Um dia no âmbito do INATEL, a cuja direcção presidi durante sete (7) anos, foi-me aplicada uma multa pelo Tribunal de Contas por uma razão qualquer, suponho decorrente de um atraso, tendo-me sido sugerido, por um quadro da casa, um expediente que evitaria que suportasse pessoalmente o encargo. Recusei e fiz questão de pagar do meu bolso o que era devido. Assim foi. As Contas do INATEL, desde 1996 a 2002, forma presentes ao Tribunal de Contas que a todas visou dando-lhes, dessa forma, a sua aprovação. Durante a vigência da minha direcção foi realizada uma auditoria pelo TC, o que nunca antes tinha acontecido (pois é preciso que as organizações apresentem um padrão mínimo de organização para que alguém as possa inspeccionar o que, até 1996, não era uso) e tudo foi feito, de ambas as partes, com rigor e correcção. No dia da minha saída - precipitada - do INATEL ainda tive tempo de enviar umas cartas de despedida e uma delas teve como destinatário o Presidente do TC, Alfredo de Sousa, com o qual nunca falei pessoalmente. Alfredo de Sousa foi dos poucos que teve a gentileza, e decência, de responder, ao contrário, por exemplo, dos representantes das Centrais Sindicais, com os quais havia estabelecido múltiplos e, por vezes, intensos contactos, conversas e negociações. A carta de resposta do Conselheiro Alfredo de Sousa, não deixando de ser protocolar, revela um reconhecimento e simpatia pessoais que nunca mais esqueci. Será ele o próximo Provedor de Justiça e tenho a certeza que, no fim de tantas hesitações e desencontros, a escolha não poderia ser melhor. Bom trabalho.
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