos obrigá-los a doar a estátua para ela ser posta em qualquer outro lado? Se houvesse mais empresas a doar estátuas, e elas fossem bonitas, eu concordaria que elas ficassem todas à porta do doador. Este país, entre o desconfiado e o invejoso, é uma maravilha a ver grandes problemas em qualquer forma de interacção entre o espaço público e o espaço privado. Cá por mim isso até devia ser considerado mecenato e descontar nos impostos!

Eduardo Graça disse...

Cada um pode oferecer o que quiser, e puder, a quem quiser aceitar. Mas a cidade é um espaço partilhado por todos os que nela vivem e a visitam. Um espaço onde convivem múltiplos interesses das mais variadas naturezas. A minha perplexidade com o caso da escultura não resulta da iniciativa da oferta à cidade, nem desconfia da qualidade do objecto de arte que, a seu tempo, surgirá no espaço público. A minha perplexidade resulta do facto de Júdice ter sido mandatário de Costa nas eleições passadas. De Júdice estar indicado para exercer um cargo - ao que dizem as notícias - com grande influência na gestão da cidade. Ao que sei Júdice não deve nada à cidade nem a cidade lhe deve nada. A sua filantropia sugere que a cidade lhe agradeça o gesto, em frente ao escritório de advogados de que é sócio (ao que suponho). E eu que vivo em Lisboa, e nela pago os impostos, não queria ficar a dever nada a Júdice. E gostaria,conforme escrevi aquando das eleições autárquicas,que os vereadores - e também o mandatário - tivessem feito uma declaração de interesses e que a mesma fosse publicitada. Ouvi falar que o vereador do urbanismo a terá feito. Onde a posso consultar? Não é por nada, pois acredito na honestidade e boa fé de toda a gente,e m particular de Júdice, mas seria tudo mais transparente entre todos aqueles que decidem, ou influenciam as decisões, no município de Lisboa.

Porfirio Silva disse...

"A minha perplexidade resulta do facto de Júdice ter sido mandatário de Costa nas eleições passadas." Esse é o problema: o posicionamento subjacente ao que dizes é a muito popular, nos dias de hoje, desconfiança de princípio, e sem necessidade de qualquer justificação, face a quem toma atitudes políticas. Quem dá a cara por qualquer coisa pública, política, em vez de estar quieto em casa, fica logo suspeito, se não mesmo arguido, de inúmeros crimes imaginários.

(PS: Eu iria jurar que tinha posto aqui um comentário ao teu comentário. Mas, passando aqui de novo, não o vi. Ando a dormir pouco e já faço confusões destas. Assim sendo tento, hoje de novo, dizer, embora por outras palavras, o que pensava já ter escrito anteriormente, para não cortar um diálogo por falha psico-técnica minha. Um abraço.)