A propósito do que se tem passado com a comunicação social nas
eleições autárquicas com votação marcada para o dia 29 de Setembro. A luta política
exige intervenção e debate públicos, contraditório, opiniões diversas e
divergentes, com o mínimo de peias burocráticas. Ninguém se assusta, em
democracia, com uma boa discussão, um discurso inflamado, uma proclamação
panfletária. As televisões afastaram-se, ou foram afastadas, de promover
debates entre os candidatos. As eleições são um momento especial para dar a
conhecer os programas das candidaturas que se propõem governar e cada uma o
fará a seu jeito. Sejam eleições nacionais, entre nós legislativas ou
europeias, ou locais (autárquicas), ou regionais, como no caso das que se
disputam nas regiões autónomas dos Açores e Madeira, a voz dos candidatos tem
que ser ouvida pelos cidadãos eleitores. Não vale a pena fingir que não se
passa nada a este respeito no caso das presentes eleições em que os candidatos
são numerosos e disputam o voto em círculos eleitorais designados por
concelhos e freguesias. Estas são, porventura, as mais genuínas eleições no
nosso sistema democrático. Mas têm merecido uma flagrante desvalorização por boa
parte dos fazedores de opinião, meios de comunicação social e CNE que ao pretender
aplicar uma lei obsoleta em favor da justiça coarcta e ofende o mais sagrado valor
da liberdade. O meu protesto.
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