Escrevo diretamente na tela branca como se fora uma folha antiga, um material sem mácula, no qual em todos os tempos se escreveu desde quando escrever era para poucos e todos escreviam bem exceto os que sempre devem ter sido criticados por escreverem menos bem. O regresso de qualquer lugar que se visita é sempre um regresso ao lugar da partida o fim transitório da viagem e muitas vezes apetece a quem é capaz de escrever dar testemunho. Ao longo do tempo muitos o fizeram e as suas obras nalguns casos, poucos, são parte do património da humanidade e estou a pensar no Padre António Vieira e nos cronistas que descreveram com detalhe tantos acontecimentos que a história guarda e que alguns estudam e poucos divulgam, lembrei-me a despropósito do José Hermano Saraiva, pois que me lembre com mais ou menos rigor não existe nenhum programa regular de divulgação da história de Portugal nas nossas TVs e a nossa história é rica como poucas não só por ser longa mas porque todas as histórias das nações são ricas e as nações não persistem sem que os povos se reconheçam nela ( a sua história) que é o mais forte antídoto para que os povos se não deixem dominar e sejam capazes de conviver com as diferenças aceitando-as e assim cultivando os valores da cidadania e da liberdade. Vem a propósito de ter vivido uma semana ao lado de uma das árvores identificadas como das mais antigas de Portugal - uma Oliveira com mais de 2 200 anos - que os fenícios trouxeram da Mesopotâmia e deixaram ali no lugar que hoje é conhecido por Pedras del Rei para que os vindouros dela se pudessem aproveitar para seu proveito e me levou a pensar que somos muito novos e ignorantes para julgar e punir os povos que habitam aqueles terras longínquas que hoje dão pelo nome de Iraque, Síria, Irão ... de onde nos trouxeram esta riqueza que ainda hoje nos oferece o pão de cada dia. Haja saúde, paz e prosperidade!
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