segunda-feira, junho 22

PROJECTAR (II)


Sou dos que acham que nunca é demais actualizar e aperfeiçoar os estudos e os projectos, questionar a pertinência e oportunidade dos grandes investimentos, manifestar-se contra ou a favor, debater, dialogar, estar atento, avaliar, questionar e por aí fora … Apesar de a verdadeira política ir além das obras aceito que os grandes investimentos públicos sejam um tema fracturante na sociedade portuguesa. Afinal o tema dos grandes investimentos públicos é, há séculos, em Portugal, um tema fracturante. Mas será vantajoso para o PS, e para a esquerda, assumir a defesa dos grandes investimentos públicos. Não tanto por razões de conjuntura (a crise) mas por razões estratégicas (a Europa). Não tanto por razões de táctica política (o curto prazo) mas por razões de estratégia de desenvolvimento do país (o médio e longo prazo). E por razões de cuidar da independência de Portugal … um tema dos antigos e fora de moda. É saudável para a esquerda assumir os desafios da modernidade que, no caso das infra-estruturas de transportes, envolvem a assumpção, no essencial, do destino europeu de Portugal mantendo a sua capacidade de participar, de parte inteira, na construção da Europa. A deriva anti-obreira, assumida pela direita, pode até fazer vencimento, no curto prazo, e abrir espaço para mais encomendas de estudos e projectos. Mas é um objectivo meramente eleitoralista pois a direita, que se revê no PSD, também se revê nos grandes investimentos públicos. Logo não pode, com autenticidade, estar contra a sua concretização. É muito útil tomar nota do que se tem dito acerca do assunto, de quem tem dito o quê, e no fim do ano de 2009, passado o período eleitoral, fazer um balanço. Aposto que as obras públicas, em particular, as mais excitantes, (TGV, Aeroporto …), - mais estudo, menos estudo, mais mês, menos mês, vão todas avançar.

À laia de resposta a alguns comentários com todo o respeito e consideração pelos pequenos, médios e grandes estudiosos e projectistas, que fazem pela vida … Viva a liberdade de expressão do pensamento: Em entrevista ao Diário Económico, Augusto Mateus, signatário do manifesto de 27 economistas que pedem a reavaliação das grandes obras públicas, define como prioridade o aeroporto, mas pede mais estudos.
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2 comentários:

Lmatta disse...

concordo contigo
beijos

Anónimo disse...

Se não houvesse estudos e mais estudos que seria feito do mercado dos estudos?