O dia de ontem, apesar de atravessarmos uma época de recato, foi muito agitado para mim. Adiante. Chegada a hora das notícias dei comigo a tentar acompanhar uma quase indecifrável torrente de comentários, e debates, a propósito da tomada de posição do Presidente da República acompanhando a sua decisão de promulgar o novo Estatuto dos Açores. Do lado certo, ou errado, só tenho a certeza de uma coisa: o vencedor foi Carlos César. O presidente do Governo Regional dos Açores, politicamente discreto, ao contrário de Alberto João, (em silêncio acerca do assunto!) fez vencer a sua proposta alcançando, salvo a abstenção final do PSD, a unanimidade em todas as sucessivas votações no Parlamento Regional dos Açores e na Assembleia da República. O povo não se comove com Cavaco porque não entende a questão que ele dramatiza. O equilíbrio dos poderes que a Constituição consagra e o novo estatuto dos Açores, segundo Cavaco, ofende é uma daquelas questões em que se provará que, em política, o tempo tem um valor incalculável.
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1 comentário:
Num país de clientelas, como é Portugal, cada partido tem os caciques que merece: o PSD tem o Jardim, o PS tem o César. Duas faces da mesma moeda: os partidos insulares controlam os partidos do continente e exercem sobre estes chantagem. O Cavaco, apesar de palerma, tem toda a razão. Até o Vital Moreira e o Canotilho da Constituição lhe deram razão. Não perceber isto, é ser pateta.
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