sexta-feira, setembro 20

POLÍTICA - 19

A propósito do que se tem passado com a comunicação social nas eleições autárquicas com votação marcada para o dia 29 de Setembro. A luta política exige intervenção e debate públicos, contraditório, opiniões diversas e divergentes, com o mínimo de peias burocráticas. Ninguém se assusta, em democracia, com uma boa discussão, um discurso inflamado, uma proclamação panfletária. As televisões afastaram-se, ou foram afastadas, de promover debates entre os candidatos. As eleições são um momento especial para dar a conhecer os programas das candidaturas que se propõem governar e cada uma o fará a seu jeito. Sejam eleições nacionais, entre nós legislativas ou europeias, ou locais (autárquicas), ou regionais, como no caso das que se disputam nas regiões autónomas dos Açores e Madeira, a voz dos candidatos tem que ser ouvida pelos cidadãos eleitores. Não vale a pena fingir que não se passa nada a este respeito no caso das presentes eleições em que os candidatos são numerosos e disputam o voto em círculos eleitorais designados por concelhos e freguesias. Estas são, porventura, as mais genuínas eleições no nosso sistema democrático. Mas têm merecido uma flagrante desvalorização por boa parte dos fazedores de opinião, meios de comunicação social e CNE que ao pretender aplicar uma lei obsoleta em favor da justiça coarcta e ofende o mais sagrado valor da liberdade. O meu protesto.

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