Luís de Camões
Quanta incerta esperança, quanto engano!
Quanto viver de falsos pensamentos,
Pois todos vão fazer seus fundamentos
Só no mesmo em que está seu próprio dano!
Na incerta vida estribam de um humano;
Dão crédito a palavras que são ventos;
Choram depois as horas e os momentos
Que riram com mais gosto em todo o ano.
Não haja em aparências confianças;
Entendei que o viver é de emprestado;
Que o de que vive o mundo são mudanças.
Mudai, pois, o sentido e o cuidado,
Somente amando aquelas esperanças
Que duram pera sempre co´o amado.
Quanta incerta esperança, quanto engano!
Quanto viver de falsos pensamentos,
Pois todos vão fazer seus fundamentos
Só no mesmo em que está seu próprio dano!
Na incerta vida estribam de um humano;
Dão crédito a palavras que são ventos;
Choram depois as horas e os momentos
Que riram com mais gosto em todo o ano.
Não haja em aparências confianças;
Entendei que o viver é de emprestado;
Que o de que vive o mundo são mudanças.
Mudai, pois, o sentido e o cuidado,
Somente amando aquelas esperanças
Que duram pera sempre co´o amado.
Sonetos da Edição de D. António Álvares da Cunha, de 1668
In Lírica – Terceiro Volume das Obras Completas - Círculo de Leitores
1 comentário:
Pelos vistos, o João Cravinho (ex-MES), também leu Camões. Começou a noite das "facas longas" no PS...
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