Sei que escrevo palavras banais, num cantinho recôndito da blogosfera, sem outro poder senão o de uma voz entre milhões de vozes tentadas a ceder ao vozear populista que não poupa nada nem ninguém que se levante em defesa do bom senso dos acordos civilizados que não são mais do que o traçar da fronteira dos princípios e valores que a comunidade, representada pelos partidos, em democracia, aceita partilhar como razoáveis numa sociedade cidadã.
Que não se cansem os que aceitam dialogar, quiçá negociar, os democratas, persistindo no caminho que encetaram, rejeitando as chantagens daqueles que sob a capa da defesa da liberdade têm no cerne da sua ideologia a negação da liberdade. Que não temam, ao mesmo tempo, denunciar a injustiça de propostas que aprofundem a transferência brutal de riqueza da parte mais fraca das sociedades para aqueles que buscam capturar a política em favor da alta finança.
O que precisamos hoje, acima de tudo, é de política, a verdadeira, que restaure a confiança do povo nos eleitos em defesa dos seus ideais. Difícil? Tudo o que sempre fez avançar o mundo e as sociedades foi difícil! Aqui fica o meu testemunho em defesa do diálogo, provavelmente o mais difícil exercício em tempos de carência e crispação.
2 comentários:
O bom senso deixa de ter significado quando a fome e a pobreza alastram, quando deixa de haver dinheiro para pagar a luz e a água, quando deixa de haver futuro para milhares e depois para milhões. O bom senso fica guardado para aqueles que confortavelmente vão desenhando o inferno possível para a grande maioria, e a esses há que dizer-lhes com violência que o seu bom senso é um formalismo sem ética nem moral. Abraço. Carlos Pratas
Meu caro: a minha visão é simétrica, a pobreza pode ser combatida sem gerar violência, a opulência pode ser combatida através da ética. Abraço.
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